De um lado, pessoas que defendem as táticas violentas. Do outro,
aqueles que questionam as ações dos black blocs.
No Facebook do
movimento fluminense, há mais de 81 mil adeptos divididos em relação à
dimensão dos protestos e das reivindicações do grupo desde que o
cinegrafista Santiago Andrade foi atingido por um rojão de vara na
cabeça. Especialistas concordam que, apesar da rejeição popular, deve
haver pouca mudança na tática adotada pelo grupo nas próximas
manifestações.
Andrade foi o primeiro jornalista morto em
decorrência dos protestos. Desde então, a quantidade de pessoas que
rejeitam as táticas nas redes sociais tem aumentado: "assassinos",
"vândalos" e "vagabundos", passaram a ser palavras recorrentes na página
no Facebook.
Apesar de os black blocs serem os mais conhecidos, o sociólogo da Universidade Federal do Rio (UFRJ) Paulo Baía mapeou 19 grupos que usam a "violência revolucionária", alguns ligados a partidos políticos. Para ele, a redução da adesão popular aos movimentos não implicará em mudanças na tática.
"Ao contrário do que pensa a maioria da sociedade, eles acreditam na violência como forma de transformação social." Baía acredita que Fábio Raposo e Caio de Souza, que manusearam e detonaram o explosivo, não sejam adeptos das táticas black blocs.
"Pelo passado policial, pelas roupas e o comportamento, eles pertencem a outros grupos que praticam violência há muito tempo."
A professora de Relações Internacionais da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Esther Solano acompanha os protestos desde que começaram, no ano passado. Para ela, o cinegrafista é visto pelos manifestantes como uma vítima da "guerra" contra os policiais e, por isso, não deve haver mudança no movimento.
"Vemos uma espiral de violência crescente que vai legitimar uma conduta mais dura da polícia e do governo. E os black blocs reagirão de forma ainda mais violenta. O clima social, que já é ruim, vai piorar", diz. "É possível que haja novos episódios trágicos e o custo político da falta de diálogo pode ser muito alto", completou Esther.
Rafael Alcadipani, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), diz que o aumento contínuo da violência e a falta de diálogo com o poder público reduziram o apoio popular aos protestos. "A morte do cinegrafista virou instrumento do jogo político e cada lado vai usá-la para fortalecer os próprios argumento. Assim, a lógica da violência prevalece."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Apesar de os black blocs serem os mais conhecidos, o sociólogo da Universidade Federal do Rio (UFRJ) Paulo Baía mapeou 19 grupos que usam a "violência revolucionária", alguns ligados a partidos políticos. Para ele, a redução da adesão popular aos movimentos não implicará em mudanças na tática.
"Ao contrário do que pensa a maioria da sociedade, eles acreditam na violência como forma de transformação social." Baía acredita que Fábio Raposo e Caio de Souza, que manusearam e detonaram o explosivo, não sejam adeptos das táticas black blocs.
"Pelo passado policial, pelas roupas e o comportamento, eles pertencem a outros grupos que praticam violência há muito tempo."
A professora de Relações Internacionais da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Esther Solano acompanha os protestos desde que começaram, no ano passado. Para ela, o cinegrafista é visto pelos manifestantes como uma vítima da "guerra" contra os policiais e, por isso, não deve haver mudança no movimento.
"Vemos uma espiral de violência crescente que vai legitimar uma conduta mais dura da polícia e do governo. E os black blocs reagirão de forma ainda mais violenta. O clima social, que já é ruim, vai piorar", diz. "É possível que haja novos episódios trágicos e o custo político da falta de diálogo pode ser muito alto", completou Esther.
Rafael Alcadipani, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), diz que o aumento contínuo da violência e a falta de diálogo com o poder público reduziram o apoio popular aos protestos. "A morte do cinegrafista virou instrumento do jogo político e cada lado vai usá-la para fortalecer os próprios argumento. Assim, a lógica da violência prevalece."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Agencia Estado-- Jornal de Brasília
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