Preto, perneta e viciado. Essa é a descrição do Saci-Pererê.
Aliás, era. Hoje ele é um “indivíduo afrodescendente, portador de deficiência e
dependente químico”. Tadinho do Saci. Daqui a pouco vai ser banido do folclore
junto com o “Pequeno Afrodescendente do Pastoreio”...
Quem quiser que dê uma olhada na cartilha “PoliticamenteCorreto e Direitos Humanos”, uma excrescência elaborada pelo petralha Nilmário
Miranda em 2004 que, apesar de não ter vingado como publicação, deixou rastros
indeléveis por onde passou. É uma fonte inesgotável de piadas eufemisticamente
prontas.
Leonardo Correa, do Instituto Liberal, manda bem sobre o assunto
em seu artigo “Reféns de nossa própria língua”.
Acordei politicamente incorreto. Não sei se é a gripe; não
sei se é a situação do país.
Só sei de uma coisa, não dá para aturar essa
cantilena esquizofrênica. Há duas décadas atrás, acreditava que isso seria
apenas um modismo patético. Lembro, inclusive, de ter comprado um hilariante
“Dicionário do Politicamente Correto”.
Era coisa de rolar de rir. Mas, não é
que a loucura pegou? Uma propaganda com
o tal Compadre Washington foi tirada do ar pois, em dado momento, o dito cujo
se refere a uma mulher como “ordinária”. Para tudo!! Qual é o problema com a
palavra “ordinária”? Aliás, uma famosa obra de Nelson Rodrigues chama-se
“Bonitinha, mas ordinária”. Vão mandar recolher os exemplares das livrarias e
bibliotecas?
Curiosamente, um movimento de manifestação feminista se
define como “A marcha das vadias”. Vejam bem: vadia pode, ordinária não! O que
está acontecendo? A subversão de valores é a regra vigente em nossa sociedade?
Sinceramente, minha conclusão é: mudar o sentido das palavras e patrulhar o seu
uso foi o maior atentado à liberdade de expressão cometido – paulatinamente –
nas últimas décadas.
Com “bandeiras” bonitas e peseudo-ponderações que
“evoluíram” para gritos, guinchos e cóleras, nos tornamos reféns no uso de
nossa própria língua. Trata-se de uma verdadeira mordaça velada. Obviamente,
não podemos deixar de considerar o duplo padrão. O monopólio do uso de
determinadas palavras é das “minorias” – defendidas pelo glorioso
“politicamente correto”. Elas podem usá-las como querem, no intuito de causar o
maior impacto possível. Aonde está a isonomia? Ou todos podem usar as palavras,
ou ninguém pode.
Enfim, cansei. Não aguento mais. Chega!! Deus nos livre dos
politicamente corretos.
Vou usar as palavras que quiser e afirmo, com todas as
letras, que essa censura é inconstitucional, pois viola a liberdade de
expressão. Já sei, já sei… Nossos constitucionalistas dirão que deve haver uma
ponderação de princípios, que a liberdade de expressão não é absoluta e
blá-blá-blá… Para a devida reflexão, lanço apenas uma pergunta: qual foi o bem que a sociedade teve
com essa luta pelo “politicamente correto”?
Não vejo nenhum. Aumentaram os
conflitos entre homens e mulheres, entre todas as raças, entre todas as crenças
e religiões. Para terminar, eu preferia quando fazíamos piadas sobre tudo:
gêneros, raças, credos e etc. Na minha visão, éramos mais felizes, livres e perdíamos
menos tempo nos preocupando com bobagens. Essa postura politicamente correta é
“bonitinha, mas ordinária”.
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