O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio
Neves, confirmou ontem a manutenção da aliança entre seu partido e o PSB em
Pernambuco. Em entrevista a uma rádio do Recife, Aécio evitou entrar em
conflito com o também presidenciável Eduardo Campos (PSB), mas reivindicou o
posto de legítimo representante da oposição do PT.
O senador tucano afirmou que sacrificaria correligionários
locais se rompesse o acordo feito em 2013 com Campos, de aliança entre PSDB e
PSB em Minas Gerais em Pernambuco. O combinado foi quebrado por Campos que, sob
a influência da ex-senadora Marina Silva, decidiu que seu partido terá
candidato próprio ao governo mineiro. Assim, o PSDB deve confirmar o apoio à candidatura do
ex-secretário de Fazenda Paulo Câmara (PSB) para o governo de Pernambuco.
A fim de diferenciar-se de Aécio, com quem deve disputar uma
vaga para o segundo turno da corrida presidencial, Campos intensificou o tom
das críticas ao mineiro nas últimas semanas. Aécio admitiu ter ouvido algumas,
mas preferiu contemporizar.
O tucano não deixou, no entanto, de alfinetar o adversário
pernambucano, de quem se distanciou nas últimas pesquisas de intenção de votos.
Aécio reivindicou para si o papel de legítimo representante da oposição ao
governo da presidente Dilma Rousseff.
"Ele [Campos] tem todas as credenciais para disputar
essas eleições. Quem se dispõe a enfrentar o que estamos enfrentando - e eu
pessoalmente estou enfrentando como adversário histórico do PT - sabe que
teremos dificuldades. Não dá para dispersar energias em coisas que têm menos
relevância", disse.
O tucano viria a Pernambuco na segunda-feira, mas adiou os
compromissos devido ao nascimento de seus filhos com a modelo Letícia Weber.
Uma nova visita foi marcada para o dia 18.
Ontem, Marina Silva, pré-candidata a vice-presidente na
chapa de Campos, defendeu que o PSB lance um candidato ao governo de Minas
Gerais. Ela esteve em Belo Horizonte, onde se reuniu com integrantes da legenda
ligados ao Rede Sustentabilidade. "Em Minas nós vamos ter candidatura
própria. O PSB está discutindo a candidatura própria", disse ela.
O partido está dividido. Alguns setores - entre os quais o
do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda - acham melhor apoiar já no
primeiro turno Pimenta da Veiga, que o PSDB confirma hoje como candidato a
governador. Outras alas falam em candidatura própria, mas divergem sobre os
nomes. O grupo de Marina defende Apolo Heringer, mas o favorito é o presidente
estadual da legenda, o deputado federal Júlio Delgado. Segundo Marina, a tese
da candidatura própria é apoiada por ela e por Campos.
O Valor apurou que já se fala em algum tipo de intervenção
nacional no diretório de Minas caso a convenção estadual decida por não lançar
candidato próprio. Marina preferiu dizer que o esforço é convencer a legenda
por meio do diálogo. E que há "cerca de 13 candidaturas [estaduais] que já
estão caminhando em suas campanhas, com PSB, Rede e demais partidos." (Valor Econômico)
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