sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Ao centrar fogo na Marina, PT acha fácil derrotar Aécio no segundo turno


Jorge Oliveira
Publicado: 2 de outubro de 2014 às 22:01 - Atualizado às 22:02

Vitória – A Dilma só não acusou a Marina até agora de explodir as torres gêmeas de Nova Iorque.  
Agora mesmo mostra a candidata na companhia de políticos tradicionais, aliando-a aos velhos caciques. Mas no meu entender do vale tudo da campanha presidencial, o PT está escolhendo o adversário errado para o segundo turno. Detona a Marina e escolhe o Aécio para o segundo turno. Acha mais fácil ganhar dele, como vem ocorrendo nas últimas três eleições quando os tucanos sempre caem na reta final.

Aécio sobe lentamente, mas sobe. Ameaça atropelar a Marina na reta final e disputar o segundo turno com a Dilma. As pesquisas mostram que o candidato tucano está em curva ascendente depois que escalou o frágil governo da Dilma para concentrar suas críticas. Enquanto isso, a Dilma mira na Marina de quem já tirou alguns votos úteis depois do esfriamento da tragédia de Eduardo Campos. Com um discurso pobre e fragilizado para quem disputa uma eleição presidencial, a Marina  assiste seus votos migrarem para a presidente e um pouquinho para Aécio. Só que esse pouquinho pode levar Aécio ao segundo turno e embalar a sua campanha na euforia de quem pode derrubar o PT.

A situação do Aécio não é confortável. Ele tem que brigar, pontuar o  discurso nos debates da TV aberta e partir para o ataque já que não existem desde esta sexta-feira os programas obrigatórios da televisão e no rádio. Resta agora a Aécio torcer para que os indecisos corram para o seu lado viabilizando a sua candidatura que não cresceu o suficiente no tempo normal do guia eleitoral.

As pesquisas mostram uma boa quantidade de indecisos, a rejeição descomunal da Dilma – em São Paulo são mais de 50% – e a fragilidade da Marina com seu discurso de flagelado para quem pretende liderar um país. Se quiserem ter alguma chance, Aécio e Marina precisam partir para o ataque contra a Dilma denunciando o seu governo como um dos maios corruptos da história republicana. Caso contrário, Dilma poderá ganhar no segundo turno prognóstico que contraria todas as atuais previsões, mas que é possível. O próprio Palácio do Planalto não conta com essa possibilidade, mas continua a trabalhar para que isso aconteça para alívio da petezada que quer permanecer no poder.

O PT tem medo do Aécio pelo seu poder de articulação. Mas ao mesmo tempo quer os tucanos disputando o segundo turno porque os discursos são antagônicos e de fáceis compreensão do eleitorado – o governo das privatizações (o neoliberal) e o estatizante (os atrasados) – que termina numa eleição plebiscitária. No caso da Marina, o PT teria dificuldades para identificar as idéias da candidata e as suas propostas messiânicas. Assim, a estratégia de combate a sua candidatura no segundo turno seriam mais difíceis de ser identificadas.

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