Polícia prende quadrilha suspeita de assaltar imóveis nos lagos Sul e Norte. Residência vazia é atrativo
luis.nova@jornaldebrasilia.com.br
As férias se aproximam, e é nessa hora que os ladrões de casas aproveitam para agir. O aparente abandono da residência é um prato cheio para os bandidos. Ontem, a polícia prendeu um grupo supostamente especializado em assaltar imóveis nos lagos Sul e Norte.
Eles foram detidos no Areal.
A quadrilha é suspeita de roubar residências e carros de luxo. Ao todo, três homens foram detidos e um menor foi apreendido. Com o bando, a polícia encontrou uma pistola 380 e um revólver calibre 38, 17 quilos de maconha, além de munição.
Também foram localizados três automóveis tomados em assalto, televisões, celulares, bolsas e R$ 4 mil.
A prisão e a identificação dos integrantes são resultado de uma operação conjunta entre as delegacias do DF e a Polícia Militar.
Parte do grupo foi encontrada na QS 11, no Areal, em Águas Claras. Os suspeitos informaram aos policias o endereço dos produtos roubados, na Quadra 125 de Samambaia. Ali, autuaram o terceiro envolvido com mais acessórios roubados – entre eles televisão, bolsas, notebooks e eletrônicos – e três carros, que teriam sido roubados há algumas semanas.
De acordo com as investigações, a quadrilha costumava agir de forma violenta contra as vítimas. Testemunhas relataram à polícia que o menor era considerado um dos mais agressivos durante os crimes. “Ele também cometeu crimes sexuais contra uma das filhas do proprietário do imóvel”, relata a polícia.
A quadrilha era formada por jovens, segundo a polícia. Dois dos suspeitos têm 19 anos. Os outros têm 17 e 18. Existe a suspeita de que eles estejam envolvidos em pelo menos mais dois roubos.
Pena
Os integrantes da quadrilha vão responder por associação criminosa, roubo qualificado e tráfico de drogas. A polícia divulgou o nome dos suspeitos José Nério dos Santos Teixeira, 19, e Victor Antônio Oliveira Lisboa, 19.
Moradores redobram cuidados
Para tentar garantir a segurança, moradores dos lagos Sul e Norte têm investido em equipamentos de proteção nas residências. Por ali, é comum encontrar casas com muros altos e acessórios como cerca elétrica, câmera e alarmes.
O empresário Nivaldo Borges Júnior, 54 anos, morador do Lago Sul, afirma que prefere não arriscar. “Antigamente, apenas moradores e funcionários transitavam aqui. Agora, aqui é uma via de ligação para todos os lados do DF. Para evitar a ação de bandidos, na minha casa há cerca elétrica, alarme e cachorros”, afirma.
Já a moradora do Lago Norte Margarida Romero, 66 anos, diz que, apesar de a região ser segura, não abre mão de alguns cuidados especiais. “Meus dois cachorros ficam sempre soltos. Se alguém sair de casa, avisa o outro. Se escuto barulho, ligo para o meu filho e sempre deixo as luzes acesas. Além disso, temos um vigia na rua que acompanha os moradores na entrada e na saída”, conta.
Para Giorgeo Parca, 69 anos, o nível de segurança tem piorado. “Não estamos seguros, antes era muito tranquilo. Tenho três cachorros que me protegem, mas estou pensando em colocar alarme e cerca elétrica na minha casa”, afirma.
Criminosos esperam oportunidade
Para proteger a residência nesta época do ano, algumas medidas podem fazer a diferença. É o que explica o delegado-chefe da 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul). Para ele, é importante nunca deixar a casa vazia, pois os criminosos se aproveitam da vulnerabilidade para cometer os delitos.
Outro mecanismo importante, indica ele, é a instalação de um sistemas de segurança, como cerca elétrica, alarme e câmera. “São barreiras que dificultam a ação do criminoso. Esses instrumentos são importantes para inibir a ação dos bandidos”, explica.
Correspondências
De acordo com o delegado, se a casa ficar muito tempo sem a presença dos proprietários, as correspondências podem acumular e chamar a atenção dos criminosos. Para evitar que isso aconteça, ele aconselha que o morador peça a um vizinho que recolha as entregas.
O titular da 10ª DP explica que dentro do universo de roubos a residências há basicamente dois perfis de ladrões: o que prefere se arriscar e o que não. Os que preferem as casas vazias estão no segundo grupo.
“A pessoa que furta uma residência vazia deseja encontrar o local sem ninguém. Esse tipo de criminoso não gosta de confronto”, afirma. “O assaltante, por sua vez, atua no descuido das pessoas. Ele acompanha a vítima e age na oportunidade”, explica.
Até novembro, foram 3,8 mil furtos no DF
De acordo com os últimos dados divulgados pela Secretaria de
Segurança Pública (SSP-DF), a quantidade de furtos no DF diminuiu. Já a
quantidade de roubos aumentou, com um caso registrado a mais. Segundo a
pasta, entre os meses de janeiro a novembro deste ano, foram
contabilizados 517 roubos, contra 516 no ano anterior. Em relação a
furtos no mesmo período, houve uma diminuição de 6,62%. Neste ano, foram
registrados 3.838 mil, contra 4.110 em 2013.
Áreas nobres
O levantamento mostrou que os registros de roubo e furto a
residências nos lagos Sul e Norte apresentaram queda. No período de
janeiro a novembro deste ano, foram registrados 75 furtos no Lago
Norte, contra 112 em 2013. Já os casos de roubos foram contabilizados
11, dois a menos em relação ao mesmo período do ano anterior.
No Lago Sul, houve 90 casos de furto, contra 113 em 2013. Os
roubos também apresentaram redução: 16 neste ano e 20 no ano anterior.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
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