quinta-feira, 20 de novembro de 2014
A oposição protocolou nesta
quinta-feira (20) representações solicitando o afastamento imediato da
presidente da Petrobras, Graça Foster, do cargo sob a acusação de que teria
mentido durante depoimento da CPI do Congresso que investiga irregularidades na
estatal. Os pedidos foram encaminhados para a Procuradoria da República no
Distrito Federal e pelo Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da
União.
Assinadas pelo líder do PSDB na
Câmara, Antônio Imbassahy (BA), as ações argumentam que Graça não informou à
CPI que a estatal foi comunicada sobre descobertas do Ministério Público
holandês de que funcionários da empresa receberam propina da SBM Offshore. A
oposição a acusa de mentir em 11 de junho, quando esteve no colegiado. Na
ocasião, Marco Maia (PT-RS) perguntou se a Petrobras estava respondendo a
alguma "ação no exterior ou no Brasil por conta dessa denúncia".
Graça negou.
Em 27 de maio, 15 dias antes, a
Petrobras havia recebido uma carta enviada pela SBM, fornecedora de
plataformas, avisando que o Ministério Público holandês tinha informação de que
"foram pagos valores a empregados da Petrobras por meio do representante
no Brasil". Na representação enviada à Procuradoria da República no DF,
Imbassahy solicita que seja analisada a possibilidade de instauração de
inquérito criminal para investigar a prática dos crimes de falso testemunho e
prevaricação.
"Ela perdeu a autoridade
moral e mentiu durante o depoimento desta CPMI. Não apenas para os senhores
deputados e senhores senadores, mas mentiu para o povo brasileiro", disse
Imbassahy. O tucano acusa Graça ainda de ter utilizado seu cargo para
dificultar a investigação e ainda transferir imóveis a familiares depois de
saber das denúncias. "Tudo isso sem falar na continuada insistência nos
diversos depoimentos no Congresso Nacional de que o negócio na refinaria de
Pasadena [ nos EUA] não teria qualquer irregularidade, mesmo sabendo de
diversos indícios da falcatrua", completou.
Na CPI, Graça disse que a
apuração interna, entre entre fevereiro e abril, não havia descoberto
irregularidades. Só nesta segunda (17) ela anunciou que a estatal tinha
conhecimento dos elementos da investigação internacional. "Imediatamente
mesmo, informamos à SBM que ela não participaria de nenhuma licitação
conosco".
Procurada, a Petrobras diz que a
SBM não confirmou o pagamento de propina, como diz o Ministério Público da
Holanda. Conclui, dizendo que, ao receber a carta da ex-fornecedora, a repassou
às autoridades competentes. Diz ainda que não reabriu investigação interna após
as informações passadas pela SBM. (Folha Poder)
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