Com uma dívida de R$ 440 milhões e baixa produtividade, a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo devolverá quatro hospitais e um centro psiquiátrico à Secretaria de Estado da Saúde.
Em até 45 dias, os hospitais Penitenciário, na capital, Geral de Guarulhos, Estadual de Francisco Morato e Estadual de Franco da Rocha, e o Centro Integral em Saúde Mental de Franco da Rocha terão novos gestores.
A decisão foi selada nesta quinta-feira (2) em reunião entre o secretário David Uip e o novo superintendente da Santa Casa, Irineu Massaia. A medida será anunciada nesta sexta-feira (3).
A pasta deverá afirmar que está garantida a continuidade dos atendimentos e a manutenção dos 4.100 funcionários que atuam nas unidades. O orçamento somado dos quatro hospitais e do centro é de R$ 311,1 milhões.
ORGANIZAÇÃO SOCIAL
A maior entidade filantrópica da América Latina geria as unidades pelo modelo de Organização Social (OS).
Segundo esse tipo de contrato, entidades sociais sem fins lucrativos são pagas para cuidar de unidades e prestar serviços de saúde.
A Folha apurou que a nova gestão da Santa Casa identificou o não repasse pela antiga superintendência de R$ 42 milhões a todas as unidades geridas como OSs.
Esse débito foi incluído no "pacote de sobrevivência" apresentado pela administração da Santa Casa à Secretaria da Saúde na terça (30).
O diagnóstico de dificuldades financeiras e má gestão facilitou o acordo para a devolução das unidades.
Em entrevista à Folha há uma semana, Massaia disse ser preferível concentrar esforços a tentar gerir cada vez mais unidades.
Em seis anos, a Santa Casa expandiu de 12 para 39 unidades administradas. "Não quero ser megalomaníaco", disse Massaia na ocasião.
A avaliação na secretaria é que a crise na Santa Casa prejudica o atendimento.
CAPACIDADE
As cinco unidades possuem um total de 768 leitos.
Entre janeiro e agosto deste ano, realizaram 10,5 mil internações, 5.800 cirurgias, 95,2 mil atendimentos de urgência e emergência, 74 mil atendimentos ambulatoriais e 30,3 mil exames.
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