17/04/2014 21h27
Menor de 14 anos confessou assassinato e disse que os dois brigaram.
Caio Henrique, de 4 anos, foi encontrado morto na máquina de lavar.
Menor confessou ter matado Caio, que é seu parente, após briga, segundo a polícia
Faca usada para matar o menino Caio na Maré
O menor de 14 anos que confessou ter assassinado o primo Caio Henrique, de 4 anos, encontrado morto nesta quinta-feira (17) dentro da máquina de lavar da casa dele, na Baixa do Sapateiro, no Conjunto de Favelas da Maré, Zona Norte do Rio, disse à polícia que a alegria da criança o deixava incomodado. Segundo o delegado Rivaldo Barbosa, da Divisão de Homicídios da Polícia Civil, o crime foi cometido de forma "muito fria".
O jovem, que tem passagem pela polícia por furto, responderá por responderá por ato infracional análogo ao crime de homicídio qualificado e pode ficar apreendido por até três anos.
O delegado deu detalhes do crime e contou que o autor mora em Mangaratiba, na Costa Verde, e foi expulso de casa pelo irmão após uma briga. Segundo o delegado, o menor chegou à residência da tia na terça-feira (15), onde passou a noite.
No dia seguinte, Caio foi para a escola e quando voltou, por volta das 18h, chegou contente, com brindes de Páscoa. Deu até um bombom para o adolescente. Ainda de acordo com o relato do delegado, irritado com a alegria da criança, o menor teria tapado a respiração até que a vítima desmaiasse. Com Caio desacordado no quarto, que fica no segundo andar, o menor desceu, pegou uma faca de cozinha, voltou e deu entre quatro e cinco facadas no peito dele. Em seguida, enrolou o corpo em uma colcha e o escondeu no armário, depois o colocou na máquina de lavar, segundo a polícia.
Após a mãe dar queixa do sumiço, na quarta-feira (16), a irmã da vítima achou o corpo, ao procurar uma roupa na máquina de lavar, ainda pela manhã.
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Mais cedo, ainda na 21ª DP (Bonsucesso), onde a morte foi registrada e
para onde o menor foi levado, Delmir Gouveia, titular da delegacia,
contou que o jovem disse que "perdeu a cabeça" durante uma briga.“A mãe não estava na hora que tudo aconteceu. Ninguém ouviu nada, até porque estava tendo uma manifestação na rua e a casa fica no alto. O parente da vítima diz que perdeu a cabeça depois de uma discussão”, explicou o delegado.
Agentes da Polícia Civil disseram que a casa onde o parente estava foi cercada por moradores da Maré, revoltados com o crime. Dezenas de militares foram mobilizados para tirar o menor do local e o transportaram em um tanque do Exército até a delegacia.
Mãe se desespera
Enquanto prestava queixa sobre o desaparecimento do filho na delegacia, a cozinheira Vanessa Lima dos Santos, de 31 anos, recebeu a notícia de que o corpo da criança havia sido encontrado em casa e entrou em desespero. Mãe de cinco filhos, Vanessa contou que passou a madrugada desta quinta à procura do caçula.
Vanessa disse que viu o filho pela última vez brincando próximo de casa, na quarta-feira. "Ele estava sob os meus olhos, brincando com outras crianças. Estava tendo um protesto lá e alguém soltou uma bomba. Ele correu com as outras crianças. Mas ele não correu na minha direção, nem foi pra casa", disse.
Ela contou que parentes e amigos se mobilizaram nas buscas por, inclusive divulgando fotos nas redes sociais. "Eu nunca vivi algo parecido. Por isso que está doendo demais", desabafou.
Menino de 4 anos foi morto pelo primo de 14 anos, na Maré, segundo a polícia
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