O desmentido foi publicado no Estadão às 17:28. Até 19:03 nada foi publicado na Folha.
Integrantes da equipe de defesa do doleiro Alberto Youssef, preso na
Operação Lava Jato, devem apresentar até esta quarta-feira, 14, petição
na Justiça Federal do Paraná em que contestam a informação de que ele
teria determinado ao policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho,
conhecido como 'Careca' a entrega de dinheiro ao ex-governador de Minas
Gerais Antônio Anastasia (PSDB) e ao deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Os defensores, contudo, admitiram nesta segunda que o doleiro pediu que
o agente da PF entregasse R$ 1 milhão em Minas Gerais, sem especificar
qual foi o destinatário.
"Vamos
esclarecer que isso é uma criação e não tem relação com o meu cliente.
Youssef não conhece o Anastasia nem o Eduardo Cunha e não fez negócio
com os dois. Ele nunca deu dinheiro para o Eduardo Cunha nem para o
Anastasia. Se alguém deu não foi ele", afirmou ao Broadcast Político o
advogado de defesa Antônio Basto Figueiredo, que se reuniu com o doleiro
nesta manhã.
O defensor, contudo, admitiu que houve um pedido de Youssef
para que Careca entregasse R$ 1 milhão em Minas Gerais, Estado governado
até o ano passado por Anastasia. Ele não soube precisar para quem e
quando foi entregue a quantia e, tampouco quando pedido foi feito ao
policial.
Em depoimento à PF, Careca afirmou que essa quantia foi
repassada ao tucano, que nega ter recebido o valor. "Meu cliente deu
dinheiro a ele para entregar em Minas Gerais. Mas em momento algum meu
cliente soube ou tinha relacionamento com o Anastasia. Agora se o Jayme
Careca tem alguma coisa a informar, de que o destino do dinheiro foi o
Anastasia, cabe a ele provar isso".
Líder do esquema investigado pela Lava Jato, Youssef foi preso
no ano passado e decidiu colaborar com a Justiça e contar o que sabe em
uma delação premiada ao Ministério Público Federal. "Sentimos que há
interesse em desconstruir as colaborações no processo, em desacreditar.
Não podemos deixar que haja esse tipo de ventilação sob pena de
prejudicar as colaborações.
Não podemos permitir que interesses
políticos ou de terceiro minem a credibilidade do meu cliente. Ele não
conhece o Eduardo Cunha, nunca teve pedido do Eduardo cunha, não sabe
nada a respeito de entregar dinheiro para o Eduardo Cunha assim como
para o Anastasia", ressaltou o advogado de Youssef.
O doleiro já terminou de prestar seus depoimentos ao MPF no
âmbito da delação e a expectativa é de que Procuradoria-Geral da
República entre com novos pedidos de investigação no Supremo com base
nas informações do doleiro.
ATUALIZANDO às 21:22 - Às 19:43 a Folha desmentiu a mentira que publicou. Clique aqui.
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