Enquanto Dilma afirma que as investigações podem "mudar o Brasil para sempre", a oposição acha que a presidente quer se esquivar de uma suposta responsabilidade -
Correio Braziliense
Publicação: 17/11/2014 06:09
A presidente falou sobre a nova fase da operação no encerramento da reunião do G20, na Austrália: "É o primeiro escândalo investigado" |
Na primeira manifestação pública sobre a nova fase da Operação Lava-Jato, a presidente Dilma Rousseff disse ontem que as investigações sobre o esquema de corrupção na Petrobras podem “mudar o Brasil para sempre”.
Para a oposição, a petista se apropria inadequadamente da atuação da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça Federal para se esquivar de suposta responsabilidade, já que a empresa esteve subordinada a ela no governo Luiz Inácio Lula da Silva, quando comandou o Ministério de Minas e Energia (2003-2005) e a Casa Civil (2005-2010).
“Acho que isso (investigações da Lava-Jato) pode mudar, de fato, o Brasil para sempre. Em que sentido? No sentido de que vai se acabar com a impunidade. Nem todos, aliás, a maioria absoluta dos membros da Petrobras, os funcionários, não é corrupta. Agora, há pessoas que praticaram atos de corrupção dentro da Petrobras”, disse a presidente, pouco antes do encerramento da reunião do G20, na Austrália. De acordo com os investigadores, nove empreiteiras formavam um cartel para faturar contratos bilionários com a Petrobras. Para isso, pagavam propina a agentes públicos. Só com a estatal, elas movimentam R$ 59 bilhões.
O discurso adotado por Dilma é semelhante ao usado na campanha eleitoral, quando ela precisava responder sobre os escândalos no governo petista. Mais uma vez, ela disse que não é o primeiro caso de corrupção na história do país. “Acredito que a grande diferença dessa questão é o fato de ela estar sendo colocada à luz do sol. Por quê? Porque esse não é, eu tenho certeza disso, o primeiro escândalo. Agora, ele é o primeiro escândalo investigado”, afirmou a presidente.
Dilma tentou isolar as empreiteiras dos supostos malfeitos dos executivos. “Não acho que dá para demonizar as empreiteiras. São grandes empresas, e se ‘a’ , ‘b’, ‘c’ ou ‘d’, praticaram malfeitos, atos de corrupção ou de corromper, acho que elas pagarão por isso”, disse.
De acordo com o Ministério Público Federal, as empreiteiras investigadas pela Lava-Jato mantêm contrato ativos com a administração pública federal que somam R$ 4,2 bilhões. “Presente risco de que o mesmo esquema criminoso com nuances diversas esteja neles também sendo empregado”, registra em despacho o juiz Sérgio Moro, responsável pelo processo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário