segunda-feira, 21 de julho de 2014

Governo Dilma tentou o kit gay e a formalização do aborto pelo SUS. Agora a petista tenta reconquistar o voto evangélico e derrubar Pastor Everaldo.


Assim como o kit gay, a portaria 415 foi revogada apenas depois de intensa pressão dos evangélicos. Agora Dilma quer o voto religioso. Depois de eleita, será que ela não voltará com todas estas medidas de novo?

Segundo o jornal Valor Econômico, embora Dilma tenha cumprido promessas com os fiéis, como não apoiar projetos pela legalização do aborto ou união civil homoafetiva, há um mau humor em relação à petista entre os evangélicos. Medidas de seu governo contrariaram o segmento, como a portaria do Ministério da Saúde que formalizou o aborto legal no SUS, ao preço de R$ 443,30 por cirurgia. A medida acabou revogada. Outra contrariedade foi uma cartilha do Ministério da Educação - o chamado "kit gay" - no primeiro ano do governo. O material visava combater a homofobia na escola, mas recebeu críticas de que seria ofensivo.

Além disso, ela é criticada por não abrir o seu gabinete para líderes evangélicos. A única agenda, realizada há um ano, foi costurada por Crivella e Carvalho: um encontro com cantoras de música gospel, bispas e pastoras no Palácio do Planalto. "Dilma foi simpática, tivemos momentos de emoção, cantamos, saímos com o coração agradecido", declarou na época a cantora Ana Paula Valadão, musa dos fiéis.

O senador Magno Malta (PR-ES), frisa que o candidato dos evangélicos é Everaldo. E que no segundo turno, ele vai pedir votos para "qualquer um", menos para Dilma. Malta promete cruzar o país ao lado de Everaldo e outro líder expressivo dos religiosos, o pastor Silas Malafaia, da Associação Vitória em Cristo, que estava com José Serra (PSDB) em 2010.

Embora apareça com 3% nas pesquisas sobre sucessão presidencial, Everaldo pode alcançar 8% no Rio, onde a Assembleia de Deus é muito forte.

Everaldo disse ao Valor, entretanto, que não pode adiantar como o eleitorado evangélico vai se comportar neste ano. "Esse eleitor é igual a todo cidadão, tem CPF, paga imposto, precisa de educação, saúde e segurança pública. O debate que vou levar à população é se um país pode fechar 32 mil escolas na área rural, como pode haver uma carga tributária das mais elevadas e serviços de submundo", relatou.

Para nortear o debate, a Confederação de Conselhos de Pastores (Concepab) vai apresentar um documento aos presidenciáveis, esperando compromissos dos candidatos com os temas, em especial contra o aborto, as drogas e a união homoafetiva. Reforçam a garantia da liberdade de expressão na prática religiosa.

Um ponto novo é a defesa de um Estado laico e contra um Estado ateu. Os pastores alegam que há um movimento em curso pela proibição de se mencionar o nome de Deus em documentos oficiais, e pela retirada de símbolos religiosos, como crucifixos, de repartições públicas. (Valor Econômico)

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