sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

UM DIA TRISTE PARA A JUSTIÇA (e mais um vexame para o PT)


Carlos Chagas 


Publicado: 28 de fevereiro de 2014 às 7:48 - Atualizado às 13:34




Luís Roberto Barroso, Teori Zavascki e Dias Toffoli fizeram o dever de casa, ou seja, asseguraram a absolvição dos mensaleiros na acusação de formação de quadrilha. Para isso foram indicados pela presidente Dilma e nomeados pelo Senado. Com seus votos, mudaram a essência das condenações, pois nenhum dos antigos líderes e dirigentes do PT cumprirá prisão fechada. 

De José Dirceu a Delúbio Soares, de José Genoíno a João Paulo Cunha, os companheiros estão autorizados a apenas dormir na cadeia, podendo durante o dia trabalhar em diversas atividades do lado de fora.


O singular nessa decisão completada ontem é que para a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal os condenados apenas se reuniam para cometer crimes esporádicos. Sua ação não caracterizava a existência de uma quadrilha…


A absolvição dos mensaleiros brada aos céus. Tivessem sido acusados de haver crucificado Jesus Cristo ou convencido o governo dos Estados Unidos a invadir o Iraque, nada mais natural do que serem absolvidos. 

Mas que outra coisa formaram senão uma quadrilha armada em torno de um chefe maior, operadores, tesoureiros, publicitários, um banco, ramificações nos partidos da base do governo e distribuição de pelo menos 70 milhões de reais a deputados? Isso durante mais de dois anos, de forma ordenada.


Aliás, em todo o processo ficaram de fora dezenas de parlamentares beneficiados com o mensalão, ou seja, a distribuição sistemática de dinheiro podre, com a finalidade de votarem com o palácio do Planalto. Será que continuarão incógnitos? 

Não serão tão culpados quanto os organizadores da farra?


Em suma, um dia triste para a Justiça, uma porta aberta para, no devido tempo, os mensaleiros entrarem com pedidos de revisão das demais penas a que foram condenados. Basta que se atente para a renovação do plenário da mais alta corte nacional de justiça.

O PT está eufórico com a grande notícia: os companheiros presidiários não são quadrilheiros. São apenas corruptos

“O PT não róba nem dexa robá”, recitava José Dirceu antes da descoberta do mensalão. Hoje, como resumiu Joelmir Betting, o partido dos ex-presos políticos se tornou um partido de políticos presos.

Antes do julgamento do mensalão, Dirceu reinava na Casa Civil, governava o PT e sonhava com a presidência da República. Hoje só reina na cela S13 da Papuda e sonha com a vida fora da cadeia.

Antes do mensalão, a seita que tem como único Deus um palanque ambulante posava de detentora do monopólio da ética. Nesta quinta-feira, a notícia de que os companheiros presidiários escaparam do regime fechado foi suficiente para antecipar o Carnaval dos devotos de Lula.

O PT, quem diria, está grávido de felicidade com a decisão que anulou a condenação de Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares pelo crime de formação de quadrilha. 
Graças à bancada dos ministros da defesa, o STF resolveu que os três delinquentes não devem ser qualificados de quadrilheiros. Vão continuar engaiolados porque são apenas corruptos

 Augusto Nunes --VEJA

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