Publicado: 8 de setembro de 2014 às 0:00 - Atualizado às 8:56
Pelo menos até agora, ninguém ficou chocado com os nomes de políticos revelados na delação premiada do ex-diretor da Petrobras, Paulo
Roberto Costa. São deputados, senadores, governadores e dirigentes
partidários há muito envolvidos em denúncias que, mesmo pouco
explicadas, levam-nos à conclusão de sempre: são bandidos.
Vale esperar pela divulgação da lista completa para saber da existência de surpresas, ou seja, de supostos arcanjos na realidade demônios.
O que emerge dessa nova temporada de corrupção explícita é a certeza de que o mensalão não morreu. Transfigurou-se. Nos tempos do Lula, os partidos que apoiavam seu governo recebiam propinas engendradas por uma quadrilha formada por bancos, publicitários e altos funcionários do palácio do Planalto.
No governo Dilma, mudaram as fontes de irrigação do Congresso com dinheiro podre: agora são a Petrobras e as empreiteiras de obras públicas, mas os beneficiários continuam os mesmos: os partidos da base oficial.
Certamente mais amplo, esse novo capítulo da corrupção deslavada aprendeu com os erros anteriores. Agora são contratos superfaturados das atividades da empresa estatal com empresas privadas, com 3% distribuídos pelos políticos, destinados a garantir para o palácio do Planalto maioria no Congresso.
Com passagem pela caixa dos partidos e para o bolso de parlamentares e servidores públicos.
Livrou-se o Lula, alegando nada saber do mensalão. Deve livrar-se Dilma, com o argumento de ignorar o que se passava nos desvãos da Petrobras. O diabo é que são os mesmos: PT, PMDB, PP, PR, PTB e outros enfiados até o pescoço na lambança da garantia de votos. Os números por enquanto variam: 49 ou 62 deputados? Dois ou quatro governadores? Doze ou quinze senadores? Um ou cinco ministros?
Não se incluirá as empreiteiras no rol das vítimas, coitadinhas que se não cedessem à chantagem perderiam seus contratos. Pelo contrário, lucraram como nunca ao superfaturar o preço de suas obras.
Metade para os políticos, metade para elas?
Não escapa ninguém dessa pantomima, a começar pelo PT, que teve seu primeiro tesoureiro, Delúbio Soares, condenado e hoje na cadeia por envolvimento no mensalão.
Agora, seu sucessor, João Vaccari Neto, ainda solto. No episódio inicial foi necessário o tacape do então presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa.
Aguarda-se a borduna de Ricardo Lewandowski, mas garantir, quem garante?
Até os presidentes da Câmara e do Senado aparecem na delação premiada do meliante comprovadamente tendo enviado 23 milhões para contas secretas na Suiça, felizmente congeladas por iniciativa do governo daquele país.
Fazer o quê? Fechar a Petrobras, outrora motivo de orgulho de todos nós? Extinguir os partidos políticos? Decretar o recesso do Congresso? Votar o impedimento de Dilma Rousseff, por omissão evidente? Chamar de volta os militares, que tanto mal causaram às instituições democráticas?
Melhor seria convocar o Padre Eterno, com direito à presença de Jeová, Alá, Tupã, Isis, Osíris, Júpiter, Zeus e quem mais mereça em pouco de fé, fazendo-LHES um desesperado apelo: de novo, o dilúvio…
Vale esperar pela divulgação da lista completa para saber da existência de surpresas, ou seja, de supostos arcanjos na realidade demônios.
O que emerge dessa nova temporada de corrupção explícita é a certeza de que o mensalão não morreu. Transfigurou-se. Nos tempos do Lula, os partidos que apoiavam seu governo recebiam propinas engendradas por uma quadrilha formada por bancos, publicitários e altos funcionários do palácio do Planalto.
No governo Dilma, mudaram as fontes de irrigação do Congresso com dinheiro podre: agora são a Petrobras e as empreiteiras de obras públicas, mas os beneficiários continuam os mesmos: os partidos da base oficial.
Certamente mais amplo, esse novo capítulo da corrupção deslavada aprendeu com os erros anteriores. Agora são contratos superfaturados das atividades da empresa estatal com empresas privadas, com 3% distribuídos pelos políticos, destinados a garantir para o palácio do Planalto maioria no Congresso.
Com passagem pela caixa dos partidos e para o bolso de parlamentares e servidores públicos.
Livrou-se o Lula, alegando nada saber do mensalão. Deve livrar-se Dilma, com o argumento de ignorar o que se passava nos desvãos da Petrobras. O diabo é que são os mesmos: PT, PMDB, PP, PR, PTB e outros enfiados até o pescoço na lambança da garantia de votos. Os números por enquanto variam: 49 ou 62 deputados? Dois ou quatro governadores? Doze ou quinze senadores? Um ou cinco ministros?
Não se incluirá as empreiteiras no rol das vítimas, coitadinhas que se não cedessem à chantagem perderiam seus contratos. Pelo contrário, lucraram como nunca ao superfaturar o preço de suas obras.
Metade para os políticos, metade para elas?
Não escapa ninguém dessa pantomima, a começar pelo PT, que teve seu primeiro tesoureiro, Delúbio Soares, condenado e hoje na cadeia por envolvimento no mensalão.
Agora, seu sucessor, João Vaccari Neto, ainda solto. No episódio inicial foi necessário o tacape do então presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa.
Aguarda-se a borduna de Ricardo Lewandowski, mas garantir, quem garante?
Até os presidentes da Câmara e do Senado aparecem na delação premiada do meliante comprovadamente tendo enviado 23 milhões para contas secretas na Suiça, felizmente congeladas por iniciativa do governo daquele país.
Fazer o quê? Fechar a Petrobras, outrora motivo de orgulho de todos nós? Extinguir os partidos políticos? Decretar o recesso do Congresso? Votar o impedimento de Dilma Rousseff, por omissão evidente? Chamar de volta os militares, que tanto mal causaram às instituições democráticas?
Melhor seria convocar o Padre Eterno, com direito à presença de Jeová, Alá, Tupã, Isis, Osíris, Júpiter, Zeus e quem mais mereça em pouco de fé, fazendo-LHES um desesperado apelo: de novo, o dilúvio…
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