04/02/2014
às 16:39Gilmar Mendes diz que é preciso examinar se não há lavagem de dinheiro em grana arrecadada por PT para pagar multa. E, de novo, o financiamento de campanha
Gilmar Mendes, ministro do STF, fez declarações nesta terça-feira que me deixaram um pouquinho envergonhado. Não por ele, que disse as coisas pertinentes.
Mas por setores nem tão minoritários da imprensa, que
assistiram ao espetáculo de pornografia política explícita e fizeram de
conta que nada estava acontecendo. Houve até quem elogiasse!
A que me
refiro? À tal “arrecadação” que o PT teria feito pela Internet para
pagar a multa de políticos presos por corrupção ativa e passiva,
peculato e formação de quadrilha.
O ministro perguntou, segundo informa a Folha: “Será
que esse dinheiro que está voltando é de fato de militantes? Ou estão
distribuindo dinheiro para fazer esse tipo de doação? Será que não há um
processo de lavagem de dinheiro aqui? São coisas que nós precisamos
examinar”.
O ministro foi adiante:
“Há algo de grave nisso. E precisa ser investigado. E essa gente, eles não são criminosos políticos, não é gente que lutava por um ideal e está sendo condenado por isso. São políticos presos por corrupção (…) são coisas que precisam ser refletidas. A sociedade precisa discutir isso”.
Perfeito!
Mendes, de resto, não está a falar de um caso ainda em julgamento, mas
de sentenças já com trânsito em julgado. O deboche é explícito
O Supremo
Tribunal Federal está a um voto de jogar o financiamento das campanhas
eleitorais na clandestinidade, naquele que pode ser um dos mais graves
erros cometidos pelo tribunal em toda a sua história. O acinte dos
petistas para “arrecadar” o dinheiro da multa ajuda a iluminar o debate.
Afirmou o ministro:
“Isso
mostra também o risco desse chamado modelo de doação individual.
Imaginem os senhores, com organizações sindicais, associações,
distribuindo dinheiro por CPF”.
No ponto! Se as doações de empresas forem proibidas, sobrarão duas alternativas, que se combinarão:
a: financiamento público, que hoje beneficia o PT, que é o maior partido na Câmara;
b: doações de pessoas físicas.
Vejam o
caso do dinheiro supostamente “doado” aos mensaleiros. Quem são as
pessoas? Quem aceita financiar criminosos com tanta determinação? Qual é
a origem dessa grana?
O
“esquema” montado pelo PT para pagar as multas revela, sem que tenha
sido essa a intenção, é óbvio, o que está por trás da proibição das
doações de empresas. O país ficará reféns de esquemas que se movem nas
sombras.
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