Segundo especialistas, a euforia do futebol é maior do que a revolta e a população apoia as ações policiais
Correio Braziliense
Publicação: 15/06/2014 07:25
Superando as expectativas das secretarias de Segurança Pública, nos primeiros dias de bola rolando na Copa do Mundo, apenas a Polícia Militar foi necessária para conter manifestações pontuais.
Nenhum estado, até agora, precisou do reforço das Forças Armadas. De acordo com especialistas, a polícia manteve o controle porque o público dos protestos foi muito pequeno.
O governo federal também avalia que o começo do megaevento transcorreu com “normalidade”, e a expectativa do Planalto é que as manifestações diminuam conforme a equipe canarinho avance no torneio.
Mas, apesar do clima de tranquilidade, confusões pontuais ocorreram em pelo menos cinco cidades sedes — São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Salvador e Belo Horizonte. Ontem, 11 pessoas foram detidas na capital mineira em protesto.
Segundo o Ministério da Defesa, nenhum governador requisitou o reforço das forças de contingência. Vinte e um mil militares foram colocados à disposição das unidades da Federação em caso de tumulto. Para o sociólogo do Observatório Internacional da Democracia Participativa Rudá Ricci não se pode ignorar os recentes confrontos.
Na última quinta-feira, durante a abertura do Mundial, em São Paulo, o batalhão de choque da PM usou balas de borracha e bombas de gás para dispersar manifestantes na Radial Leste e na estação do metrô Tatuapé — principais vias de acesso ao Itaquerão.
“A última coisa que a PM pode fazer é encurralar pessoas em locais fechados. Isso gera pânico e é a principal causa de pisoteamento com mortes em grandes multidões”, criticou.
Na avaliação do governo federal, a atuação da polícia paulista foi correta no sentido de garantir o acesso dos torcedores ao estádio. “O que a PM fez foi evitar a qualquer custo que a manifestação impedisse o direito de quem queria torcer”, comenta o ex-secretário nacional de Segurança Pública coronel José Vicente da Silva.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse que a Polícia Militar “agiu como é seu dever” e “evitou um problema maior” nas ações contra manifestantes.
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