Assim como o kit gay, a portaria 415 foi revogada apenas depois de
intensa pressão dos evangélicos. Agora Dilma quer o voto religioso.
Depois de eleita, será que ela não voltará com todas estas medidas de
novo?
Segundo o jornal Valor Econômico,
embora Dilma tenha cumprido promessas com os fiéis, como não apoiar projetos
pela legalização do aborto ou união civil homoafetiva, há um mau humor em
relação à petista entre os evangélicos. Medidas de seu governo contrariaram o
segmento, como a portaria do Ministério da Saúde que formalizou o aborto legal
no SUS, ao preço de R$ 443,30 por cirurgia. A medida acabou revogada. Outra
contrariedade foi uma cartilha do Ministério da Educação - o chamado "kit
gay" - no primeiro ano do governo. O material visava combater a homofobia
na escola, mas recebeu críticas de que seria ofensivo.
Além disso, ela é criticada por não abrir o seu gabinete
para líderes evangélicos. A única agenda, realizada há um ano, foi costurada
por Crivella e Carvalho: um encontro com cantoras de música gospel, bispas e
pastoras no Palácio do Planalto. "Dilma foi simpática, tivemos momentos de
emoção, cantamos, saímos com o coração agradecido", declarou na época a
cantora Ana Paula Valadão, musa dos fiéis.
O senador Magno Malta (PR-ES), frisa que o candidato dos
evangélicos é Everaldo. E que no segundo turno, ele vai pedir votos para
"qualquer um", menos para Dilma. Malta promete cruzar o país ao lado
de Everaldo e outro líder expressivo dos religiosos, o pastor Silas Malafaia,
da Associação Vitória em Cristo, que estava com José Serra (PSDB) em 2010.
Embora apareça com 3% nas pesquisas sobre sucessão
presidencial, Everaldo pode alcançar 8% no Rio, onde a Assembleia de Deus é
muito forte.
Everaldo disse ao Valor, entretanto, que não pode adiantar
como o eleitorado evangélico vai se comportar neste ano. "Esse eleitor é
igual a todo cidadão, tem CPF, paga imposto, precisa de educação, saúde e
segurança pública. O debate que vou levar à população é se um país pode fechar
32 mil escolas na área rural, como pode haver uma carga tributária das mais
elevadas e serviços de submundo", relatou.
Para nortear o debate, a Confederação de Conselhos de
Pastores (Concepab) vai apresentar um documento aos presidenciáveis, esperando
compromissos dos candidatos com os temas, em especial contra o aborto, as
drogas e a união homoafetiva. Reforçam a garantia da liberdade de expressão na
prática religiosa.
Um ponto novo é a defesa de um Estado laico e contra um Estado
ateu. Os pastores alegam que há um movimento em curso pela proibição de se
mencionar o nome de Deus em documentos oficiais, e pela retirada de símbolos
religiosos, como crucifixos, de repartições públicas. (Valor Econômico)
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