O Brasil paga o preço do atraso e da corrupção com a aliança PMDB-PT.
Maior partido aliado da
presidente Dilma Rousseff, o PMDB define nesta terça-feira (10) em convenção
nacional se continuará ao lado da petista na disputa à reeleição. Mesmo com a esperada confirmação
do apoio, a sigla já prepara críticas a algumas das propostas defendidas pelo
PT e pelo governo.
Entre elas está a rejeição a
qualquer projeto de regulação da mídia, além de discordância em relação ao
formato de reforma política defendido pelo PT e ao decreto de Dilma que obriga
órgãos do governo a fazer consultas públicas antes de decidir sobre temas de
interesse da sociedade.
No programa de governo, que será
aprovado na convenção do PMDB e entregue a Dilma, o partido vai reafirmar a
defesa da liberdade de imprensa e criticar qualquer tentativa de regulação do
trabalho da mídia brasileira.
O ministro Paulo Bernardo
(Comunicações) diz que em um eventual segundo mandato Dilma poderá propor uma
regulação econômica da mídia que estimule a produção regional e independente.
Setores do PT defendem ainda o controle de conteúdo e a proibição de um mesmo
grupo econômico controlar TV, rádio e jornal.
Em relação à reforma política, os
peemedebistas são contra a ideia petista de um plebiscito para deliberar sobre
o tema, como defende o governo. Já sobre o decreto de Dilma, o PMDB dirá que o
PT pretende "aparelhar" as decisões governamentais.
PLACAR
Na convenção, a ala dilmista do
PMDB espera reunir cerca de 80% dos votos dos delegados, já que obteve a
promessa de que não haverá traição em dois importantes Estados: Ceará e Bahia. No Ceará, o pré-candidato ao
governo Eunício Oliveira pode ser rival do PT na disputa estadual, mas teria
dito a Temer que assegurará 42 dos 50 votos do Estado à manutenção da aliança
com Dilma. Na Bahia, o ex-deputado Geddel
Vieira Lima igualmente teria garantido a fidelidade a Temer, apesar de também
integrar coligação que é adversária do PT no Estado.
Caso confirme a manutenção da
aliança, o PMDB irá acrescentar cerca de 2 minutos e 20 segundos (em cada bloco
de 25 minutos) à propaganda eleitoral de Dilma na TV, principal instrumento das
campanhas políticas.
O batalhão pró-aliança é liderado
pelo vice-presidente da República, Michel Temer, que será confirmado como vice
da petista no caso de a aliança ser ratificada. Dilma irá ao encontro
peemedebista, pela tarde, caso as projeções de Temer se confirmem.
O grupo partidário que defende o
rompimento com Dilma se concentra principalmente nos diretórios do Rio Grande
do Sul, historicamente rival do PT, e do Rio de Janeiro, que ameaça uma
rebelião pró-Aécio Neves (PSDB).
A ala oposicionista do PMDB
distribuirá no encontro de hoje panfletos em que acusa o governo de corrupção e
ineficiência. Segundo o deputado Danilo Fortes (PMDB-CE), a dissidência será
bem maior do que a prevista. Temer rebate e diz estar certo da
vitória: "Se eu tiver 51%, está ótimo", afirmou ontem durante visita
ao Congresso em que fez "corpo a corpo" com os peemedebistas em prol
do apoio a Dilma.
Nos Estados, a relação do PT com
o PMDB é marcada pela disparidade. Os peemedebistas têm candidaturas próprias
confirmadas até agora em 15 Estados, sendo que em sete deles terão o apoio do
PT. Em contrapartida, o PMDB estará
no palanque de apenas dois dos 13 candidatos petistas a governos estaduais: com
o governador Agnelo Queiroz (DF) e o ex-ministro Fernando Pimentel (MG). Os
dois partidos vão se enfrentar em sete Estados. (Folha de São Paulo)
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