terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Orquidário Nacional está entre os 100 imóveis sucateados do Ibama

Correio Braziliense   03.02.2014  -- Amanda Almeida


Enquanto mantém R$ 50 milhões em imóveis inutilizados, o instituto suspende a visitação ao Orquidário Nacional por risco de desabamento


 
Dono de 528 imóveis, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) mantém parte desse patrimônio ocioso, enquanto paga aluguéis para funcionar em outros espaços e deixa algumas de suas principais instalações no país se deteriorarem. 

Referência mundial, o Orquidário Nacional, localizado no Setor de Clubes Norte, está fechado há cerca de três meses por risco de desabamento. A poucos quilômetros dali, casas de luxo, lojas e salas comerciais estão vazias ou servem apenas de arquivo morto.

casa de 380m², em área nobre, no Lago Sul: caso os imóveis fossem vendidos, a projeção é de que valeriam R$ 50 milhões ( Iano Andrade/CB/D.A Press)
casa de 380m², em área nobre, no Lago Sul: caso os imóveis fossem vendidos, a projeção é de que valeriam R$ 50 milhões


O Ibama não sabe sequer qual é a situação do patrimônio. O órgão diz que ainda prepara uma pesquisa para identificar e legalizar seus bens. Só depois disso, saberá de quais poderá abrir mão. 


O Correio teve acesso a levantamento extraoficial, elaborado por funcionários do órgão que estima em ao menos 100 os imóveis ociosos ou não usados para atividades do instituto ambiental. Caso fossem vendidos, a projeção é de que valeriam R$ 50 milhões.

A falta de organização do Ibama em relação ao seu patrimônio foi identificada pela Controladoria-Geral da União (CGU). Em auditoria sobre a prestação de contas anual do órgão de 2012, a CGU diz que o controle interno do instituto sobre o assunto se mostrou “insuficiente e inadequado para a gestão”.


O órgão aponta uma série de erros, como “ausência de controle das despesas relacionadas com manutenção e reforma dos bens imóveis”, “ausência de critérios adotados para reavaliações (valorizações/desvalorizações)” e “imóveis sem registro imobiliário patrimonial”.

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