Pablo Molina-DyN/Reuters
Cristina Kirchner, presidente da Argentina
Os argentinos votam neste domingo por uma nova era política, sem um
Kirchner no poder. Os três principais candidatos à presidência da Argentina,
o governista Daniel Scioli e os opositores Mauricio Macri e Sergio
Massa, votaram logo cedo para não perder a semifinal do Mundial de rúgbi
- quando Argentina enfrenta Austrália.
Scioli, apoiado pela presidente Cristina Kirchner e sua coalizão de esquerda Frente para a Vitória (FPV), é o grande favorito. Este ex-campeão mundial de motonáutica, que teve o braço direito amputado apos uma competição, tem uma vantagem de cerca de 10 pontos à frente de Mauricio Macri, o prefeito conservador de Buenos Aires.
A incógnita das eleições, das quais participarão cerca de 32 milhões de eleitores, é se Scioli conseguirá somar os 45% de votos ou os 40% e uma diferença de dez pontos sobre o segundo para evitar o segundo turno. Caso não consiga, uma nova votação será realizada em 22 de novembro.
"Vamos nos contagiar com o espírito dos Pumas, para mim, eles são o que a Argentina deve ser, com essa garra, esse orgulho, essa força para levar a camisa argentina", disse Scioli ao votar Villa La Ñata, seu domicílio eleitoral na província de Buenos Aires - que governa desde 2007.
Seu principal adversário, o prefeito de direita de Buenos Aires, Mauricio Macri, de 56 anos, também se referiu ao mundial de rúgbi na Inglaterra, no qual "Los Pumas" (argentinos, ndlr) enfrentarão os "Wallabies" (australianos).
"Vou almoçar com meus filhos na casa de campo e obviamente irei assistir aos Pumas, que são um exemplo da Argentina que queremos", disse o político, esperançoso sobre sua vitória e a da seleção local.
O terceiro na disputa e mais jovem entre os principais, Sergio Massa, de 43 anos, apostou numa mudança política ganhe quem ganhar.
"Nós acreditamos que hoje nasce uma nova Argentina, hoje termina uma etapa e começa outra", afirmou.
O dia de votação começou às 9h (de Brasília) e terminará às 19h. Por volta de meia-noite devem começar a ser divulgados os primeiros números.
A presidente peronista de centro-esquerda Cristina Kirchner está impedida por lei de concorrer a um terceiro mandato e apoia Scioli, um peronista moderado, que diferentemente dela sintoniza bem com os mercados e o empresariado.
Em jogo
Os três candidatos de origens italianas têm outros três rivais, mas sem muito peso nas pesquisas de intenção de voto: Margarita Stolbizer, progressista de centro esquerda, Adolfo Rodríguez Saa, peronista conservador e Nicolás del Caño, trotskista da Frente de Esquerda.
Nossos 'hermanos' também vão às urnas hoje para renovar um terço do Senado, metade da Câmara dos Deputados e 11 dos 25 governadores.
A atual era começou com o falecido marido e ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007). O casamento, peronistas de esquerda, emergiu da pior crise histórica após uma década de neoliberalismo. Agora Cristina Kirchner sevai embora com 50% de aprovação.
Diferenças
Scioli governa a província de Buenos Aires, a mais populosa do país com 16 milhões de habitantes. Aliou-se a Kirchner, mas já mostrou suas diferenças ao antecipar um gabinete de centro-direita.
"Não proponho nenhuma revolução. Manter o que deve ser mantido, mudar o que precisa mudar", afirmou Scioli, que é bacharel em administração de empresas.
Sem o carisma nem a retórica inflamada de Kirchner, atrai o eleitorado como homem amigável e equilibrado. Coincide com as políticas sociais de Kirchner mas não com sua adesão ao eixo bolivariano regional.
Macri reúne votos antikirchneristas das classes médias urbanas e rurais. Tem apoio do 'lobby' que ele mesmo chama de 'círculo vermelho', dos grandes grupos de empresários e meios de comunicação.
Foi presidente do popular time de futebol Boca Juniors num período de muito êxito, com 17 títulos. É filho de Franco Macri, fundador de um império empresarial.
Já disse que o país deve pagar os "abutres", os fundos especulativos dos Estados Unidos.
A Argentina reestruturou sua dívida em default em duas reestruturações em 2005 e 2010. Cerca de 93% de seus credores aceitaram essas ofertas de reembolso parcial, mas os 7% restante rejeitaram, pedindo o reembolso integral de todas as dívidas mais os juros.
Massa, que foi chefe de gabinete de Cristina Kirchner passou para uma oposição voraz.
Suas promessas de campanha fuoram importantes para romper a polarização Scioli-Macri.
"Usaremos as forças armadas na luta contra o tráfico de drogas", disse ao tocar um tema hipersensível. Os Kirchner prenderam quase 600 militares pelos crimes cometidos durante a última ditadura (1976-83).
"O novo presidente terá que convencer que na Argentina é possível investir com regras claras", defende o cientista político Pablo Knopoff.
