Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil
Os manifestantes pedem a reintegração de todos os demitidos, que somam mais de 600 desde o início do ano, e transparência na gestão da crise hídrica. “A Sabesp precisa ser transparente com a população. Se está fazendo rodízio, é dizer que está fazendo rodízio. E não é transparente”, afirmou Pereira, que trabalhava na área de engenharia.
Ele disse que, no fim de 2014, foi informado que seria demitido no começo do ano seguinte. “A justificativa era que minha postura era incompatível com o que a empresa pautava. Quando fui demitido, eles mudaram a justificativa. Disseram que foi redução do fluxo de caixa.”
À época, Pereira concedeu entrevistas, afirmando que o governo estava escondendo a crise, sonegando informações para a população e que isso poderia ter consequências muito graves.
Sobre a justificativa de corte de gastos, o ex-funcionário disse que a Sabesp lucrou R$ 650 milhões somente nos seis primeiros meses de 2015.
“Apesar da redução do caixa, houve uma redução brutal das despesas, porque a Sabesp está fechando a água todos os dias em praticamente todos os locais. Então, houve redução de perdas, porque são 12 horas sem água, por exemplo, e 12 horas sem vazar”, explicou.
Segundo o representante do coletivo “Água Sim! Lucro Não!”, Joeferson Almeida, a questão da água tem de ser planejada e não pode depender da chuva.
Ele afirmou que não falta água na indústria nem em shoppings, mas falta em bairros da periferia, como Cidade Tiradentes, Brasilândia, Jardim Pantanal e Jardim Helena. Além disso, alertou para a necessidade de se garantir a qualidade da água.
O ato começou por volta das 16h, na Praça Armênia. Às 18h10, os manifestantes saíram em passeata pela avenida Tiradentes e depois Avenida do Estado, onde há um prédio da Sabesp. De acordo com a organização, cerca de 1,5 mil pessoas participaram do ato.
Edição: Armando Cardoso
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