sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Camargo e Corrêa pagou R$ 37,7 milhões a doleiro, diz jornal


Petrolão
Camargo Corrêa pagou R$ 37,7 milhões ao doleiro Youssef

Publicado: 2 de outubro de 2014 às 19:18 - Atualizado às 20:26

Doleiro Alberto Yousseff, preso na Operação Lava Jato, suspeito de chefiar um esquema de lavagem de dinheiro. (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)
Doleiro Alberto Yousseff, preso na Operação Lava Jato, suspeito de chefiar um esquema de lavagem de dinheiro. 

O consórcio CNCC, liderado pela Camargo Corrêa, pagou R$ 37,7 milhões a
empresas fantasmas do doleiro Alberto Yousseff, preso pela Polícia Federal na .
Laudos da PF apontam que as empresas Sanko Sider e Sanko Serviços foram
usadas como intermediárias no esquema. As informações são do jornal Folha
de S. Paulo.

A Sanko teria recebido R$ 38,75 milhões do consórcio por serviços em que há
“fortes indícios” que não foram prestados, diz o documento. A empresa repassou,
entre outubro de 2010 e dezembro de 2013, R$ 37,73 milhões a MO Consultoria
e a GFD Investimentos, todas as duas controladas por Youssef.

De acordo com o jornal, procuradores que atuam na Lava Jato afirmam que os
pagamentos recebidos pelas empresas do doleiro eram repasse de propina.
A acusação é endossada por dois réus e uma testemunha que afirmaram à
Justiça que os contratos assinados pelas empresas de Youssef eram só uma
forma de justificar a entrada do dinheiro, já que os serviços nunca foram prestados.

A Camargo Corrêa fez pagamentos diretos à Sanko, sem intermédio do consórcio,
que foram repassados à Youssef. No fim de julho de 2009, a Sanko Sider receber
R$ 3,6 milhões da Camargo Corrêa pelo fornecimento de tubos e prestação de
serviços. Em 31 de julho e 1 de outubro, a MO Consultoria recebeu R$ 3,2 milhões
 da Sanko.

A certificação da Sanko para se tornar fornecedora da Petrobras também teria
sido fraudada. De acordo com a Polícia Federal, a estatal aceitava avaliar a Sanko
usando documentos de outra empresa, a Cia Mecânia Auxiliar. A Sanko detém um
terço das ações da empresa, não configurando como controladora.

O consórcio CNCC e a Camargo Corrêa não se pronunciaram até o momento.
A Sanko diz que “não houve superfaturamento e o nosso trabalho se deu dentro
da lei e da ética comercial”. Veja a nota da íntegra:


Nota oficial Sanko-Sider


Comentário sobre laudos apresentados hoje, 2 de outubro, pela Justiça 

Federal do Paraná

Esclarecimento e informações

Grupo Sanko-Sider

A perícia em questão foi solicitada pela própria defesa da Sanko-Sider. Acabamos
 de tomar conhecimento dos resultados destes laudos, que estão sob segredo de Justiça;
portanto, ainda os
analisaremos mais demoradamente. Definitivamente, não são conclusivos, porque
relativos, conforme declararam em seu relatório os próprios peritos da Polícia, a
uma análise baseada apenas em amostragem.  
Garantimos que o cadastro de nossa empresa sempre esteve alinhado com a 
Petrobras e todas as suas exigências e normas estabelecidas. Refutamos
 severamente qualquer afirmação precipitada, afoita e leviana, que falseie as
informações cadastrais de nossas empresas e extrapolem aquilo que está claramente
inscrito nas conclusões deste relatório.

A conclusão demonstra o que afirmamos desde o início dessa investigação:  
não houve superfaturamento e o nosso trabalho se deu dentro da lei e da ética
comercial.

Sanko-Sider é uma empresa conceituada, regularmente constituída há 18 anos e
reconhecida por suas práticas corretas de importação e comércio. Vende tubos de
aço, flanges e conexões de alta qualidade aos diversos segmentos do mercado,
notadamente os especializados em óleo e gás. Todas as suas vendas se dão por
meio de contratos legítimos; os pagamentos ocorrem pelo sistema bancário,
contra notas fiscais devidamente contabilizadas e tributadas. Desde o início
 das investigações, a Sanko-Sider tem prestado e continuará prestando todos os
esclarecimentos solicitados pela Justiça Federal, com documentos e declarações.

Assessoria de Imprensa do Grupo Sanko-Sider
2 de outubro de 2014

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