A inflação, em dois dígitos desde 2008 e que superou 20% nos últimos quatro anos, não foi comentada pelos presidenciáveis e não parece determinante no momento do voto. A Argentina é o país com a segunda maior alta de preços na região, atrás apenas da Venezuela, mas com uma diferença considerável.
Scioli, apoiado pela presidente Cristina Kirchner e sua coalizão de esquerda Frente para a Vitória (FPV), é o grande favorito. Este ex-campeão mundial de motonáutica, que teve o braço direito amputado apos uma competição, tem uma vantagem de cerca de 10 pontos à frente de Mauricio Macri, o prefeito conservador de Buenos Aires.
A incógnita das eleições, das quais participarão cerca de 32 milhões de eleitores, é se Scioli conseguirá somar os 45% de votos ou os 40% e uma diferença de dez pontos sobre o segundo para evitar o segundo turno. Caso não consiga, uma nova votação será realizada em 22 de novembro.
"Vamos nos contagiar com o espírito dos Pumas, para mim, eles são o que a Argentina deve ser, com essa garra, esse orgulho, essa força para levar a camisa argentina", disse Scioli ao votar Villa La Ñata, seu domicílio eleitoral na província de Buenos Aires - que governa desde 2007.
Seu principal adversário, o prefeito de direita de Buenos Aires, Mauricio Macri, de 56 anos, também se referiu ao mundial de rúgbi na Inglaterra, no qual "Los Pumas" (argentinos, ndlr) enfrentarão os "Wallabies" (australianos).
"Vou almoçar com meus filhos na casa de campo e obviamente irei assistir aos Pumas, que são um exemplo da Argentina que queremos", disse o político, esperançoso sobre sua vitória e a da seleção local.
O terceiro na disputa e mais jovem entre os principais, Sergio Massa, de 43 anos, apostou numa mudança política ganhe quem ganhar.
"Nós acreditamos que hoje nasce uma nova Argentina, hoje termina uma etapa e começa outra", afirmou.
O dia de votação começou às 9h (de Brasília) e terminará às 19h. Por volta de meia-noite devem começar a ser divulgados os primeiros números.
A presidente peronista de centro-esquerda Cristina Kirchner está impedida por lei de concorrer a um terceiro mandato e apoia Scioli, um peronista moderado, que diferentemente dela sintoniza bem com os mercados e o empresariado.
Em jogo
Os três candidatos de origens italianas têm outros três rivais, mas sem muito peso nas pesquisas de intenção de voto: Margarita Stolbizer, progressista de centro esquerda, Adolfo Rodríguez Saa, peronista conservador e Nicolás del Caño, trotskista da Frente de Esquerda.
Nossos 'hermanos' também vão às urnas hoje para renovar um terço do Senado, metade da Câmara dos Deputados e 11 dos 25 governadores.
A atual era começou com o falecido marido e ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007). O casamento, peronistas de esquerda, emergiu da pior crise histórica após uma década de neoliberalismo. Agora Cristina Kirchner sevai embora com 50% de aprovação.
Diferenças
Scioli governa a província de Buenos Aires, a mais populosa do país com 16 milhões de habitantes. Aliou-se a Kirchner, mas já mostrou suas diferenças ao antecipar um gabinete de centro-direita.
"Não proponho nenhuma revolução. Manter o que deve ser mantido, mudar o que precisa mudar", afirmou Scioli, que é bacharel em administração de empresas.
Sem o carisma nem a retórica inflamada de Kirchner, atrai o eleitorado como homem amigável e equilibrado. Coincide com as políticas sociais de Kirchner mas não com sua adesão ao eixo bolivariano regional.
Macri reúne votos antikirchneristas das classes médias urbanas e rurais. Tem apoio do 'lobby' que ele mesmo chama de 'círculo vermelho', dos grandes grupos de empresários e meios de comunicação.
Foi presidente do popular time de futebol Boca Juniors num período de muito êxito, com 17 títulos. É filho de Franco Macri, fundador de um império empresarial.
Já disse que o país deve pagar os "abutres", os fundos especulativos dos Estados Unidos.
A Argentina reestruturou sua dívida em default em duas reestruturações em 2005 e 2010. Cerca de 93% de seus credores aceitaram essas ofertas de reembolso parcial, mas os 7% restante rejeitaram, pedindo o reembolso integral de todas as dívidas mais os juros.
Massa, que foi chefe de gabinete de Cristina Kirchner passou para uma oposição voraz.
Suas promessas de campanha fuoram importantes para romper a polarização Scioli-Macri.
"Usaremos as forças armadas na luta contra o tráfico de drogas", disse ao tocar um tema hipersensível. Os Kirchner prenderam quase 600 militares pelos crimes cometidos durante a última ditadura (1976-83).
"O novo presidente terá que convencer que na Argentina é possível investir com regras claras", defende o cientista político Pablo Knopoff.
A inflação, em dois dígitos desde 2008 e que superou 20% nos últimos quatro anos, não foi comentada pelos presidenciáveis e não parece determinante no momento do voto. A Argentina é o país com a segunda maior alta de preços na região, atrás apenas da Venezuela, mas com uma diferença considerável.
Nenhum comentário:
Postar um comentário