Dificilmente
um ministro das Finanças, o homem da mala, que precisa dizer “não” a
todos os políticos ansiosos por mais gastos, será muito popular se for
eficiente. Seu papel é mesmo ingrato. Em entrevista a Veja desta semana,
o ministro das Finanças britânico, George Osborne, do Partido
Conservador e segundo homem mais importante do governo, reconhece que
não se pode olhar para a popularidade quando é preciso cortar gastos.
Segue um trecho da entrevista:
Absolutamente correto! Mas exige coragem
passar a tesoura e assumir a fama de impopular. Agora, se é verdade que o
bom ministro das Finanças será um tanto impopular, o contrário nem
sempre é verdadeiro. Ou seja, ministros bastante impopulares não
necessariamente serão bons. É o caso de nosso ilustre Guido Mantega,
impopular (acima de tudo perante os investidores), mas medíocre em sua
gestão, para dizer o mínimo.
Mantega é popular apenas entre os
governantes que adoram um cofre aberto. Durante algum tempo foi possível
gerar resultados satisfatórios, ainda que insustentáveis. Mas a conta
chegou, a economia não cresce, e a inflação permanece muito elevada.
Mantega, atuando mais como marionete da presidente Dilma do que como
responsável pela chave do cofre, não levou em conta o “bem-estar dos
cidadãos”, preferindo se deixar seduzir pelos afagos do poder.
Se Osborne não quer que digam que não
teve coragem de tomar as medidas certas por serem impopulares, Mantega
sem dúvida não poderá desejar o mesmo, pois sabe, no fundo, que toma as
medidas erradas, ainda que nem assim consiga ser popular, pois o modelo
já se esgotou. O pior dos mundos para um ministro das Finanças:
populista, mas impopular.
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