Caso se peçam vistas do processo amanhã, ação volta à pauta só em janeiro
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A novela que envolve o julgamento do distrital Rôney Nemer (PMDB), acusado de improbidade administrativa por envolvimento no suposto esquema de corrupção deflagrado pela Operação Caixa de Pandora, pode estar longe do fim.
O desembargador Mario-zam Belmiro volta ao trabalho somente no dia 7 de janeiro, data posterior à diplomação de Nemer, eleito deputado federal em outubro.
Nos bastidores, o PMDB articularia para que um dos desembargadores peça vistas do processo e, com isso, adie, mais uma vez, o julgamento. Seria uma tentativa de tentar salvar o mandato. O presidente do PMDB-DF, Tadeu Filippelli, nega qualquer investida do partido.
O caso é marcado por manobras para evitar a condenação em segunda instância, que impediria Nemer de ser diplomado para assumir o mandato. Nas duas últimas sessões da 3ª Turma Cível, o caso acabou não sendo julgado. O deputado conseguiu, na semana passada, uma liminar que impedia o processo de ser colocado em pauta.
A justificativa foi um processo de suspeição do juiz que o condenou em primeira instância, Álvaro Ciarlini. Mas a liminar caiu, com o argumento de que a suspeição sequer fora proposta e o processo não poderia ser paralisado. A defesa argumentou que possível anulação do julgamento em primeira instância seria “consequência processual”, caso a suspeição se comprovasse.
Em maio deste ano, o distrital Aylton Gomes (PR) foi condenado em processo semelhante e teve, o registro da candidatura à reeleição cassado. O julgamento de Nemer foi adiado. Um andou; o outro, não.
Em jogo, a Lei da Ficha Limpa
A Lei da Ficha Limpa prevê que condenados por órgão colegiado em segunda instância não poderão ser diplomados para cargos eletivos. Segundo calendário da Justiça Eleitoral, a diplomação dos eleitos em outubro deste ano deve ocorrer até o dia 19 de dezembro.
Caso Rôney Nemer seja condenado e, com isso, impedido de ser diplomado deputado federal quem assume o mandato é o deputado distrital Alírio Neto (PEN), primeiro suplente da coligação.
Sem julgamento
Derrotado nas urnas, apesar dos 78.945 votos — cerca de 3 mil menos que Nemer —, Alírio prefere não comentar sobre a demora do Judiciário em julgar o caso. “O que posso fazer é aguardar a decisão, esperar que o Judiciário julgue”, afirmou o distrital.
Alírio diz não ter nada contra Nemer, que foi defendido pelos pares, na tribuna durante sessão da Câmara Legislativa, na semana passada. “Não me cabe julgar”, resumiu.
A defesa de Rôney Nemer não respondeu aos contatos da reportagem.
Assistência partidária
Dois pedidos de assistência ajudaram a adiar o julgamento do caso na quarta-feira.
Um deles, do PMDB, tinha a intenção de auxiliar Rôney Nemer no caso
e outro partiu de uma pessoa física, que visava colaborar com a
acusação.
A entrada dos novos personagens obrigou os desembargadores a concederem um prazo para que a defesa se manifestasse.
Dentro do prazo máximo, o advogado de Nemer se mostrou favorável ao
ingresso do PMDB, mas discordou da assistência da pessoa física, por
suposta falta de interesse jurídico. Seja como for, ela ajudou a
retardar.
Quando a entrada na pauta era dada como certa, veio a medida cautelar concedida pelo STJ.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
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