Também
o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo deitou falação sobre a
politização das investigações, insinuando que a oposição está querendo
ter um terceiro turno da eleição que perdeu. Logo quem, o mesmo que
acabara de dizer que a presidente Dilma havia determinado que as
investigações prosseguissem, doam a quem doer. Como se a presidente
tivesse o poder de mandar parar as investigações se quisesse.Além
do mais, Cardozo abriu uma investigação para punir delegados envolvidos
na Operação Lava-Jato por terem expressado opiniões pessoais de crítica
ao governo e apoio à candidatura oposicionista em uma página do
Facebook fechada ao público.
Com
isso, os petistas mais afoitos querem identificar razões partidárias
para os vazamentos de partes dos depoimentos do ex-diretor da Petrobras
Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Yousseff. Tanto os membros do
Ministério Público quanto o juiz Sérgio Moro, responsável pelas
investigações, saíram em defesa dos delegados da Polícia Federal, e não
fariam isso se vissem no comportamento de algum deles desvios que
pudessem prejudicar as investigações.
O
importante é que o sistema que está sendo revelado mostra que toda
sustentação política dos governos petistas é montada na base da
corrupção, os partidos indicando diretores de órgãos estatais
simplesmente para deles retirar dinheiro para financiar suas campanhas, e
claro que os benefícios pessoais se impõem. Então dividem os órgãos
estatais e os ministérios por partidos, e cada um que é nomeado sabe
exatamente por que está sendo nomeado, para que e o que tem que fazer. E
a investigação já mostrou que o mesmo esquema existe em outras áreas do
governo, que ainda serão investigadas.
É
evidente que essa maneira de fazer política, que foi aprofundada
absurdamente nos anos petistas, tem que parar, não há país que aguente
uma situação dessas por tanto tempo. Esse sistema de distribuição de
ministérios para partidos, de divisão de diretorias de empresas públicas
para partidos para montagem de governo está falido.
Não
apenas isso, prejudica a imagem do país no exterior e afugenta os
investidores sérios, prejudica a economia do país e prejudica sobretudo
os mais pobres pois monta-se um governo disfuncional. É preciso mudar, e
a crueza dos fatos vai se encarregar dessa mudança. Provavelmente no
próximo mês, ou no máximo no início do próximo ano vamos ter uma relação
de 70 a 100 políticos desfilando diante da opinião pública como
implicados nesses desvios de dinheiro da Petrobras.
Serão
governadores, senadores, deputados, ex-governadores, ex-senadores,
ex-deputados, a maior parte será indiciada e julgada pelos tribunais
superiores. Estamos na verdade passando por um processo que está em
curso desde o mensalão. Um processo que está sendo construído, depurado,
e a consequência dessa depuração deve ser a mudança de nosso sistema
político-eleitoral.
É
muito difícil fazer uma reforma dessa profundidade com o Congresso,
pois em tempos normais os deputados e senadores querem manter o sistema
que os elegeu. Mas numa crise como a que estamos passando, e ainda vai
piorar, é o momento da oportunidade para mudar. O PT não inventou a
corrupção, mas inventou um método sistêmico de corrupção que perpassa
todo o organismo governamental. Isso nunca houve.
Havia
esquemas de corrupção localizados, pessoas corruptas atuando, mas nunca
houve um esquema desse porte organizado pelo governo. A ideia de que é
tudo igual ajuda a quem está envolvido com essas denúncias. Não é todo
mundo igual, nunca houve um partido que tenha chegado ao poder e que
tenha montado um esquema dessa amplitude.
Além
do mais, esse esquema de corrupção que o PT montou nesses 12 anos faz
com que o país não tenha condições de se desenvolver. Uma estrutura de
40 ministérios para financiar sua base eleitoral inviabiliza qualquer
governo, perdemos competitividade, perdemos produtividade. Além de todas
as decisões de cunho econômico equivocadas, temos um governo
disfuncional.
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