Morte de Malhães pode inibir pessoas a prestarem depoimento, diz presidente de comissão em SP
Segundo Adriano Diogo (PT), assassinato pode funcionar como um “cala-boca”
[quanto a calar a boca das pessoas que
incomodam a petralhada tem conhecimento de causa, o caso Celso Daniel e o do
Toninho do PT são excelentes exemplos.
DETALHE:
nada impede que o coronel Malhães tenha sido assassinado por algum
REVANCHISTA, já que sua conduta de fornecer determinada informação e
logo depois mudar tudo não era das mais convenientes aos revanchistas.]
[quanto a calar a boca das pessoas que incomodam a petralhada tem conhecimento de causa, o caso Celso Daniel e o do Toninho do PT são excelentes exemplos. DETALHE: nada impede que o coronel Malhães tenha sido assassinado por algum REVANCHISTA, já que sua conduta de fornecer determinada informação e logo depois mudar tudo não era das mais convenientes aos revanchistas.]
w.d. de Comissão da Verdade do RJ, fala em “queima de arquivo”
A morte do coronel Paulo Malhães pode inibir outras pessoas a
contarem o que sabem nas investigações sobre crimes cometidos durante a
ditadura militar, opina o deputado Adriano Diogo (PT), presidente da
Comissão Estadual da Verdade de São Paulo. Mesmo antes da morte de
Malhães, que assumiu ter participado de assassinatos, tortura e
desaparecimento de presos políticos, testemunhas chamadas a dar
esclarecimentos na comissão municipal haviam relatado sofrer ameaças, de
acordo o vereador Gilberto Natalini (PV), presidente do grupo.
— Para nós, que fazemos as comissões da verdade, a morte do Malhães é uma péssima notícia. Muitos vão dizer que parece ser queima de arquivo. Para mim é um cala-boca, o que é mais grave. As pessoas que forem chamadas a depor a partir de agora podem pensar: “se eu abrir o bico, alguém vai calar minha boca”
— disse o deputado Diogo.Segundo ele, o assassinato de Malhães mostra que uma página da história do Brasil ainda “não foi completamente virada”:
— Ainda não sabemos o que aconteceu direito. Mas o Malhães era um cara importante dentro da estrutura da ditadura. E ele fez revelações importantes sobre como a repressão funcionava. Deve ter desagradado muitos colegas de farda. A impressão que dá é que a ditadura não acabou. Essa página da história do Brasil ainda não foi completamente virada. Dá a impressão de que a morte dele foi algo pensado.
— Para nós, que fazemos as comissões da verdade, a morte do Malhães é uma péssima notícia. Muitos vão dizer que parece ser queima de arquivo. Para mim é um cala-boca, o que é mais grave. As pessoas que forem chamadas a depor a partir de agora podem pensar: “se eu abrir o bico, alguém vai calar minha boca”
— disse o deputado Diogo.Segundo ele, o assassinato de Malhães mostra que uma página da história do Brasil ainda “não foi completamente virada”:
— Ainda não sabemos o que aconteceu direito. Mas o Malhães era um cara importante dentro da estrutura da ditadura. E ele fez revelações importantes sobre como a repressão funcionava. Deve ter desagradado muitos colegas de farda. A impressão que dá é que a ditadura não acabou. Essa página da história do Brasil ainda não foi completamente virada. Dá a impressão de que a morte dele foi algo pensado.
O vereador Natalini acredita que existam, no Brasil, forças
interessadas em evitar que alguns fatos sobre o regime militar não sejam
revelados. Ele lembra o caso do coronel Júlio Miguel Molina, que foi
chefe do Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações
de Defesa Interna (DOI-CODI), em 1981.
Molina, que era colecionador de armas, assim como Malhães, foi morto em 4 de novembro, numa tentativa de assalto em Porto Alegre. Na casa dele, foram encontrados documentos sobre o ex-deputado Rubens Paiva.
