Derrotado na eleição presidencial de outubro, o senador Aécio Neves
(PSDB-MG) voltou ao Senado na tarde desta terça-feira acompanhado por
cerca de 600 militantes tucanos. Logo na entrada, Aécio afirmou que a
derrota para a presidente Dilma Rousseff fortalece na oposição e se
declarou "revigorado" com o retorno após uma semana de folga: "O governo
da presidente Dilma venceu as eleições perdendo e eu e a Marina Silva
(PSB) perdemos vencendo".
Na rápida
entrevista que deu no corredor de acesso ao plenário da Casa, Aécio
Neves criticou a forma como o governo Dilma atuou durante a campanha
eleitoral. Segundo ele, os ataques do PT inviabilizam um diálogo
produtivo entre a base aliada e a oposição. "Esse governo, pela forma
como agiu na campanha eleitoral, de uma forma absolutamente
desrespeitosa e absolutamente temerária em relação aos beneficiários de
programas sociais, que estiveram permanentemente ameaçados de perder os
benefícios se nós vencêssemos as eleições, não os legitimam para uma
proposta de diálogo sem que o conteúdo das propostas seja conhecido",
disse o senador.
Por diversas vezes, o tucano
aproveitou para cutucar a petista: "A presidente Dilma deve tomar muito
cuidado, senão seu governo chega no dia primeiro de janeiro com cheiro
de fim de festa".
Economia
Aécio
sinalizou que uma das bandeiras que pretende carregar na volta ao
Senado passa pela "transparência na economia", o combate à corrupção e a
cobrança de melhoria dos indicadores sociais. "Seremos intérpretes da
pauta da sociedade brasileira. O Brasil discutiu uma agenda, que passa
pela transparência na economia, a melhoria dos nossos indicadores
sociais, por uma investigação profunda e dura de todas as denúncias que
aí estão a pulular todos os dias. Essa é a agenda da sociedade
brasileira, nós vamos estar prontos para defendê-la", destacou.
O
tucano fez questão de exaltar a liberdade de imprensa como uma das suas
principais linhas de atuação no Parlamento. Ele também ressaltou que é
um defensor "intransigente" da democracia. "A nossa posição será sempre
em defesa intransigente da democracia, das liberdades, contra qualquer
tentativa de cerceamento da liberdade de imprensa e de quaisquer outras
liberdades, sejam coletivas ou individuais", disse. Ao final da
entrevista, Aécio disse que não faria um pronunciamento na tribuna do
Senado hoje. Ele subiu para seu gabinete, que fica no Anexo I da Casa.
Logo
depois, ele se reuniu com aliados em seu gabinete, para discutir como
será a atuação do PSDB no Congresso após as eleições. Um dos temas em
pauta é a eleição para a presidência da Câmara e do Senado no ano que
vem. A avaliação dos presentes, entre eles o líder do PSDB na Câmara,
deputado Antônio Imbassahy (BA), é que a oposição saiu fortalecida das
urnas e voltará ao Congresso com mais poder do que durante o primeiro
mandato da presidente Dilma Rousseff (PT).
Em
uma avaliação de como o partido precisa se organizar para chegar
fortalecido em 2018, Aécio disse que será preciso manter a mobilização
vista durante a eleição, principalmente entre os mais jovens. Segundo o
senador, o PSDB tem de incentivar a juventude tucana a disputar os
diretórios acadêmicos para fazerem o debate político dentro das
universidades. "Não podemos deixar isso desidratar", afirmou. (Estadão)
Nenhum comentário:
Postar um comentário