Publicação: 04/07/2014 08:34 Correio Braziliense
As obras na Avenida Dom Pedro I, onde parte do viaduto Guararapes desabou, na tarde de ontem, foram marcadas nos últimos dois anos por denúncias de superfaturamento e atrasos. Incluída em 2010 nas ações de mobilidade para a Copa do Mundo, as obras na via começaram em março do ano seguinte, administrada pela Prefeitura de Belo Horizonte e com recursos do governo federal.
A licitação foi vencida por um consórcio formado
pelas empresas Cowan e Delta, mas em junho de 2012 a construtora Delta
deixou o projeto. Investigações da Polícia Federal apontaram
envolvimento da empresa em escândalos de corrupção ligados ao bicheiro
Carlinhos Cachoeira e denúncias do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e
do Ministério Público Estadual (MPE) apontaram indícios de sobrepreço na
compra de materiais para a obra.
Em abril de 2012, uma auditoria técnica do TCE apontou que as intervenções na avenida tinham indícios de superfaturamento que chegavam a R$ 6 milhões e sobrepreço de quase 350% em alguns itens da construção em relação aos valores de mercado.
Em abril de 2012, uma auditoria técnica do TCE apontou que as intervenções na avenida tinham indícios de superfaturamento que chegavam a R$ 6 milhões e sobrepreço de quase 350% em alguns itens da construção em relação aos valores de mercado.
A Prefeitura de Belo Horizonte fez dois contratos com as
construtoras, que somam R$ 170 milhões. A Delta negou as
irregularidades. A Superintendência de Desenvolvimento da Capital
(Sudecap) informou na época que o relatório seria analisado por técnicos
do órgão e que o parecer do TCE teria sido feito com base em tabela de
preços diferente da usada pela empresa.
As investigações sobre a relação do
bicheiro Carlinhos Cachoeira com o presidente da Delta, Fernando
Cavendish, fizeram com que órgãos públicos revisassem a participação da
construtora em cerca de 300 contratos firmados nos anos anteriores pelo
país. A prefeitura da capital mineira deixou de emitir as faturas de
pagamento das obras do BRT em nome do consórcio.
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Dois meses depois das
denúncias do TCE e do MPE sobre irregularidades nas obras da Pedro I, a
Delta deixou o consórcio. A PBH afirmou que a saída da empresa não
prejudicaria o andamento das obras, previstas para ser entregues em
agosto de 2013.
Atrasos
O andamento das obras empacou nas negociações entre a prefeitura e os moradores vizinhos da via. Em 2013, os desentendimentos entre proprietários de imóveis na região e os órgãos municipais fizeram com que as disputas fossem levadas à Justiça. Quando as primeiras máquinas começaram a demolir construções no entorno da avenida, associações de moradores e comerciantes acionaram a Justiça pedindo a paralisação da obra. No ano passado, a Sudecap revisou os valores das indenizações pagas aos moradores e as intervenções retomaram.
As desapropriações foram apontadas pelo prefeito Marcio Lacerda (PSB) como principal entrave no cronograma da obra. Em abril, ele admitiu que os prazos tiveram que ser revistos várias vezes por causa das negociações sobre os ressarcimentos dos imóveis desapropriados, mas afirmou que a obra continuaria em ritmo acelerado.
Atrasos
O andamento das obras empacou nas negociações entre a prefeitura e os moradores vizinhos da via. Em 2013, os desentendimentos entre proprietários de imóveis na região e os órgãos municipais fizeram com que as disputas fossem levadas à Justiça. Quando as primeiras máquinas começaram a demolir construções no entorno da avenida, associações de moradores e comerciantes acionaram a Justiça pedindo a paralisação da obra. No ano passado, a Sudecap revisou os valores das indenizações pagas aos moradores e as intervenções retomaram.
As desapropriações foram apontadas pelo prefeito Marcio Lacerda (PSB) como principal entrave no cronograma da obra. Em abril, ele admitiu que os prazos tiveram que ser revistos várias vezes por causa das negociações sobre os ressarcimentos dos imóveis desapropriados, mas afirmou que a obra continuaria em ritmo acelerado.
“Vamos ter alguma correria no final da Pedro I, onde as obras
se atrasaram devido a problemas jurídicos de desapropriação. Temos um
ponto crítico na última estação da Pedro I, mas vamos trabalhar dia e
noite para que tudo funcione a contento”, disse Lacerda.
Em maio, a PBH apresentou um plano B para operar o sistema do BRT na Pedro I. Sem a entrega de todas as etapas da obra, a alternativa foi elaborar uma operação dimensionada para o número de estações que ficaram prontas.
Em maio, a PBH apresentou um plano B para operar o sistema do BRT na Pedro I. Sem a entrega de todas as etapas da obra, a alternativa foi elaborar uma operação dimensionada para o número de estações que ficaram prontas.
As
ações nas pistas que recebem os ônibus e as estações de transferência
para os usuários ficaram prontas, mas os viadutos que não foram
entregues continuaram com as obras em andamento, com previsão de
conclusão no segundo semestre.
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