segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Janot diz haver 'expectativa' de mais delações de executivos na Lava Jato


  17/11/2014 20h57


PGR havia informado que ao menos 9 pessoas aceitaram colaborar.
Sétima fase de operação da PF prendeu 23 suspeitos desde sexta.

Renan Ramalho Do G1, em Brasília


O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse nesta segunda-feira (17) que há uma “expectativa” de que mais executivos aceitem fazer um acordo de delação premiada para colaborar nas investigações da Operação Lava Jato, que apura suposto esquema de fraude em licitações na Petrobras com pagamento de propina a políticos.
O interesse em mais delações, segundo Janot, se dá por conta da sétima fase da operação, realizada na última sexta (14), que levou à prisão 23 pessoas supostamente envolvidas em esquema, entre executivos da estatal e, principalmente, de empreiteiras.


“Há expectativa de mais delações por conta dessa nova fase da Operação Lava Jato. Acredito que os executivos vão se sentir incentivados a dar informações e fazer acordo com o Ministério Público”, afirmou o procurador-geral após participar de sessão do Conselho Nacional do Ministério Público.


Na semana passada, Janot informou que ao menos nove pessoas já haviam concordado em colaborar com as investigações, em troca de uma eventual redução de pena, entre elas, “pessoas envolvidas”, “servidores” e “doleiros”.

"O fenômeno que está acontecendo é que quanto mais pessoas vêm e procuram o Ministério Público para falar, outras se sentem incentivadas de vir também”, afirmou Janot na última quarta (12) após sessão no Supremo Tribunal Federal.

Ainda na semana passada, Janot pediu um prazo de mais 30 dias ao ministro Teori Zavascki, responsável pelo caso no STF, para concluir outras delações e apontar que investigações devem ficar no STF, por envolver autoridades com foro privilegiado, e quais devem ser mantidas no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no Paraná, que concentra o processo.


 

Presos
Das 23 pessoas presas na última sexta, todas ainda permanecem encarceradas na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Em Brasília, o desembargador Newton Trisotto, convocado para atuar como ministro interino do Superior Tribunal de Justiça (STJ), rejeitou os pedidos de liberdade de cinco executivos da construtora OAS.


Foram negados habeas corpus para José Ricardo Nogueira Breghirolli, funcionário da empresa em São Paulo, Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor-presidente da Área Internacional da OAS, ambos presos preventivamente; além do presidente da OAS, José Aldemário Pinheiro Filho, Mateus Coutinho de Sá Oliveira, funcionário da companhia em São Paulo, e Alexandre Portela Barbosa, advogado da OAS.


Nesta segunda, mais um habeas corpus foi protocolado no STJ, em nome de Gerson de Mello Almada, vice-presidente da Engevix, que já teve a liberdade negada pela desembargadora Maria de Fátima Freitas Labarrère, do TRF-4, no sábado (15).

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