terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

PSDB pede apuração sobre suposta quebra de decoro em gesto de Vargas


04/02/2014 17h52 - Atualizado em 04/02/2014 17h52


Solicitação tucana será encaminhada para a Presidência da Câmara.


Em evento, Vargas levantou o punho cerrado ao lado de Joaquim Barbosa.




Filipe Matoso Do G1, em Brasília

 

O vice-presidente da Câmara, deputado André Vargas (PT-PR), faz o mesmo gesto usado por petistas presos do mensalão, ao lado do presidente do STF, Joaquim Barbosa, na abertura do ano legislativo no Congresso (Foto: Laycer Tomaz/Ag.Câmara) 
Sentado ao lado de Joaquim Barbosa, o vice-presidente da Câmara, André Vargas, repetiu gesto usado por petistas presos no processo do mensalão (Foto: Laycer Tomaz/Ag.Câmara)

O líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA), informou nesta terça-feira (4) que protocolou representação na Corregedoria Parlamentar do Legislativo pedindo que seja investigado se o vice-presidente da Casa, André Vargas (PT-PR), quebrou o decoro parlamentar durante a cerimônia que abriu os trabalhos do ano no Congresso Nacional. 

Na ocasião, Vargas, que estava sentado ao lado do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, repetiu diversas vezes gesto usado por petistas presos no processo do mensalão.

Em meio à solenidade, o parlamentar do PT  ergueu os braços para o alto com o punho cerrado, gesto usado pelo ex-deputado José Genoino (PT-SP) e pelo ex-ministro José Dirceu no momento em que se entregaram à polícia. Além disso, ele aproveitou a proximidade com o relator do mensalão para fazer autoretratos com o magistrado ao fundo.

Apesar do constrangimento, Joaquim Barbosa permaneceu calado e não respondeu às supostas provocações. Após a cerimônia, André Vargas manifestou apoio aos petistas condenados pelo STF e disse que o gesto que ele fez tem sido usado pelo PT como sinal de "resistência".

“A gente tem se cumprimentado assim, um símbolo de reação aos nossos companheiros que foram injustamente condenados”, justificou Vargas.
 
 

Corregedoria
Na representação, o líder do PSDB pede que a Corregedoria apure se houve quebra de decoro parlamentar ou infração ética por parte de Vargas durante o gesto ao lado do presidente da Suprema Corte.

A Corregedoria da Câmara confirmou o recebimento do pedido do PSDB e informou que o processo já foi aberto e será encaminhado à Presidência da Câmara, que definirá o que deverá ser feito com a representação.

No documento, o PSDB alega que houve “nítido intuito” de André Vargas em “afrontar” o ministro Joaquim Barbosa. Antonio Imbassahy afirma ainda que a atitude do vice-presidente da Câmara constitui “desrespeito” ao presidente do Supremo.

“Vargas é vice-presidente de um Poder, o Legislativo, e deve se comportar com a dignidade que o cargo requer, e não desrespeitando o presidente de outro poder, o Judiciário. Foi uma chacota à Justiça, um total acinte. A sociedade não aceita esse tipo de desrespeito. Ele perdeu todas as condições de permanecer no cargo”, afirmou o líder do PSDB na representação.

‘Direito dele’

O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), se manifestou sobre o assunto nesta terça-feira (4) e afirmou que André Vargas tem o "direito" de protestar contra as condenações do julgamento do mensalão.

Para Henrique Alves, atitude do colega não configura quebra de decoro parlamentar. "Foi uma manifestação pessoal de um parlamentar. Logicamente que foi uma atitude de protesto, o partido e ele estão discordando dos procedimentos do Judiciário. É um direito dele", disse o presidente da Câmara.

Cotovelada

Reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" publicada nesta terça-feira (4) revelou que, durante sessão de abertura do ano legislativo, Vargas que estava sentado ao lado de Barbosa, conversava por mensagem de celular e escreveu para o interlocutor: "Da uma cutovelada (sic)".

O deputado André Vargas (PT-PR) negou nesta terça-feira (4) que tenha tido vontade de dar uma cotovelada em Joaquim Barbosa. A conversa por mensagem de celular, flagrada em foto pela reportagem do jornal, começou com o interlocutor de Vargas perguntando se haveria diálogo entre ele e Barbosa.

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