— Esses dois casos têm que ser profundamente investigados porque aí tem dente de coelho. — afirmou Natalini. — Temos um caso, aqui em São Paulo, de um brigadeiro que entrou em contato com nossa comissão dizendo que queria dar depoimento. Depois, acabou desistindo. O próprio Cláudio Guerra (ex-delegado do DOPS) nos disse em depoimento que estava sofrendo ameaças e teve que viajar a São Paulo escondido para nos ajudar com algumas informações recentemente.
‘Foi queima de arquivo’, diz representantes de vítimas da ditadura
O presidente da Comissão de Mortos e Desaparecidos do governo, Marco Antônio Barbosa, afirmou que, aparentemente, a morte de Malhães foi uma queima de arquivo.
— Aparentemente, pelo noticiário, foi uma queima de arquivo. Diversas violências foram praticadas nesse crime e que, com certeza, tem envolvimento de outras pessoas. É a hipótese que levanto. E acho que, como forma de restauração do direito à verdade, que é o que se discute nesse momento, é fundamental que esse crime seja apurado com a rapidez necessária — disse Barbosa, que defende a presença da Polícia Federal na investigação.
— O que posso dizer é que, no período que a Polícia Federal interveio nos assuntos no Araguaia (nas apurações do que ocorreu na guerrilha), a colaboração foi permanente nas descobertas daqueles episódios. Teve um comportamento exemplar.
O presidente da Comissão Estadual da Verdade do Rio, w.d. por sua vez, acredita que a morte do coronel reformado Paulo Malhães tenha sido queima de arquivo.
— Na minha opinião, é possível que o assassinato do coronel Paulo Malhães tenha sido queima de arquivo. Ele foi um agente importante da repressão política na época da ditadura e era detentor de muitas informações sobre fatos que ocorreram nos bastidores naquela época.
O coronel é ex-agente do Centro de Informações do Exército (CIE) e, em depoimento na Comissão da Verdade, assumiu o envolvimento em torturas, mortes e ocultação de corpos de vítimas da repressão. Foi a primeira vez que se confirmou as práticas de tortura na chamada Casa da Morte, em Petrópolis.
A notícia da morte de Malhães chocou a jornalista Rose Nogueira, que foi presa política em 1969, quando foi separada do filho que tinha cerca de um mês de vida, e dividiu cela com a presidenta Dilma Rousseff em São Paulo:
— Essa notícia é um horror. Sou uma defensora dos direitos humanos e nunca vou achar um assassinato legal. Me choquei profundamente com o que ele falou aos jornais. Veio logo a lembrança da banalidade do mal. Ele era um assassinato confesso que estava em liberdade. Mas nada justifica isso. Justiça não é isso.
Em nota, a Comissão da Verdade de São Paulo “Rubens Paiva” manifestou “surpresa e preocupação” com o assassinato do ex-coronel do Exército Paulo Malhães.
De acordo com a nota, “as circunstâncias em que ocorreu o assassinato de Paulo Malhães, no interior de sua própria residência, sem que nada tenha sido subtraído e na presença de seus familiares, indicam a necessidade de uma apuração rigorosa e célere dos fatos para que se desvende, o mais rápido possível, a motivação desse crime”.
Procurado pelo GLOBO, o jornalista e escritor Marcelo Rubens Paiva, filho do ex-deputado Rubens Paiva — [supostamente] morto, sob tortura, nas dependências do Doi-Codi do Rio —, afirmou que não tem nada a falar sobre o assassinato do coronel.
encerrando com uma pergunta feita em POST anterior: quem é estúpido o bastante, aloprado o suficiente, para cometer um crime de homicídio, nos dias atuais, para esconder supostos delitos do passado que, caso tenham ocorrido, estão devidamente anistiados?
