Homenagem a Henry Maksoud
Ontem
morreu um grande homem, um empresário criador de riqueza e empregos, um
defensor incansável do liberalismo. Não era amigo de ditador comunista,
tampouco elogiava regimes totalitários nefastos como o cubano. Falo,
claro, de Henry Maksoud. Divulguei aqui
a primeira parte da entrevista que participei com ele há alguns anos, e
me cobraram a continuação, em que Maksoud conta a história prometida no
primeiro painel. Lá vai:
Descanse em paz, Maksoud! O Brasil seria outro, muito melhor, se tivesse mais uns 30 grandes empresários com sua visão de mundo…
Rodrigo Constantino
18/04/2014
às 13:44 \ Corrupção, Política, Privatização
É a ideologia, estúpido!
Todos já estão cansados de escutar a
famosa afirmação de um assessor de Bill Clinton: “É a economia,
estúpido!” Ele queria dizer, com isso, que as eleições e, portanto, os
rumos de uma nação são definidos pela situação econômica. Não vou negar
que o bolso influencia, e muito, mas não determina. O ambiente de
crenças e valores é tão ou mais importante. A longo prazo, sem dúvida
muito mais importante.
O que poderia nos levar a substituir a
afirmação por esta: “É a ideologia, estúpido!” Quando boa parte do povo
abraça uma ideologia – um conjunto de crenças – equivocada, não há como
fazer milagre e colocar o país na trajetória da prosperidade
sustentável. Quando o capital é crucificado, o lucro visto como pecado, o
empresário como explorador, e o estado como messias salvador da Pátria,
sai de baixo!
Em sua coluna de hoje na Folha, Reinaldo Azevedo vai por essa linha ao afirmar:
Na quarta, a
Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou relatório de
Roberto Requião (PMDB-PR) proibindo a doação de empresas privadas a
campanhas eleitorais. Segundo o senador, aceitá-la corresponderia a
acatar a “legitimidade da influência do poder econômico no processo
eleitoral e, por consequência, no resultado das eleições”. Com muito
mais fru-fru, glacê e gongorismo igualitarista, é o que pensa o ministro
Roberto Barroso, do STF.
[...]
A
trilha persistente do atraso remete mesmo a uma palavrinha fora de moda,
cujo sentido tanto a direita como a esquerda tentaram e têm tentado
esvaziar: ideologia. Não há nada de errado com o clima. Não há
nada de errado com o povo. Não há nada de errado com a história – todas
as nações têm a sua, e o passado, visto à luz das conquistas morais do
presente, nunca é meritório. Catastróficos por aqui são os valores que explicam a realidade e que, em larga medida, buscam substituí-la.
O que é aquilo na fala de Requião? Ele jamais vai entender que sonhos de justiça corromperam e mataram mais do que o capital.
Talvez tenham salvado mais também. Não são termos permutáveis. Pensem
na casa da mãe Dilmona em que se transformou a Petrobras.
Ideias têm conseqüência. Requião, por
exemplo, endossa as mais atrasadas que existem, um nacionalismo tacanho
que mais parece xenofobia a tudo que vem de fora, e que serve como
desculpa para privilegiar alguns poucos amigos do rei à custa do povo
brasileiro. A “Lei da Informática” foi filhote dessa crença absurda. “O
petróleo é nosso” é outro slogan parido dessa mesma ideologia.
Resultado: por questões ideológicas,
governantes corruptos contam com a maior empresa estatal disponível para
todo tipo de esquema de desvio de recursos. Vamos proibir o
financiamento de empresas a campanhas, mas vamos preservar as estatais
que servem como cabide de emprego para os companheiros e caixa dois para
propagandas partidárias e enriquecimento ilícito! Reinaldo Azevedo
resume da forma mais objetiva possível:
Parece
evidente que Paulo Roberto Costa, o ex-diretor que está em cana, usava,
sim, a empresa em proveito próprio, mas fazia também a corretagem a
serviço de partidos. Só um idiota ou um rematado canalha (ou
ambos num só) não reconhecem que, se a Petrobras fosse uma empresa
privada, pagaria menos pelos serviços que contrata porque não seria
preciso pagar o “Imposto Corrupção”.
Venham cá:
por que um partido político faz tanta questão de ter a diretoria de uma
estatal? Para que suas teses sobre refino de petróleo ou hidrologia
triunfem sobre as de seus rivais? Trata-se de uma luta de cavalheiros?
Disputam as estatais para alimentar a República dos Ladrões. É cru, eu
sei, mas é assim. E Requião, Barroso e outros sábios decidiram que a
doação legal de campanha é que faz mal à democracia brasileira.
A quem tem interessado essa ideologia
nacionalista e estatizante? Com certeza não ao povo brasileiro, que tem
observado passivamente o desmonte da maior empresa do país, mergulhada
em escândalos de corrupção, enquanto continua tendo de importar petróleo
e derivados em quantidade cada vez maior. Azevedo conclui: “Afinal, o
Petróleo é nosso, mas a Petrobras é deles”. É a ideologia, estúpido! A
solução? Privatize Já!
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