quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Congresso Maioria dos integrantes da CPI recebeu doação de empreiteiras investigadas

VEJA

33 dos 58 membros da comissão obtiveram recursos eleitorais das construtoras alvo da Lava Jato. Líderes petistas foram os mais beneficiados

Gabriel Castro, de Brasília
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Executivos presos na sétima fase da Operação Lava Jato, são liberados pela Polícia Federal, na noite desta terça-feira (18/11), na sede da Polícia Federal em Curitiba





Executivos presos na sétima fase da Operação Lava Jato, são liberados pela Polícia Federal, na noite desta terça-feira (18/11), na sede da Polícia Federal em Curitiba - Junior Pinheiro/Folhapress


Levantamento do site de VEJA mostra que 33 dos 58 integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras já receberam doações de campanha de empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato da Polícia Federal. A impressionante engrenagem financeira atingida pelas investigações expôs a estreita ligação entre grandes contrutoras e políticos. De acordo com os investigadores, parte dos valores desviados da Petrobras era doada legalmente durante as campanhas. E, embora a simples doação não signifique que o político contemplado tenha cometido alguma irregularidade, a dimensão da lista de parlamentares beneficiados pelo setor chama a atenção.



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Mais do que contabilizar o valor doado, o levantamento tem como objetivo mensurar a influência das empreiteiras entre os que integram a comissão que tem a missão de investigá-las. Por isso, a tabela priorizou os dados de 2014. No caso dos parlamentares que não foram beneficiados por uma dessas empresas na eleição deste ano, foi feita uma segunda checagem: a das finanças da campanha que garantiu a eles o atual mandato - em 2010 ou, no caso de alguns senadores, 2006.



A conclusão é essa: dezessete dos 31 titulares e dezesseis dos 27 suplentes da CPI receberam recursos dessas companhias. É uma bancada suprapartidária. Mas dois petistas parecem ser os preferidos das grandes construtoras. O senador José Pimentel (PT-CE) obteve 1 milhão de reais da Camargo Correa na eleição que lhe garantiu o atual mandato, quatro anos atrás. O parlamentar é líder do governo no Congresso. Também em 2010, o atual líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), recebeu 1 milhão de reais da Camargo Correa, 500.000 reais da OAS e 30.000 reais da Galvão Engenharia. São os maiores valores dentre todas as doações compiladas pelo site de VEJA.

Titulares

Senadores

Gim Argelo (PTB-DF) 712.500 reais da Andrade Gutierrez, em 2014
Ciro Nogueira (PP-PI) 150.000 reais da Camargo Corrêa, em 2010.
José Pimentel (PT-CE) 1 milhão de reais da Camargo Corrêa, em 2010
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) 500.000 reais da Camargo Corrêa, em 2010
Humberto Costa (PT-PE) 1 milhão de reais da Camargo Corrêa, 500.000 reais da OAS e 30 000 reais da Galvão Engenharia, em 2010
Antonio Aureliano (PSDB-MG) 40.000 da Odebrecht em 2006, quando se elegeu suplente de Eliseu Resende
Mário Couto (PSDB-PA) 4.874 reais da Queiroz Galvão, em 2014
Jayme Campos (DEM-MT) 25.000 reais da Camargo Corrêa, em 2006

Deputados

Marco Maia (PT-RS) 50.000 reais da Mendes Júnior e 30.000 reais da Galvão Engenharia, em 2010
Sibá Machado (PT-AC) 25.000 reais da OAS e 95.000 da Engevix, em 2014
Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) 732.000 da OAS, em 2014
José Carlos Araújo (PSD-BA) 16.974 reais da OAS, em 2014
Antonio Imbassahy (PSDB-BA) 76.875 reais da UTC e 250.000 da OAS, em 2014
Rodrigo Maia (DEM-RJ) 300.000 reais da UTC, em 2010
Júlio Delgado (PSB-MG) 200.000 reaisda Andrade Gutierrez, 100.000 reais da Queiroz Galvão e 80.000 reais da Odebrecht, em 2014
Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) 2.343 reais da Engevix, em 2014
Enio Bacci (PDT-RS) 50.000 reais da Queiroz Galvão, em 2014

Suplentes

Senadores

Inácio Arruda (PCdoB-CE) 100.000 reais da Camargo Corrêa, em 2006
Ana Rita (PT-ES) 75.000 reais da Mendes Júnior em 2006, quando se elegeu como suplente na chapa de Renato Casagrande
Paulo Paim (PT-RS) 2.000 reais da Queiroz Galvão, em 2010
Wellington Dias (PT-PI) 350.000 reais da OAS e 200.000 da UTC, em 2014.
Flexa Ribeiro (PSDB-PA) 100.000 da Galvão Engenharia, em 2010
Blairo Maggi (PR-MT) 25.000 da Camargo Corrêa, em 2010

Deputados

Iriny Lopes (PT-ES) 190.000 reais da Andrade Gutierrez, 95.000 reais da OAS e 95.000 reais da Queiroz Galvão, em 2014
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) 500.000 da Camargo Corrêa, em 2010
Jaime Martins (PSD-MG) 200.000 reais da Andrade Gutierrez, em 2014
Izalci (PSDB-DF) 150.000 reais da Odebrecht, em 2014
José Otávio Germano (PP-RS) 100.000 reais da Queiroz Galvão, em 2014
Onyx Lorenzoni (DEM-RS) 200.000 reais da Andrade Gutierrez, em 2014
João Carlos Bacelar (PR-BA) 3.276 reais da OAS e 2.855 reais da UTC, em 2014
Augusto Coutinho (SD-PE) 30.000 reais da Odebrecht em 2014
Antonio Brito (PTB-BA) 4.437 reais da OAS e 2 855 da UTC, em 2014
Marcos Rogério (PDT-RO) 100.000 reais da Queiroz Galvão, em 2014

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