Além da expectativa no meio político pela reforma ministerial, é aguardado, de maneira mais velada, um rodízio nos cargos superiores militares
Correio Braziliense
Publicação: 17/11/2014 07:05
Não são apenas os partidos políticos que aguardam ansiosos a escolha dos novos ministros indicados para o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. Entre os militares, a expectativa, silenciosa, é tratada com cautela nos quartéis do país.
Nem tanto em relação ao atual ministro da Defesa, Celso Amorim, que tem grandes chances de permanecer no cargo. Mas, principalmente, sobre quem serão os comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. Os três atuais — Moura Neto, Enzo Peri e Juniti Saito, respectivamente — estão no posto desde 2007. Com o topo hierárquico congelado, a fila de promoções nos escalões subsequentes emperra, inquietando a tropa.
O ministro da Defesa, Celso Amorim, deve permanecer, mas comandantes também colocarão cargos à disposição |
Embora não haja uma regra explícita sobre o limite de tempo de permanência dos comandantes nas respectivas Forças, um princípio instituído nos anos 1960 pelo general Castelo Branco estabelece o rodízio nos cargos superiores. Segundo fontes militares ouvidas pelo Correio, além de evitar um excesso de poder na mão de algumas pessoas — o que desestimularia os demais militares — o giro permite uma oxigenação no pensamento e nas táticas militares, com a constante renovação dos postos com gerações mais novas.
Para tornar-se comandante de uma Força — cargo que, antes da criação do Ministério da Defesa, tinha status de ministro — é preciso ser general, almirante ou brigadeiro de quatro estrelas, posto máximo que um militar pode alcançar. Entre a promoção a general de duas estrelas e a reserva, o equivalente à aposentadoria na vida militar, devem transcorrer-se 12 anos. Nem todos alcançam a patente máxima que concede o direito de tornar-se comandante da tropa.
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