Publicado: 6 de janeiro de 2015 às 0:00 - Atualizado às 13:18
Parece inegável faltar equilíbrio ao
governo Dilma, neste início do segundo mandato. O ministério afinal
composto carece de unidade e de um roteiro de ação. Não há plano diretor
ou programa para a maioria dos ministros executarem. Assim, vão
preferindo ficar em silêncio diante da necessidade de orientar os
subordinados. Aliás, sem saber direito quais escolherão e quais cairão
de paraquedas em seus gabinetes.
A equipe econômica, reduzida à troika Joaquim Levy,
Nelson Barbosa e Alexandre Tombini, responde diretamente à presidente da
República, como ficou claro no grotesco episódio em que o ministro do
Planejamento precisou desmentir-se nos novos cálculos do salário mínimo,
que anunciou e engoliu depois de admoestado pela chefe. Aloizio
Mercadante não dará palpites na política econômica, mas monitora os
demais ministros do setor, inclusive Katia Abreu, da Agricultura,
Armando Monteiro, do Desenvolvimento e Guilherme |Afif, da Pequena e
Média Empresa, entre outros conservadores.
A Casa Civil também terá
influência relativa sempre que cuidar do diálogo com o Congresso,
teoricamente nas mãos de Pepe Vargas, das Relações Institucionais.
Miguel Rosseto, da Secretaria Geral, não se contentará com os sindicatos
e as organizações da sociedade civil, mas aguarda a luz verde no
semáforo plantado na soleira de seu escritório. Eduardo Braga, das Minas
e Energia, recebeu o conselho de afastar-se da Petrobras, a ele
subordinada, enquanto George Hilton, dos Esportes, está banido da
organização das Olimpíadas de 2016.
Não teria fim a lista de bate- cabeças entre os 39
ministros e suas funções, excluídos, é claro, aqueles que nenhuma
relação tem com os setores pelos quais deveriam responder. A situação
dos supérfluos é menos aguda do que a dos ministros de primeira classe,
mas nem por isso mais tranquila.
No meio da confusão indaga-se qual será o primeiro a
pedir as contas ou a receber bilhete azul, disposta a maior parte da
equipe a nem passar pela porta do palácio do Planalto. Até com a certeza
de que não serão convidados a entrar.
Conforme o português castiço, um governo sem equilíbrio é um governo desequilibrado.
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