sexta-feira, 18 de abril de 2014

Dilma perde o controle da inflação.

sexta-feira, 18 de abril de 2014




O aumento dos preços dos alimentos respondeu por mais da metade do Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial do país. A taxa ficou em 0,78% em abril, contra 0,73% em março.
O grupo de alimentação e bebidas subiu 1,84% entre 15 de março de 11 de abril, período de coleta do IPCA-15, o que corresponde a 0,45 ponto percentual do índice, mostram números divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE. Considerando a contribuição de cada item para o resultado do índice, os maiores destaques foram as carnes, com alta de 2,83%, seguida pela batata (26,96%), o leite (5,70%), o tomate (14,80%) e a gasolina (0,93%).
O IPCA-15 também ficou acima do resultado de abril do ano passado, 0,53%, e é a mais alta desde os 0,88% registrados em janeiro de 2013. No acumulado dos quatro primeiro meses do ano, o índice subiu para 2,91% e, nos últimos doze meses, chegou a 6,19%, acima dos 5,90% da pesquisa anterior. Também por causa dos alimentos, o IPCA fechado do mês de março, divulgado semana passada, surpreendeu os analistas com a alta de 0,92%.
O reajuste de até 5,68%, autorizado para os remédios no dia 26 de março, também se refletiu na inflação. O grupo de Saúde e Cuidados Pessoais fechou com alta de 0,69%, a segunda maior variação do IPCA-15, menor apenas do que a grupo de alimentos e bebidas.
Os números da inflação deixaram os analistas divididos sobre o próximo passo a ser dado pelo Banco Central que, há exatamente um ano, vem elevando sucessivamente a Selic, taxa básica de juros — a última alta, para 11% ao ano, ocorreu no início do mês.
Para André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, a alta do IPCA-15 foi menor do que esperada, mas ainda assim ele mantém sua aposta de alta de juros em maio, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. Isso porque, a inflação acumulada em doze meses continua subindo e “as expectativas não vão recuar de maneira significativa até lá”.
O economista também argumenta que a pesquisa de mercado de trabalho, também divulgada pelo IBGE nesta quinta-feira, mostra o desemprego ainda baixo e reforça a expectativa de que os preços dos serviços continuarão subindo.
De acordo com o último boletim Focus, divulgado pelo BC na segunda-feira, a mediana das projeções dos economistas para a inflação acumulada em 12 meses já chega a 6,47%, encostando no teto da meta. (O Globo)

Ibope: nova queda de Dilma indica tendência.


A avaliação do governo Dilma Rousseff segue em tendência de piora, com índices que beiram os patamares apresentados logo após as manifestações de junho. Pesquisa Ibope divulgada nesta quinta-feira revela que a parcela dos brasileiros que considera a gestão ótima ou boa oscilou negativamente pela terceira vez no ano, passando de 36% em março para 34% em abril. Em dezembro, no pico da recuperação pós-protestos, a aprovação chegou a 43%. Em fevereiro era de 39%.

De outro lado, a avaliação negativa do governo é a segunda pior da série histórica do governo Dilma, tendo subido de 27% em março para 30% em abril. O índice só não é pior do que o apurado em julho de 2013, quando chegou a 31% e empatou com a avaliação positiva do governo, que despencara de 55% para os mesmos 31%. Aquela pesquisa foi a primeira após a massificação dos protestos de rua nas principais cidades do País.

A queda da aprovação da administração federal guarda relação com a piora do cenário econômico. O índice de confiança do consumidor – indicador com a maior correlação com a avaliação do governo -, por exemplo, registrou em fevereiro a maior queda mensal de sua história, quando baixou 4,5%, chegando ao menor nível desde julho de 2009. O patamar foi mantido em março. Por sua vez, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice oficial de inflação, teve alta de 0,92% em março, maior taxa mensal em 11 anos.

No período, a presidente Dilma também foi exposta a um noticiário negativo em relação à sua capacidade de gestão após a revelação de que ela deu aval à compra da refinaria de Pasadena (EUA) pela Petrobrás quando era presidente do conselho de administração da estatal.

Além de avaliar o governo como um todo, o Ibope pesquisou também a opinião dos brasileiros sobre o desempenho pessoal de Dilma na Presidência, cuja avaliação também caiu. Sua conduta é aprovada por 47% e desaprovada por 48%. Em março, a taxa de aprovação era de 51%, e a de reprovação, 43%.

Governo. Na avaliação do governo, em termos geográficos, à exceção da região Sul, houve apenas oscilações dentro da margem de erro. No Nordeste, a aprovação do governo Dilma passou de 45% para 43%, no Norte e no Centro-Oeste foi de 39% para 40% e no Sudeste subiu um ponto percentual para 30%. No Sul, onde o número de entrevistados é menor e pode haver maiores oscilações, ela caiu de 39% para 25%.

A desaprovação da administração federal entre os que moram na periferia aumentou 11 pontos percentuais, passando de 27% para 38% de pessoas que consideram o governo ruim ou péssimo. Também caiu 11 pontos a avaliação regular do governo, saindo de 42% para 31%. A avaliação positiva passou de 31% para 29%.

Nas capitais e no interior tanto a avaliação positiva quanto a negativa oscilaram dentro da margem. No primeiro caso, atualmente 32% veem o governo como ótimo ou bom. No interior, a taxa é de 37%. O governo é mais bem avaliado nos municípios menores. A aprovação é de 45% nas cidades de até 20 mil habitantes e de 30% nas que abrigam mais de 100 mil moradores.

Na divisão do eleitorado por escolaridade, a queda na aprovação do governo se concentrou na faixa com curso superior (de 26% para 20%). No outro extremo, entre os que estudaram até a 4.ª série, a variação foi de 48% para 49%.

No quesito renda, 51% das pessoas que ganham até um salário mínimo avaliam o governo como ótimo ou bom (eram 48% na pesquisa anterior), número que cai para 38% na faixa dos que ganham entre um e dois salários mínimos (eram 40%). Entre os que recebem acima de 10 salários mínimos, o índice foi de 23% para 24%. Nessa faixa, contudo, a reprovação do governo aumentou, chegando a 43% – o índice era de 41% em março, 35% em fevereiro e 25% em dezembro.

A pesquisa revela ainda que, quanto mais jovens os eleitores, mais eles são críticos em relação ao governo. Entre aqueles com menos de 25 anos, a aprovação à gestão da presidente é de 30%, ao passo que 35% consideram o governo ruim ou péssimo. Entre os que têm 55 anos ou mais, 39% avaliam o governo como bom ou ótimo, e 28% o desaprovam.

Metodologia. O levantamento do Ibope foi feito em 140 municípios. Foram ouvidos 2002 eleitores. Como a margem de erro é de dois pontos porcentuais, a aprovação ao governo pode estar entre 32% e 36%. No levantamento anterior, de março, poderia se situar entre 34% e 38%. O nível de confiança utilizado é de 95%. A pesquisa foi registrada sob o número BR00078/2014. (Estadão)


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