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Investigações apontam que contas de posto de gasolina controlado por aliado do doleiro Alberto Youssef fazia pagamento a traficantes bolivianos de entorpecentes
A
Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) investigam a
possibilidade de que contas utilizadas para lavar dinheiro do tráfico de
drogas, descobertas na Operação Lava-Jato, também eram usadas para
abastecer pagamentos a políticos envolvidos no esquema de desvio de
recursos da Petrobras.
Carlos Habib
Chater, também conhecido como Habib, é dono de um posto de gasolina de
Brasília chamado Posto da Torre LTDA e, durante a fase inicial da
Operação Lava-Jato, a PF descobriu que algumas transferências bancárias
eletrônicas originárias da empresa foram destinadas ao pagamento de
carregamento de cocaína. As drogas, vindas da Bolívia, tinham como alvo o
consumo interno brasileiro.
Agora, os investigadores apuram se as contas utilizadas pelo Posto da Torre para transferência de recursos a traficantes também foram utilizadas para alimentar cofres de partidos envolvidos tanto no mensalão quanto no esquema de desvio de recursos da Petrobras.
Leia mais:Caso Petrobras abre devassa em empreiteiras e em outras estatais
Um exemplo do uso das contas da empresa controlada por Habib para o pagamento de drogas ocorreu no dia 13 de setembro de 2009, data na qual foi registrada uma transferência bancária do Posto da Torre LTDA a um boliviano identificado apenas como Navo, no valor de R$ 40,5 mil. Os investigadores acreditam ser esse o pagamento de um carregamento de drogas da Bolívia.
A mediação dos depósitos foi feita por Rene Luiz Peirera, o “Rene”, auxiliar de Habib. Essa transferência falhou, o que obrigou Rene a realizar outro depósito três dias depois, no mesmo valor. No pagamento dos carregamentos de drogas a PF detectou o uso de cheques no valor de R$ 85 mil, também oriundos do Posto da Torre LTDA. Esses valores (R$ 125 mil ao todo) seriam referentes ao pagamento de 55 kg de cocaína pura.
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“Rene e Sleiman integram uma organização transnacional dedicada ao tráfico de cocaína adquirida de produtores ou fornecedores da Bolívia e do Peru, droga essa geralmente embarcada no Porto de Santos com destino à Europa. Eles fazem parte do núcleo operacional e financeiro da organização, responsável pela circulação dos ativos ilícitos e seu ‘reinvestimento’ na aquisição de novas cargas de droga”, esclarecem os investigadores no inquérito da Operação Lava Jato.
Em depoimento prestado nesta semana, o doleiro
Alberto Youssef, acusado de ser o comandante do esquema de lavagem de
dinheiro da Lava-Jato, afirmou aos investigadores que repassava valores a
“agentes públicos” por meio do Carlos Habib Chater – também indiciado
na operação –, a pedido do ex-presidente do PP José Janene. Parte do
dinheiro entregue a políticos por Chater vinha de empreiteiras que
tinham contratos com a administração pública federal.
Agora, os investigadores apuram se as contas utilizadas pelo Posto da Torre para transferência de recursos a traficantes também foram utilizadas para alimentar cofres de partidos envolvidos tanto no mensalão quanto no esquema de desvio de recursos da Petrobras.
Leia mais:Caso Petrobras abre devassa em empreiteiras e em outras estatais
Um exemplo do uso das contas da empresa controlada por Habib para o pagamento de drogas ocorreu no dia 13 de setembro de 2009, data na qual foi registrada uma transferência bancária do Posto da Torre LTDA a um boliviano identificado apenas como Navo, no valor de R$ 40,5 mil. Os investigadores acreditam ser esse o pagamento de um carregamento de drogas da Bolívia.
A mediação dos depósitos foi feita por Rene Luiz Peirera, o “Rene”, auxiliar de Habib. Essa transferência falhou, o que obrigou Rene a realizar outro depósito três dias depois, no mesmo valor. No pagamento dos carregamentos de drogas a PF detectou o uso de cheques no valor de R$ 85 mil, também oriundos do Posto da Torre LTDA. Esses valores (R$ 125 mil ao todo) seriam referentes ao pagamento de 55 kg de cocaína pura.
“O Posto agrega um ‘complexo
empresarial’ gerido por Chater (o ‘Habib’), que abrange Posto de
Combustíveis, loja de conveniência, lavanderia, shawarma, pastelaria,
etc, bem como, para não fugir a regra, uma casa de câmbio. Sediado ali
também o ‘escritório’ de Chater, onde o mesmo atende com frequência seus
clientes, quando não se encontra no flat que ocupa no complexo
hoteleiro localizado em frente ao posto de combustíveis”, apontam os
investigadores do Ministério Público Federal na denúncia relacionada ao
tráfico de drogas da Operação Lava-Jato.
“Tem-se assim os depósitos, em conta ‘laranja’, em
13/9/2013 e 16/9/2013, por Habib, com o auxílio de André (Catão
Miranda, integrante do grupo de Youssef) e a favor de Rene e Sleiman
(Nassim El Kobrossy, outro integrante do grupo de Yousseff), do restante
do valor (dois cheques, no valor total de R$ 85 mil, e duas TEDs, no
valor total de R$ 40,5 mil, respectivamente), seguidos da remessa do
montante ao exterior – Bolívia - e de sua entrega a fornecedores ou
produtores de drogas daquele país, em 17/9/2013 e 19/9/2013”, apontam os
investigadores.
“Rene e Sleiman integram uma organização transnacional dedicada ao tráfico de cocaína adquirida de produtores ou fornecedores da Bolívia e do Peru, droga essa geralmente embarcada no Porto de Santos com destino à Europa. Eles fazem parte do núcleo operacional e financeiro da organização, responsável pela circulação dos ativos ilícitos e seu ‘reinvestimento’ na aquisição de novas cargas de droga”, esclarecem os investigadores no inquérito da Operação Lava Jato.
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