Fernanda Calgaro
Do UOL, em Brasília
Do UOL, em Brasília
- Sérgio Lima/FolhapressFoto de janeiro deste ano do acampamento de petistas contrários à prisão dos dirigentes do partido condenados pelo mensalão
João Paulo nega provocação em ato em frente ao STF
Indagado se achava compatível manter o mandato, Cunha rebateu dizendo que a pergunta deveria ser outra: "Você acha justo uma pessoa que não cometeu nenhum crime deixar de exercer o seu ofício?".
O grupo acampado, de cerca de 30 pessoas, é o mesmo que estava em frente ao presídio da Papuda, desde novembro do ano passado. Eles transferiram o acampamento para o estacionametno em frente ao Supremo.
O deputado afirmou que não está preparado para ser preso, mas que dormirá bem por ter a "consciência tranquila". "Preparado [para ser preso] ninguém pode falar que está. Mas de qualquer forma quem tem a consciência tranquila certamente dormirá bem."
Cunha acrescentou que não descarta pedir revisão criminal da sua condenação pelo STF nem recorrer à Corte Interamericana de Direitos Humanos.
João Paulo Cunha diz estar com a consciência tranquila
O deputado afirmou ainda que, depois de preso, pretende requerer autorização para estudar e trabalhar. Como ele começará cumprindo a pena de seis anos e quatro meses por peculato e corrupção passiva inicialmente no regime semiaberto, ele poderá pedir à Justiça para que saia durante o dia para trabalhar.
Cunha ainda foi condenado por lavagem de dinheiro, mas ainda aguarda o tribunal analisar recurso da sua defesa quanto a este crime.
O mandato de prisão contra o deputado poderá ser expedido a qualquer momento pelo presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa. O magistrado saiu de férias no início de janeiro logo após decretar o fim do processo contra Cunha e determinar que começasse a cumprir a sua pena, mas não deixou assinada a ordem de prisão contra o petista, que continua em liberdade.
Agradecimento
Cunha foi até o acampamento para agradecer a solidariedade dos militantes.Ele chegou com uma camiseta branca com os dizeres "no pasará" e a barba por fazer. Cumprimentou os militantes e sentou para comer junto a eles. No cardápio, arroz, feijão, salada, vinagrete e carne cozida.
Esse grupo considera o julgamento injusto. Em frente ao acampanento, em uma lona de plástico azul, faixas pedem a anulação da ação penal 470, o julgamento do mensalão.
Os militantes vestem camisetas com os dizeres "em defesa do mandato do deputado João Paulo Cunha".
João Paulo Cunha -
3.fev.2014
- O deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), um dos condenados pelo
STF (Supremo Tribunal Federal) no processo do mensalão, visita o
acampamento de militantes do PT, localizado no estacionamento entre o
congresso e o STF, nesta segunda-feira (3).
Eles estão acampados do
local desde dezembro de 2013. O deputado aguarda a assinatura de seu
mandado de prisão para se entregar, o que pode acontecer a qualquer
momento Pedro Ladeira/Folhapress
Pela lei, ele pode, mediante autorização judicial, trabalhar durante o dia e só dormir na cadeia.
Cunha aguarda ainda que o tribunal analise recurso da sua defesa contra a condenação de três anos de prisão por lavagem de dinheiro.
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