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Efeito retardado – Repetindo o que ocorreu em 2013, quando as previsões econômicas estavam ladeira abaixo, as projeções do mercado financeiro para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano estão em processo idêntico de anorexia.De acordo com o Boletim Focus, do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira (12), os economistas das cem maiores instituições financeiras em funcionamento no País apostam em crescimento de 0,40% do PIB, contra 0,50% da previsão anterior. Há quatro semanas, a expectativa do mercado financeiro em relação ao crescimento da economia em 2015 era de 0,69%.
Os números divulgados no Boletim Focus mostram que nem mesmo os novos integrantes da equipe econômica forma capazes de recobrar o animo do mercado, cada vez mais desconfiado em relação às medidas que serão adotadas para reverter a crise que chacoalha o Brasil em todos os quadrantes.
Para 2016, a expectativa do mercado é mais otimista, de expansão do PIB na casa de 1,80%, índice da semana anterior e que foi mantido agora. Há um mês, as apostas de crescimento da economia no próximo ano eram de 1,90%.
Inflação subindo
Contrariando os discursos da equipe econômica, principalmente do presidente do BC, Alexandre Tombini, o Boletim Focus trouxe uma previsão desanimadora na seara da inflação. Para os especialistas, neste ano e no próximo a inflação oficial deve continuar em movimento de alta.
Há dias, Tombini afirmou que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), utilizado pelo governo para medir a inflação, subiria nos primeiros meses deste ano, mas que entraria em período de declínio mais adiante, encerrando 2016 no centro da meta (4,5%).
Os economistas do mercado financeiro entendem que o IPCA deve encerrar este ano em 6,60%,contra 6,56% da previsão anterior. Para 2016 a aposta é que o IPCA feche em 5,70%, índice mantido pela sétima semana consecutiva.
Dólar em alta
Despertando a atenção do mercado financeiro e da população nas últimas semanas, o dólar, segundo os especialistas, deve encerrar o ano valendo R$ 2,80. Essa alta da moeda norte-americana dificultará o trabalho da equipe econômica para levar a inflação para o centro da meta (4,5%).
Com a indústria brasileira vivendo um sistemático calvário e o custo da produção subindo cada vez mais, em especial por causa das tarifas de energia, a importação de insumos e produtos trará problemas à economia.
Crise pela frente
Quando convidou Joaquim Levy para assumir o Ministério da Fazenda, a presidente reeleita Dilma Rousseff tinha em mente recolocar a economia nacional nos trilhos, algo que será muito mais difícil do que planejado.
Entre as muitas estratégias que analisou, Levy deu ênfase ao corte de despesas e ao simultâneo aumento da arrecadação, o que significa majorar alguns impostos. Acontece que a alta da carga tributária, mesmo que setorizada, não produzirá o efeito esperado, pois consumir será mais difícil do que em 2014, que não foi um ano dos melhores em termos econômicos. Haja vista o pífio crescimento do PIB, que deve ficar em mísero 0,18%.
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