07/09/2014 16h04
- Atualizado em
07/09/2014 17h13
Candidato do PSDB disse que 'aparelhamento' é marca de governos do PT.
Dilma disse em Brasília que denúncias não lançam suspeita sobre governo.
O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves,em São Gonçalo (RJ)
O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, afirmou
neste domingo (7), durante encontro com evangélicos em São Gonçalo (RJ),
na região metropolitana do Rio de Janeiro, que não dá para dizer que a
presidente Dilma Rousseff "não sabia" de suposto esquema de pagamento de
propinas oriundas de contratos com fornecedores da Petrobras. O
presidenciável tucano ressaltou que o "aparelhamento do Estado" se
tornou marca dos governos petistas."Não dá pra dizer que [Dilma] não sabia de nada. Esse é o resultado mais perverso daquela que, para mim, é a pior das marcas do governo do PT, o aparelhamento do Estado Brasileiro. O PT, para se manter no poder, esqueceu aquilo que pregava e até as boas intenções que provavelmente já teve em algum momento", disse o candidato do PSDB no ato político em São Gonçalo.
Reportagem da edição deste fim de semana da revista "Veja" afirma que o ex-diretor de Refino e Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa revelou em depoimentos ao Ministério Público Federal (MPF), na superintendência da Polícia Federal em Curitiba, que três governadores, seis senadores, um ministro e, pelo menos, 25 deputados federais foram beneficiados com pagamentos de propinas oriundas de contratos com fornecedores da estatal.
Segundo a publicação, Costa citou, entre outros políticos, os nomes da governadora Roseana Sarney (Maranhão) e dos ex-governadores Sérgio Cabral (Rio) e Eduardo Campos (Pernambuco); do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão; dos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR) e Ciro Nogueira (PP-PI); e dos deputados Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), Cândido Vacarezza (PT-SP), Mário Negromonte (PP-BA) e João Pizzolatti (PP-SC). Os políticos mencionados na reportagem negam envolvimento no esquema de pagamento de propina na Petrobras.
Durante na região metropolitana da capital fluminense, Aécio voltou a chamar o caso, como havia dito neste sábado (2), de "Mensalão 2". Segundo ele, empresas públicas se submeteram ao projeto político do PT.
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"O que estamos assistindo a partir dessas denúncias, e aguardamos que
outras informações possam vir, mas essas denúncias mostram que o
Mensalão não acabou, ou pelo menos se criou o Mensalão 2 durante todo
esse período de governo do PT. As empresas públicas se submeteram a um
projeto de poder", declarou.Aécio Neves afirmou durante entrevista coletiva, ver com "cautela" as denúncias envolvendo a estatal do petróleo e defendeu a apuração das informações apresentadas por Paulo Roberto Costa ao MPF. O candidato do PSDB sugeriu também que o ex-diretor da Petrobras volte a prestar depoimento à Comissão Parlametnar Mista de Inquérito (CPMI) instalada no Congresso para dizer, "de forma muito clara", como funcionava o suposto esquema.
"Não condeno previamente ninguém, mas que existia, segundo o diretor mais importante da empresa [Petrobras], uma organização criminosa funcionando dentro dela durante todo esse período de governo, isso parece que é, segundo a Polícia Federal, um fato inquestionável. E é uma empresa que teve sempre atenção muito próxima da presidente da República", destacou..
Dilma
Neste domingo, durante entrevista coletiva no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República, Dilma Rousseff comentou as denúncias publicadas na revista "Veja", ressaltando que não geram suspeita sobre o governo federal.
"[A denúncia revelada pela revista] não lança suspeita nenhuma sobre o governo, na medida em que ninguém do governo foi oficialmente acusado. E, quero dizer, o governo tem tido, em relação a esta questão, uma posição extremamente clara. Aliás, foram órgãos do governo que levaram a essa investigação, foi a PF [Polícia Federal], não caiu do céu", disse Dilma.
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