Pela oitava semana consecutiva,
os analistas de mercado cortaram suas estimativas para a expansão da economia
brasileira neste ano e, assim, a projeção mediana para o Produto Interno Bruto
(PIB) ficou abaixo de 1% pela primeira vez. De acordo com o boletim Focus, do
Banco Central, a estimativa caiu de alta de 1,05% para crescimento de apenas
0,97%.
A revisão para o PIB acompanha a
redução nas projeções para a produção industrial. Agora, os analistas esperam
contração de 1,15% nesse setor, ante queda de 0,90% na semana passada. Há um
mês, o mercado via o PIB crescendo 1,16% e a produção industrial caindo 0,16%. Para 2015, a estimativa para o
PIB foi mantida em expansão de 1,50%, mas a da indústria caiu pela quarta
semana consecutiva, de alta de 1,80% para 1,70%.
As notícias mais recentes sobre a
atividade econômica em geral e industrial têm mantido o sinal negativo. Na
semana passada, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou que o
índice de confiança do setor atingiu em julho o menor patamar desde janeiro de
1999. O indicador de produção de junho despencou para 39,6 pontos, de 48,4 em
maio.
O Banco Central, por sua vez, mostrou que seu Índice de Atividade
Econômica (IBC-Br) teve contração de 0,18% em maio, ante abril, refletindo
especialmente a forte queda da indústria naquele mês. Embora o resultado tenha
sido um pouco melhor que o esperado, analistas não viram no número um sinal de
reversão das expectativas negativas. O dado, afirmaram, aponta atividade mais
fraca no segundo trimestre.
Outros números mostraram que o
enfraquecimento da atividade chegaram ao mercado de trabalho. O Cadastro Geral
de Empregados e Desempregados (Caged) decepcionou novamente em junho ao
registrar a criação de 25,3 mil vagas no mês. O resultado foi o pior para os
meses de junho desde 1998 e, como em maio, foi puxado pelo fechamento de 28,5
mil vagas na indústria.
Em função da criação menor de vagas, o ministro do
Trabalho, Manoel Dias, reduziu para 1,1 milhão a estimativa de novas vagas este
ano. A estimativa anterior era de 1,4 milhão a 1,5 milhão de empregos novos. (Valor Econômico)
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