O prefeito Fernando Haddad (PT) afirma que não vê motivo para protestos contra o aumento da tarifa de ônibus, de R$ 3 para R$ 3,50.
O MPL (Movimento Passe Livre) marcou uma manifestação na sexta-feira (9), em frente ao Theatro Municipal (centro de São Paulo), contra o reajuste, a exemplo do que fez em junho de 2013.
Segundo Haddad, a prefeitura está atendendo a uma demanda histórica dos estudantes ao conceder passe escolar gratuito.
"A população em geral não vai compreender a reação a um gesto que vai ao encontro das aspirações dos estudantes. É uma reivindicação da UNE (União Nacional dos Estudantes) que tem ao menos 20 anos", afirmou.
"Acho surpreendente você fazer algo que vai ao encontro de uma reivindicação histórica dos estudantes e eles reagirem dessa maneira."
O MPL qualificou o passe livre estudantil como uma conquista dos protestos de 2013, mas criticou a limitação da gratuidade a uma cota de 48 viagens mensais.
A tarifa zero para estudantes foi anunciada também pelo governo Geraldo Alckmin para trens e metrô –cuja tarifa também subiu de R$ 3 para R$ 3,50.
Haddad justificou o aumento da tarifa dizendo que a variação foi abaixo da inflação e que custo do bilhete único mensal para ônibus segue inalterado.
O cartão, que custa R$ 140, é vantajoso para quem faz mais de 41 viagens por mês.
O prefeito falou com a reportagem no último dia 30 e afirmou também que a licitação para a contratação de empresas de transporte, prevista para este ano, deve estimular as empresas a cumprir o número de viagens previsto no contrato.
Auditoria realizada pela empresa Ernst & Young mostrou que as empresas não realizam uma em cada dez partidas de ônibus previstas.
"Não vamos pagar só por passageiro, mas por passageiro e quilômetro rodado", disse Haddad. "O empresário vai ter estímulo para cumprir as partidas. Hoje, ele prefere pagar a multa a dar a partida."
Quando o dado da auditoria foi divulgado, em dezembro, o SPUrbanuss, sindicato das concessionárias de ônibus, disse que as partidas não realizadas se devem a dificuldades de circulação na cidade, causadas por problemas como congestionamentos.
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