segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Violência no Distrito Federal resgistra 12 mortes em apenas 48 horas


Além do menino de 5 anos atingido na Estrutural, o primeiro fim de semana após a Justiça decretar o fim da operação tartaruga ficou marcado por pelo menos 12 assassinatos em 48h. Dez casos ocorreram apenas no domingo

Kelly Almeida
Ariadne Sakkis
Camila Costa
Maryna Lacerda
Juliana Contaifer
Publicação: 03/02/2014 06:52 Correio Brazilense

O menino Pedro Henrique foi atingido por dois disparos quando brincava com o irmão na frente de casa, na Quadra 4 do Setor Norte da Estrutural ( Daniel Ferreira/CB/D.A Press)
O menino Pedro Henrique foi atingido por dois disparos quando brincava com o irmão na frente de casa, na Quadra 4 do Setor Norte da Estrutural
 Uma criança de 5 anos levou ontem duas balas na cabeça após uma troca de tiros na Estrutural. Até o fim da noite de ontem, o menino Pedro Henrique permanecia internado em estado grave no Hospital de Base do DF. 

A violência marcou o primeiro fim de semana depois de a Justiça detrminar o fim da operação tartaruga. Em 48h, houve pelo menos 12 homicídios, sendo 10 só no domingo. E deu sequência a um janeiro com muito a lamentar na segurança pública do DF. 

Até a última quinta-feira, os índices contabilizavam nos primeiros 30 dias do ano 75 mortes violentas na capital federal, sendo 22 homicídios e latrocínios (roubos com morte) a mais do que o mesmo período do ano anterior.

Um dos assassinatos registrados no domingo aconteceu na 504 Sul, mesma quadra onde um morador de rua foi esfaqueado na última quinta-feira. Também ontem, dois homens morreram baleados em Santa Maria e houve um homicídio em Arniqueiras. 


Além disso, uma mulher sofreu um estupro no Setor de Chácaras, no Lago Norte. De sábado a domingo, as delegacias do DF ainda abriram as investigações de duas tentativas de homicídio e quatro roubos. Na noite de domingo, o embaixador aposentado Jório Dauster sofreu um assalto no Lago Sul (leia reportagem ao lado).

O crime cometido na Estrutural aconteceu por volta das 16h. Pedro Henrique brincava com o irmão de 10 anos na frente de casa, na Quadra 4 do Setor Norte, quando passou um homem de bicicleta e apontou a arma para o vizinho. 


Houve troca de tiros e dois disparos atingiram a cabeça do menino. A vítima foi socorrida por um popular, que a levou de carro ao Hospital de Base do DF. Testemunhas tentaram chamar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não conseguiram contato.

Uma vizinha disse que a mãe dos meninos, a auxiliar de serviços gerais Daiane Costa Pinto, 28 anos, andou de um lado para outro com o filho no colo à espera de ajuda. Os bombeiros só chegaram mais tarde. Até o fechamento desta edição, o menino estava em cirurgia, em estado grave. 


Com 10 anos completados no sábado, o irmão da vítima contou que, ao ouvir o barulho dos tiros, correu para chamar o pai em casa. Quando voltou, encontrou o menino caído. Pedro Henrique mora com um tio no Recanto das Emas.

 No sábado, Daiane foi visitar o filho e o levou para casa depois de três meses sem vê-lo. Moradores disseram que os dois suspeitos se ameaçavam há dias. Ninguém havia sido preso até as 21h de ontem.

Mapa da violência

Na escalada de violência registrada até a última quinta-feira, Ceilândia e Planaltina lideram o ranking de violência. As cidades acumularam 26 homicídios e 49 tentativas de assassinato. Em Planaltina, também foi registrado um latrocínio. 


Os outros casos ficaram divididos em 20 regiões administrativas, entre elas o Plano Piloto. No começo do ano, um brigadeiro da Aeronáutica foi morto depois de levar um tiro na cabeça durante uma tentativa de assalto. João Carlos de Souza chegava em casa, na 112 Sul, quando foi abordado por três assaltantes. Ele foi atingido na cabeça e morreu.

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