sábado, 31 de maio de 2014

Saci-Pererê e Negrinho do Pastoreio em vias de banimento


Preto, perneta e viciado. Essa é a descrição do Saci-Pererê. Aliás, era. Hoje ele é um “indivíduo afrodescendente, portador de deficiência e dependente químico”. Tadinho do Saci. Daqui a pouco vai ser banido do folclore junto com o “Pequeno Afrodescendente do Pastoreio”...

Quem quiser que dê uma olhada na cartilha “PoliticamenteCorreto e Direitos Humanos”, uma excrescência elaborada pelo petralha Nilmário Miranda em 2004 que, apesar de não ter vingado como publicação, deixou rastros indeléveis por onde passou. É uma fonte inesgotável de piadas eufemisticamente prontas.

Leonardo Correa, do Instituto Liberal, manda bem sobre o assunto em seu artigo “Reféns de nossa própria língua”.

Acordei politicamente incorreto. Não sei se é a gripe; não sei se é a situação do país. 
 
Só sei de uma coisa, não dá para aturar essa cantilena esquizofrênica. Há duas décadas atrás, acreditava que isso seria apenas um modismo patético. Lembro, inclusive, de ter comprado um hilariante “Dicionário do Politicamente Correto”. 
 
Era coisa de rolar de rir. Mas, não é que a loucura pegou?  Uma propaganda com o tal Compadre Washington foi tirada do ar pois, em dado momento, o dito cujo se refere a uma mulher como “ordinária”. Para tudo!! Qual é o problema com a palavra “ordinária”? Aliás, uma famosa obra de Nelson Rodrigues chama-se “Bonitinha, mas ordinária”. Vão mandar recolher os exemplares das livrarias e bibliotecas?

Curiosamente, um movimento de manifestação feminista se define como “A marcha das vadias”. Vejam bem: vadia pode, ordinária não! O que está acontecendo? A subversão de valores é a regra vigente em nossa sociedade? Sinceramente, minha conclusão é: mudar o sentido das palavras e patrulhar o seu uso foi o maior atentado à liberdade de expressão cometido – paulatinamente – nas últimas décadas.

Com “bandeiras” bonitas e peseudo-ponderações que “evoluíram” para gritos, guinchos e cóleras, nos tornamos reféns no uso de nossa própria língua. Trata-se de uma verdadeira mordaça velada. Obviamente, não podemos deixar de considerar o duplo padrão. O monopólio do uso de determinadas palavras é das “minorias” – defendidas pelo glorioso “politicamente correto”. Elas podem usá-las como querem, no intuito de causar o maior impacto possível. Aonde está a isonomia? Ou todos podem usar as palavras, ou ninguém pode.

Enfim, cansei. Não aguento mais. Chega!! Deus nos livre dos politicamente corretos. 
 
 
Vou usar as palavras que quiser e afirmo, com todas as letras, que essa censura é inconstitucional, pois viola a liberdade de expressão. Já sei, já sei… Nossos constitucionalistas dirão que deve haver uma ponderação de princípios, que a liberdade de expressão não é absoluta e blá-blá-blá… Para a devida reflexão, lanço apenas uma  pergunta: qual foi o bem que a sociedade teve com essa luta pelo “politicamente correto”? 
 
Não vejo nenhum. Aumentaram os conflitos entre homens e mulheres, entre todas as raças, entre todas as crenças e religiões. Para terminar, eu preferia quando fazíamos piadas sobre tudo: gêneros, raças, credos e etc. Na minha visão, éramos mais felizes, livres e perdíamos menos tempo nos preocupando com bobagens. Essa postura politicamente correta é “bonitinha, mas ordinária”.
 
 

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