Petrolão
Publicado: 16 de dezembro de 2014 às 8:05 - Atualizado às 8:16
A presidente Dilma Rousseff vai resistir o quanto puder para manter
no cargo a presidente da Petrobras, Graça Foster, e a diretoria da
empresa. Pelo menos, por enquanto.Para o Planalto, é importante manter Graça Foster no cargo, como se fosse uma espécie de escudo na própria empresa, destinado a impedir que a crise saia de lá e invada o terceiro andar do Palácio do Planalto.
Dilma tem conversado com Graça, que já colocou à disposição seu cargo e os de toda a diretoria. A avaliação é que o grupo perdeu sustentação política e o afastamento ocorrerá, mais dia ou menos dia.
Porém, a presidente insiste: precisa deles para evitar que a crise transborde. Enquanto Graça e a diretoria estiverem em seus postos na Petrobrás, ainda que sob fogo cruzado, eles serão o alvo direto e imediato dos ataques e críticas. São, assim, a primeira linha de defesa de Dilma.
Há outro fator que pesa na permanência da atual diretoria. O governo quer ganhar tempo enquanto aguarda o envio do processo da delação premiada do exdiretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, que está em prisão domiciliar, ao ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki. Isso porque não se sabe até onde chegam as denúncias e quem são os afetados.
Também não se sabe quem são os parlamentares envolvidos, o que também está atrasando a reforma ministerial. Por causa dessas incertezas, não há ainda a menor ideia de quem poderia suceder a Graça no comando daquela que já foi a maior e mais respeitada empresa do País e vê seu capital se desmanchar em denúncias dia a dia.
A presidente Dilma tem dito a seus auxiliares que mantém a confiança em Graça Foster e acredita que a executiva não tem nenhum envolvimento com as irregularidades. Os problemas lembram auxiliares do Planalto, repassando responsabilidades para terceiros ocorreram no tempo em que o presidente da empresa era o petista José Sérgio Gabrielli. Estranhamente, dizem, ele tem sido poupado na investigação.
Ontem pela manhã a presidente se reuniu no Palácio da Alvorada com os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante, da Justiça, José Eduardo Cardozo e da Secretaria de Relações Internacionais, Ricardo Berzoini para discutir, entre outros temas, os estragos da crise da Petrobrás no governo. Há um clima de apreensão em Brasília e uma preocupação com a crítica situação econômica e política da empresa, que está sendo cada dia mais afetada pelas denúncias.
Outra preocupação é com a chegada da exgerente executiva da Diretoria de Refino e Abastecimento da empresa Venina Velosa da Fonseca. Ela desembarca no Brasil na sextafeira e, de acordo com informações que circulavam no Planalto, teria mais munição contra a direção da Petrobras.
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