12/01/2015
às 15:46
É
lixo moral, é vigarice política, é canalhice querer estabelecer
conexões entre os atentados terroristas havidos na França e as supostas
condições em que vivem no país os imigrantes de origem árabe e seus
descendentes. Sim, foi em Paris desta vez. Mas já aconteceu em Madri, em
Londres e em Nova York. O terror não precisa de motivos. O terror só
precisa de pretextos.
E o mais eficaz dos pretextos, que está
no cerne de todas as ações terroristas, é aquele que separa, sem
matizes, as vítimas dos algozes. Com a ajuda da intelectualidade
ocidental, com a colaboração da canalha esquerdista de países
democráticos, as lideranças religiosas muçulmanas se apresentam apenas
como personagens passivas da ação colonialista dos séculos 19 e 20. Até
parece que eles próprios nunca fazem história como protagonistas;
seriam, sempre e sempre, objetos passivos, manipulados pela vontade de
estranhos.
Ora, trata-se de uma mentira estúpida.
Mas o coro contra os franceses já começa a ganhar o mundo. Na Folha, um
tal Daniel Serwer, professor da Universidade Johns Hopkins, prefere
voltar suas baterias contra a extrema direita francesa, como se esta
tivesse invadido a redação do “Chalie Hebdo” para fuzilar pessoas.
Raphael Liogier, francês e professor de um observatório de religião,
diz, numa fala de impressionante delinquência, que o “desafio real não
são os muçulmanos”, mas “o fato de estarmos em uma sociedade em que
existe um orgulho narcisista de quem era o centro do mundo e perdeu a
influência”. Tudo seria fruto de uma crise de identidade dos europeus.
Vale dizer: ele culpa os que ainda
sentem orgulho de ser franceses pelo ataque terrorista. Sabem o que isso
significa? Mais uma vez, os pensadores e organismos ligados às
esquerdas saem em defesa não dos muçulmanos — que estes não estão sob
ataque —, mas dos terroristas.
Não por acaso, grupos de extrema
esquerda no Brasil e vagabundos financiados com dinheiro público para
fazer suas páginas asquerosas na Internet também não condenaram o
ataque. Ao contrário: a exemplo dos terroristas que invadiram o “Charlie
Hebdo”, eles querem controlar a mídia, eles querem limitar a liberdade
de expressão, eles querem submeter as opiniões e as vontades a um ente
de razão, a uma força superior que diga o que pode e o que não pode no
país.
A canalha esquerdista brasileira, no fim
das contas, a exemplo de seus congêneres mundo afora, vê o terrorismo
islâmico como uma espécie de aliado. Não tem a coragem de pronunciar
isso claramente porque, aliada à sua burrice, há a covardia. Por essa
razão, alguns ditos jornalistas e colunistas preferem, sem justificar
explicitamente o terror, voltar suas baterias contra a sociedade
francesa — justamente aquela que abriga hoje o maior contingente de
islâmicos da Europa.
Raphael Liogier, aquele que acha que os
verdadeiros culpados são os franceses, não deixa de ter alguma razão. De
fato, os muçulmanos não são o problema. O problema do Ocidente é gente
como ele próprio, que se oferece para ser o colaboracionista dos tempos
modernos; que se oferece para ser um braço do fascismo islâmico no
Ocidente.
Quanto às esquerdas brasileiras que
flertam com o terror, dizer o quê? Eu não esperava dessa gente nada
muito melhor do que isso. Quem respira lixo moral faz as escolhas
compatíveis com o ambiente em que habita.
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