quarta-feira, 19 de novembro de 2014
Lula, Dilma e Pimentel em Montes Claros: fraude eleitoral comprovada.
A Polícia Federal (PF) deflagrou nessa terça-feira (18) a operação
“Curinga” com o intuito de coibir fraude nos cofres da Previdência
Social no Norte de Minas. No curso das investigações, a PF deparou-se
com fortes indícios de crime eleitoral em benefício de candidatos da
coligação do PT. Dessa forma, a operação policial será desmembrada.
Isso porque os nomes dos deputados petistas Reginaldo Lopes, reeleito
para a Câmara dos Deputados e cotado para assumir o Ministério da
Educação, e do deputado estadual Paulo Guedes foram citados no relatório
parcial da PF. O envolvimento dos parlamentares com a quadrilha do INSS
foi descartado, mas eles podem ter sido beneficiados eleitoralmente.
O esquema de fraude na Previdência foi montado dentro da prefeitura e
da Câmara Municipal de Monte Azul. O escritório do INSS em Espinosa,
cidade localizada a 40 Km de Monte Azul, foi utilizado pelo bando. Os
principais políticos de Monte Azul estão diretamente envolvidos com o
rombo nos cofres da Previdência, estimado em R$ 200 mil, e com os crimes
eleitorais. Entre eles, o vice-prefeito, três vereadores, três
secretários da prefeitura, além do sindicato de trabalhadores rurais da
cidade, todos eles ligados ao PT. A partir de documentação forjada, o
grupo conseguia aposentadoria para pessoas que nunca foram trabalhadores
rurais.
O Hoje em Dia teve acesso aos documentos e aos grampos
telefônicos da investigação. De acordo com o inquérito, benefícios
previdenciários, materiais de construção, combustível, além de cadastros
do Bolsa Família, auxílio-doença, Programa Nacional de Fortalecimento
da Agricultura Familiar (Pronaf) e até dentaduras foram oferecidos em
troca de voto.
Além da Zona da Mata, o Norte de Minas foi a região na qual a
presidente reeleita, Dilma Rousseff (PT) obteve maior vantagem perante o
tucano Aécio Neves, seu principal oponente. Em Monte Azul, por exemplo,
Dilma obteve 76% dos votos da cidade, enquanto Aécio ficou com 14%.
Guedes e Lopes conquistaram 30% dos votos válidos do município. Lopes
foi o mais votado, e Guedes, o segundo.
Em um dos grampos telefônicos, o vereador Geraldo Moreira dos Anjos, o
Ladim (PT), foi flagrado orientando o eleitor Flávio Custódio Teixeira a
votar nos candidatos do PT. O vereador petista, segundo o inquérito,
intermediou a inclusão da mulher de Teixeira na lista do Bolsa Família. A
inclusão dela no cadastro será investigada, já que a maioria das
benesses, especialmente os programas de transferência de renda e as
aposentadorias, foram destinadas a pessoas que não poderiam ser
contempladas.
Em outro diálogo, o vice-prefeito de Monte Azul, Antônio Idalino, o
Toninho da Barraca (PT), foi pego autorizando o caminhão-pipa da cidade a
fornecer água para uma piscina na casa de um eleitor. Numa outra
conversa, o petista determina que a dentista da prefeitura faça
dentaduras para eleitores.
Vice, vereadores e secretários envolvidos
Contra o vice-prefeito de Monte Azul, Antônio Idalino Teixeira, o
Toninho da Barraca (PT), a Justiça Federal em Montes Claros, no Norte de
Minas, decretou mandado de condução coercitiva e busca e apreensão na
casa do político e na prefeitura. Ele é considerado uma das principais
peças do esquema.
O servidor do INSS de Espinosa Ronaldo de Medeiros Boeira e os
vereadores Geraldo Moreira dos Anjos, Geraldo Ladim (PT), e Marineide
Freitas da Silva, a Marineide do Sindicato (PT), foram presos
temporariamente.
O mesmo ocorreu com o presidente do sindicato dos trabalhadores rurais
de Monte Azul, Antônio Tolintino, e seu secretário, Nilton Rodrigues
Nunes. Conforme as investigações, os dois são suspeitos de fraudar os
processos de aposentadorias rurais por tempo de serviço. Os benefícios
eram concedidos a pessoas que não preenchiam os requisitos legais. Já o
vereador Francisco de Assis Gonçalves Dias, o Diassis (PP), foi
conduzido para prestar depoimento e teve a casa vasculhada pelos
federais. Depois do interrogatório foi liberado.
Três secretárias de Monte Azul também estão entre os investigados. São
elas: Aurélia de Paula Santos (Educação), Vanessa dos Anjos Dias (Saúde)
e Cássia Michele Gomes (Finanças). Para as três, foram expedidos
mandados de condução coercitiva, além de busca e apreensão em suas
residências e na prefeitura.
Durante todo o dia, a reportagem fez contatos com a prefeitura e com a
Câmara Municipal de Monte Azul, mas até o fechamento desta edição
ninguém foi encontrado para comentar a ação da PF. Em entrevista ao Hoje em Dia, o deputado Paulo Guedes
classificou a operação de “factoide eleitoral”, mas comprometeu-se a
averiguar o assunto. “Se houve alguma irregularidade, não tenho nada a
ver com isso. Obtive 165 mil votos em todo o Estado. É impossível
policiar todos os aliados”, declarou.
Mais votado do PT em Minas, o deputado federal Reginaldo Lopes foi
procurado no celular e em seu gabinete, em Brasília. A assessora de
imprensa do parlamentar em BH chegou a atender os telefonemas do Hoje em
Dia. Alegou que o parlamentar estava com a agenda cheia de
compromissos. Depois, informou que o parlamentar não iria se manifestar
nessa terça.
Operação ‘Curinga’ tem 19 alvos
Ao todo, 19 pessoas são alvo da operação “Curinga”, sendo que 17 foram
levadas para a sede da Polícia Federal (PF) em Montes Claros, no Norte
de Minas, e outras duas são procuradas. A polícia informou ainda que 39
mandados judiciais de busca e apreensão, condução coercitiva e sequestro
de bens estão sendo cumpridos.
Uma segunda fase da operação “Curinga” será deflagrada para reprimir
possíveis crimes eleitorais. Os investigados responderão, neste primeiro
momento, por crimes contra a administração pública, estelionato,
formação de quadrilha e falsidade ideológica, dentre outros. Uma vez
condenados, as penas máximas aplicadas aos crimes podem ultrapassar 20
anos. (Hoje em Dia)
Leia aqui a nota do PSDB de Minas.
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