sábado, 31 de maio de 2014

Qual motivo da EX-mulher no ministro Cardozo ter escolta da Polícia Federal? ela é EX-presidente da República?

BLOG Prontidão

Filha e ex-mulher de José Eduardo Cardozo são abordadas por bandidos armados no Morumbi

A filha e a ex-mulher do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, sofreram uma tentativa de assalto por homens armados no Morumbi, na Zona Sul de São Paulo, na noite de terça-feira. Mayra Cardozo comemorava seu 22º aniversário e seguia para um restaurante com a mãe, a procuradora de Justiça Sandra Jardim, da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo. O automóvel em que estavam – um Toyota Camry blindado, de propriedade de Cardozo – foi cercado por quatro criminosos por volta das 20h30, em um semáforo. Sandra arrancou com o carro e conseguiu escapar dos assaltantes. Policiais federais encarregados da escolta da família ficaram para trás, sem reagir.

A filha do ministro tem direito a escolta policial porque já relatou ameaças. O caso é tratado inicialmente como tentativa de assalto. A conduta dos agentes da escolta também vai ser investigada. A colegas, os policiais disseram que temem ser acusados de prevaricação, crime em que funcionário público deixa de praticar a função para a qual é pago, punido com até três anos de prisão. Uma nova equipe foi designada para a segurança pessoal de Mayara.

Não é a primeira vez que o ministro enfrenta problemas com a escolta da filha. Em junho do ano passado, a coluna Radar, de VEJA, revelou que agentes encarregados dessa tarefa em São Paulo reclamaram do trabalho e policiais de outras jurisdições tiveram de ser deslocados para atender Mayra. No fim de abril, como mostrou a coluna Holofote, de VEJA, um papiloscopista reclamou na página Fale com a Presidente do excesso de policiais encarregados da segurança de Mayra.

Cardozo disse, nesta quarta-feira, que os turistas estrangeiros “devem se sentir seguros” no Brasil. Sobre as cenas de índios atacando policiais a flechadas, em Brasília, o ministro afirmou: “O que ocorreu nesta terça mostra que a polícia está presente para garantir o cumprimento da lei, a liberdade de manifestação e não permitir abusos”.

Tentativa de assalto à filha e ex-mulher do ministro Cardozo não é lição de moral, mas instrui

Na tarde desta quarta, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que os turistas devem se sentir seguros no Brasil. À noite, sua ex-mulher e sua filha foram vítimas de uma tentativa de assalto, em São Paulo. É claro que a gente é tentado a fazer a crítica fácil, que, convenham, já vem pronta: “E aí, hein, ministro? Quer dizer que turista pode se sentir seguro!? Já os brasileiros…”.

Pois é. Trata-se de uma crítica tão fácil como errada. Todas as pessoas estão sujeitas a assaltos. A bobagem que seus respectivos pais ou ex-maridos falam não tem nenhuma relação com o episódio em si. Os burros e os inteligentes, os bons e os maus, os esquerdistas e os direitistas, os carnívoros, os vegetarianos e os herbívoros… Ninguém escapa. Assaltos não existem para aplicar lições de moral, para ser didáticos ou para punir quem não pensa como a gente. Assaltos existem porque alguém acha certo tomar na marra o que não lhe pertence. Se o país é viciado em impunidade e a transforma numa tradição, o que assaltou uma vez o fará muitas vezes; outros seguirão seu exemplo porque vão considerar que é um jeito fácil de ganhar a vida. E as consequências são conhecidas — nossas conhecidas.

É claro que falas de autoridades brasileiras nesses dias são irritantes, beirando a estupidez, a começar das de Cardozo. Veio a público ontem o número de homicídios no Brasil em 2012: mais de 56 mil. A taxa é de 29 por 100 mil habitantes. Uma aberração! O país, já lembrei aqui, tem um terço da população da América Latina e Caribe e responde por mais de metade dos homicídios.

À diferença, pois, do que diz o ministro da Justiça, o Brasil não é um país seguro: nem para estrangeiros nem para brasileiros; nem para os que têm pais que falam as coisas certas nem para os que têm pais que falam as coisas erradas. E olhem que ex-mulher e filha do ministro transitavam numa das capitais mais seguras do país. Em qualquer estado governado por seu partido, o PT, o risco é maior.

Leio que até o procurador-geral da República, sei lá com que autoridade ou expertise, resolveu dizer palavras tranquilizadoras aos turistas. Em reunião com empresários, a presidente Dilma Rousseff afirmou que vai chamar o Exército e que não permitirá que se encoste um dedo nas delegações estrangeiras. Tudo isso, no fim das contas, é meio acintoso quando nos damos conta da desídia do Poder Público, com raras exceções, em matéria de segurança pública para os nativos, para este pobre povo de Banânia, que morre às pencas.

Convenham: nem seria preciso que a realidade se encarregasse de ser tão didática com Cardozo para que a gente se lembrasse o quanto ele e seu partido não fizeram nessa área. Termos chegado à Copa do Mundo — e, daqui a dois anos, às Olimpíadas — sem uma lei que puna com especial rigor pessoas que põem em risco a segurança coletiva é uma prova de irresponsabilidade.

Menos mau que os familiares do ministro possam contar com condições especiais de segurança, como carro blindado e escolta armada. [escolta armada paga pelos cofres público, ou seja, dinheiro dos contribuintes - policiais que poderiam atuar em outras missões.] A esmagadora maioria dos brasileiros tem a seu favor apenas a sorte. Além das palavras tranquilizadoras do ministro da Justiça.
 
Fonte: Blog do Reinado Azevedo - Veja.com
 

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