Do UOL, no Rio
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Gabriel Martins de Oliveira, 2, morreu por
insolação dentro de um carro de transporte escolar clandestino que o
levava até a creche
Segundo o delegado responsável pelo caso, Felipe Curi, da 27ª DP (Vicente de Carvalho), a motorista do veículo, Cláudia Vidal da Silva, 33, deixou a criança no banco de trás do carro para ir ao salão de beleza fazer as unhas, em Irajá, na zona norte do Rio de Janeiro.
"Ela entrou no salão por volta das 10h37 e ficou lá até 12h25. Quando ela retornou para o carro, viu que o Gabriel já estava em estado convulsivo", afirmou Curi em entrevista à "TV Globo", na manhã desta quarta. O menino chegou a ser atendido em um posto médico, mas não resistiu.
Na sexta, depois que o posto médico comunicou à polícia a morte da criança, a 27ª DP ouviu os depoimentos de Cláudia, da mãe da vítima e de duas outras testemunhas.
Em um primeiro momento, a condutora afirmou ter desmaiado por aproximadamente duas horas enquanto o menino estava dentro do carro. Disse ainda que, ao recuperar a consciência, constatou que a criança havia passado mal. A mãe de Gabriel sempre disse não acreditar na hipótese de desmaio.
A versão também foi classificada como "não crível" pelo delegado. Por esse motivo, os investigadores suspeitaram desde então que a condutora estivesse mentindo.
"Essa era a versão que nós tínhamos até o momento, mas não havia qualquer outro elemento que confrontasse essa versão que a Cláudia estava dando. (...) Nós não acreditávamos, até porque essa história que ela estava contando não era crível", relatou Curi.
Após dois dias de investigação, os policiais conseguiram identificar o salão de beleza e a manicure que teria atendido Cláudia no dia do fato. A manicure confirmou ter feito as unhas da mulher. Ontem (16), a mesma versão foi corroborada pela dona do salão de beleza, que prestou depoimento em sede policial.
A agenda do estabelecimento, na qual consta uma marcação em nome de Cláudia, foi apreendida e será utilizada como prova no processo. Além disso, os agentes da 27ª DP conseguiram imagens de câmeras de segurança instaladas na região. As gravações mostram, de acordo com a polícia, o momento em que Cláudia entrou e saiu do salão de beleza.
Com as novas testemunhas e provas, é possível que o inquérito, inicialmente registrado para investigar a hipótese de abandono de capaz com resultado morte, transforme-se em uma investigação de homicídio culposo (quando não há intenção). "Não houve um mero esquecimento. (...)
Intencionalmente, ela deixou o Gabriel no veículo e foi fazer a unha", declarou Curi. O UOL não conseguiu localizar a condutora nem seu advogado.
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