Protesto contra a ocupação da Reitoria da
UnB reúne cerca de 100 pessoas. Reitor chama estudantes de "fascistas".
Por causa da falta de acesso ao edifício, salários de professores,
terceirizados e bolsas podem atrasar
Publicação: 10/06/2014 06:00 Correio Braziliense
A ocupação da
Reitoria da Universidade de Brasília (UnB) feita por alunos mascarados
ameaça atrasar os salários de funcionários da instituição. Como os
servidores doa Reitoria não podem acessar o lugar para trabalhar, há
risco de que o pagamento de professores, de terceirizados e de bolsas de
assistência a estudantes não saia na data correta, geralmente até o 10º
dia útil de cada mês.
Na tarde de ontem, a água e a luz da Reitoria
foram cortadas. Hoje, às 12h, os estudantes realizam assembleia para
decidir se vão permanecer no prédio. Também na segunda-feira, cerca de
100 pessoas — inclusive o reitor, Ivan Camargo, se reuniram para pedir a
saída dos manifestantes.
As
barricadas levantadas pelos estudantes nas rampas da Reitoria impediram
o acesso ao terceiro piso do prédio. Os funcionários do edifício que se
encarregam de processar o pagamento dos salários de professores e
outros funcionários, como também das bolsas de assistência social e
monitoria de muitos alunos, não puderam trabalhar.
“Se
a situação não mudar, tanto docentes como estudantes poderão ter os
pagamentos atrasados”, informou a decana de Assuntos Comunitários da
UnB, Denise Bomtempo. Ivan Camargo confirma que os documentos precisam
ser mandados ao Ministério do Planejamento até 13 de junho. Por meio de
nota, a Associação de Docentes da UnB (ADUnB) registrou a preocupação
com o fato.
"Tendo em vista a falta de segurança no local, o DGP
(Departamento de Gestão de Pessoas) está impedido de realizar suas
atividades, dentre as quais rodar a folha de pagamento dos professores e
técnicos administrativos. O não fechamento da folha, que deverá ser
concluída até amanhã, pode inviabilizar o pagamento deste mês.”
Alunos
que precisam realizar trâmites na Reitoria também foram prejudicados. Foi
o caso da estudante de pós-graduação de biologia microbiana Giselle
Soares, 32 anos. “Não tenho nada a ver com a ocupação, mas preciso
solicitar meu diploma para poder me formar. E não tem ninguém para me
atender”, conta.
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