segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Moradores reclamam de falta d'água durante incêndio em favela de SP


08/09/2014 08h45 - Atualizado em 08/09/2014 08h49


Bombeiros negam e dizem terem sido recebidos a tiros e pauladas.
Sabesp diz que manutenção de hidrante é responsabilidade da Prefeitura.

Do G1 São Paulo
Moradores reclamaram de falta durante o incêndio que destruiu uma favela na Avenida Jornalista Roberto Marinho, esquina com a Rua Cristovão Pereira, no Campo Belo, Zona Sul de São Paulo. O comandante da operação do Corpo de Bombeiros negou que problema de abastecimento tivesse prejudicado a contenção das chamas e relatou que bombeiros foram ameaçados.

A Defesa Civil estima que cerca de 600 famílias ficaram desalojadas. De acordo com o Bom Dia São Paulo, três horas após o início do incêndio os trabalhos foram interrompidos por causa da falta de água. Vizinhos disseram ter ficado sem água durante todo o domingo e que o problema acontece com frequência na região.



 “Falta água quase todo dia. Moro lá do outro lado e na minha casa não tem água”, disse a auxiliar administrativo Elisangela Santos.


local do incêndio
Moradores afirmaram ainda que os primeiros caminhões dos bombeiros chegaram sem água. “Como eles mandam dois caminhões vazios?”, indagou a moradora. 


A entregadora de panfletos Ellen da Costa também disse ter presenciado a chegada dos bombeiros. “Quando eles chegaram não tinha água. Eles não tinham com o que apagar”, afirmou.

Os moradores disseram que um hidrante localizado próximo à comunidade apresentava problemas há dois anos. “O hidrante está com problema desde que foi instalado”, disse uma moradora. A Sabesp foi chamada para resolver o problema.



Bombeiros que não quiseram gravar entrevista disseram à reportagem que a estiagem tem prejudicado os trabalhos de combate ao fogo na cidade, mas o coronel Sérgio Moretti, comandante da operação do Corpo de Bombeiros, negou. Ele disse que as mangueiras ficaram secas só por alguns momentos até que outros caminhões cheguem e a estratégia de combate seja estabelecida.

“Em hipótese alguma a falta d´água atrapalhou. Não houve falta d´água. Foi uma adaptação para montar a estratégia adequada para fazer o combate”, declarou.


O coronel Moretti afirmou ainda que traficantes impediram de trabalhar os primeiros bombeiros a chegarem à favela na noite de domingo. Um deles chegou a levar uma coronhada. A Tropa de Choque da Polícia Militar foi chamada para garantir a segurança dos bombeiros.
“Quando as viaturas chegaram foram recebidas a pauladas e teve caso de tiros em cima da viatura do corpo de bombeiros”, afirmou o coronel.


A Sabesp disse que o abastecimento de água na região estava normal e que ligações clandestinas prejudicam o fornecimento. A companhia afirmou que cabe à Prefeitura a manutenção dos hidrantes. A administração municipal vai apurar o que aconteceu. 


Trânsito
Por causa do incêndio, algumas vias no entorno da favela foram interditadas. Nove linhas de ônibus foram desviadas e dois pontos seguiam interditados nesta manhã.

Os motoristas que circulam pela Avenida Jornalista Roberto Marinho e desejam acessar a Avenida Washington Luís, no sentido bairro, devem seguir pela Rua Joaquim Nabuco, virar à direita na Rua Vicente Leporace, voltando ao caminho original. 


Já os condutores que circulam pela Avenida Washington Luís no sentido Centro podem acessar as ruas Laplace, Vicente Leporace e a Avenida Jornalista Roberto Marinho.
Bombeiros combatem chamas após incêndio em favela na Zona Sul (Foto: Reginaldo Castro/Estadão Conteúdo)Bombeiros combatem chamas após incêndio em favela na Zona Sul
Fogo destrói barracos na Rua Vicente Leporace (Foto: Megui Donadoni/G1)Fogo destrói barracos na Rua Cristóvão Pereira
Incêndio em barracos no sentido marginal Pinheiros da Roberto Marinho. Motoristas e moradores da região observam as chamas  (Foto: Megui Donadoni/G1)Incêndio em barracos no sentido marginal Pinheiros da Roberto Marinho ocorreu próximo a estruturas do monotrilho ainda em fase de construção na via.
 

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