Molina, que era colecionador de armas, assim como Malhães, foi morto em 4 de novembro, numa tentativa de assalto em Porto Alegre. Na casa dele, foram encontrados documentos sobre o ex-deputado Rubens Paiva.
— Esses dois casos têm que ser profundamente investigados porque aí tem dente de coelho. — afirmou Natalini. — Temos um caso, aqui em São Paulo, de um brigadeiro que entrou em contato com nossa comissão dizendo que queria dar depoimento. Depois, acabou desistindo. O próprio Cláudio Guerra (ex-delegado do DOPS) nos disse em depoimento que estava sofrendo ameaças e teve que viajar a São Paulo escondido para nos ajudar com algumas informações recentemente.
‘Foi queima de arquivo’, diz representantes de vítimas da ditadura
O presidente da Comissão de Mortos e Desaparecidos do governo, Marco Antônio Barbosa, afirmou que, aparentemente, a morte de Malhães foi uma queima de arquivo.
— Aparentemente, pelo noticiário, foi uma queima de arquivo. Diversas violências foram praticadas nesse crime e que, com certeza, tem envolvimento de outras pessoas. É a hipótese que levanto. E acho que, como forma de restauração do direito à verdade, que é o que se discute nesse momento, é fundamental que esse crime seja apurado com a rapidez necessária — disse Barbosa, que defende a presença da Polícia Federal na investigação.
— O que posso dizer é que, no período que a Polícia Federal interveio nos assuntos no Araguaia (nas apurações do que ocorreu na guerrilha), a colaboração foi permanente nas descobertas daqueles episódios. Teve um comportamento exemplar.
O presidente da Comissão Estadual da Verdade do Rio, w.d. por sua vez, acredita que a morte do coronel reformado Paulo Malhães tenha sido queima de arquivo.
— Na minha opinião, é possível que o assassinato do coronel Paulo Malhães tenha sido queima de arquivo. Ele foi um agente importante da repressão política na época da ditadura e era detentor de muitas informações sobre fatos que ocorreram nos bastidores naquela época.
O coronel é ex-agente do Centro de Informações do Exército (CIE) e, em depoimento na Comissão da Verdade, assumiu o envolvimento em torturas, mortes e ocultação de corpos de vítimas da repressão. Foi a primeira vez que se confirmou as práticas de tortura na chamada Casa da Morte, em Petrópolis.
A notícia da morte de Malhães chocou a jornalista Rose Nogueira, que foi presa política em 1969, quando foi separada do filho que tinha cerca de um mês de vida, e dividiu cela com a presidenta Dilma Rousseff em São Paulo:
— Essa notícia é um horror. Sou uma defensora dos direitos humanos e nunca vou achar um assassinato legal. Me choquei profundamente com o que ele falou aos jornais. Veio logo a lembrança da banalidade do mal. Ele era um assassinato confesso que estava em liberdade. Mas nada justifica isso. Justiça não é isso.
Em nota, a Comissão da Verdade de São Paulo “Rubens Paiva” manifestou “surpresa e preocupação” com o assassinato do ex-coronel do Exército Paulo Malhães.
De acordo com a nota, “as circunstâncias em que ocorreu o assassinato de Paulo Malhães, no interior de sua própria residência, sem que nada tenha sido subtraído e na presença de seus familiares, indicam a necessidade de uma apuração rigorosa e célere dos fatos para que se desvende, o mais rápido possível, a motivação desse crime”.
Procurado pelo GLOBO, o jornalista e escritor Marcelo Rubens Paiva, filho do ex-deputado Rubens Paiva — [supostamente] morto, sob tortura, nas dependências do Doi-Codi do Rio —, afirmou que não tem nada a falar sobre o assassinato do coronel.
encerrando com uma pergunta feita em POST anterior: quem é estúpido o bastante, aloprado o suficiente, para cometer um crime de homicídio, nos dias atuais, para esconder supostos delitos do passado que, caso tenham ocorrido, estão devidamente anistiados?
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