sábado, 31 de maio de 2014

Casos de incêndio ambiental crescem em Minas Gerais

Até o dia 24 deste mês houve 55 ocorrências, mais que o triplo da média de 15 casos para o mesmo período de 2009 a 2013




Publicação: 31/05/2014 06:00 EM

Incêndio no Rola Moça em 2012: secretaria vai contratar brigadistas  (Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press %u2013 21/07/2012)
Incêndio no Rola Moça em 2012: secretaria vai contratar brigadistas 

O início de ano mais seco e quente em Minas está contribuindo para aumentar a quantidade de incêndios nas unidades estaduais de conservação. Até o dia 24 deste mês houve 55 ocorrências, mais que o triplo da média de 15 casos para o mesmo período de 2009 a 2013. O fogo já destruiu 573,21 hectares nas áreas protegidas, contra uma média de 155,91 nos últimos cinco anos, segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). O órgão planeja contratar 330 brigadistas temporários em 2014, mais que o dobro do efetivo empregado no ano passado.

Os meses em que unidades de conservação tiveram maior área queimada neste ano foram janeiro e abril, com 208,29 e 214,2 hectares atingidos, respectivamente. Em fevereiro foram 139,33 hectares, bem mais que março (4,7) e maio (6,69). As chamas também atingiram matas ao redor das florestas protegidas. Em um raio de até 3 quilômetros no entorno, a Semad registrou 27 incêndios até 24 de maio, contra a média de 13 para o mesmo período entre 2009 e 2013. Nesses terrenos vizinhos, as chamas queimaram 438,32 hectares em 2014, mais que o triplo da média de 95,89 nos últimos cinco anos.

Uma das unidades mais penalizadas foi o Parque Estadual da Serra do Rola Moça, que se estende pelos municípios de Belo Horizonte, Brumadinho, Ibirité e Nova Lima. Um único incêndio neste mês destruiu 34 hectares da área protegida, o que já superou o total queimado em 2013, segundo o diretor de prevenção e combate a incêndios florestais e eventos críticos da Semad, Rodrigo Bueno Belo. Outra ocorrência devastou cerca de 60 hectares do Parque Estadual da Serra do Papagaio, que se distribui pelos municípios de Airuoca, Alagoa, Baependi, Itamonte e Pouso Alto.

“Se o ano continuar com dias muito secos, como se espera, a tendência é haver um crescimento dos incêndios, tanto em quantidade quanto em gravidade”, alerta Belo. Os 330 brigadistas temporários que a Semad planeja contratar até julho serão espalhados por 30 unidades de conservação e deverão trabalhar até novembro ou outubro, a depender do local aonde sejam designados. Em 2013, o órgão abriu 250 vagas para a função, mas conseguiu preencher apenas 130.

Equipamentos
Para ajudar no combate aos incêndios, segundo Belo, a secretaria pretende comprar nos próximos dois meses 12 motobombas portáteis, equipamentos com capacidade para lançar 180 litros de águas por minuto, e 12 sopradores costais, usados para apagar as chamas com ar. O órgão já adquiriu 36 motobombas, com capacidade para armazenar 500 litros de águas cada, e planeja abrir processos de licitação para contratar os serviços de um helicóptero capaz de transportar de 3 mil a 5 mil litros, e de um ou dois tratores, que serão empregados para abrir aceiros. “Mais de 90% dos incêndios em nossas unidades são de origem criminosa, incluindo os acidentais”, estima.

As chamas são favorecidas pelo tempo seco. Em janeiro desde ano, choveu 110 milímetros em Belo Horizonte, menos da metade da média histórica de 274,1 milímetros, segundo a empresa Climatempo. A situação é ainda mais preocupante no Norte mineiro, região onde costuma haver mais incêndios. 



Em Januária, o primeiro mês do ano registrou 40 milímetros, pouco mais de um terço dos 110 milímetros de média. Em Montes Claros, foram apenas 30 milímetros, contra 230 de média. No primeiro bimestre um bloqueio atmosférico sobre a região sudeste impediu a chegada de frentes frias a Minas, o que provocou a queda na quantidade de chuvas e a alta nas temperaturas.

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