Israel retoma ataques em Gaza após Hamas rejeitar trégua
Grupo militante islâmico classificou proposta egípcia de cessar-fogo de rendição e exigiu acordo completo sobre confronto
A proposta egípcia de um cessar-fogo entre Israel e o grupo palestino
Hamas fracassou nesta terça-feira, com a continuação dos ataques entre
as duas partes. O gabinete de segurança israelense chegou a aceitar a
proposta inicialmente, anunciando a suspensão dos bombardeios, mas logo
depois retomou a investida, após o Hamas ter rechaçado o acordo e
prosseguido com o lançamento de foguetes. Nesta manhã, pelo menos 30
projéteis foram disparados por "terroristas palestinos", como disse o
Exército israelense no Twitter. Sirenes de alerta aéreo voltaram a soar
em várias cidades de Israel, que registrou a primeira morte de um civil
desde o início da ofensiva há oito dias. Do lado palestino, o número de
óbitos ultrapassa 190.
Palestinos
tentam recuperar bens de um edifício destruído em um ataque israelense
em Beit Lahya, norte da Faixa de Gaza - MAHMUD HAMS / AFP
Tanto o Hamas, que considerou o acordo de
trégua uma "rendição", quanto o primeiro-ministro israelense, Benjamin
Netanyahu, ameaçaram intensificar os ataques.
— Nesta manhã,
convoquei os ministros e decidimos que Israel aceitaria o cessar-fogo.
Eu disse que, se a Jihad Islâmica e o Hamas continuassem a disparar
contra cidades israelenses, iria instruir o Exército para agir com força
contra eles, e é assim que operamos nesta tarde. O Hamas vai pagar o
preço pela decisão de continuar esta campanha — disse o premier, para
depois acrescentar: — Teria preferido resolver isso diplomaticamente,
mas o Hamas não nos deixou alternativa senão expandir a operação contra
ele. Essa é a forma como vamos operar até chegarmos ao nosso objetivo, a
restauração da calma através de um golpe significativo contra o terror.
Netanyahu
anunciou mais tarde a demissão do vice-ministro da Defesa, Danny Danon,
um jovem membro do seu partido, o Likud. Danon havia criticado o
premier por cogitar aceitar o cessar-fogo com o Hamas ao invés de
ordenar um ataque terrestre à Gaza. "Mais uma vez o Hamas está dando o
tom da operação", disse o jovem israelense de extrema-direita.
CRUZ VERMELHA ALERTA PARA CRISE DE ÁGUA
A
situação deteriora-se a cada dia, com centenas de milhares de palestinos
sofrendo com a falta água após bombardeios aéreos israelenses
destruírem o sistema de abastecimento e de esgoto em Gaza. A Cruz
Vermelha advertiu nesta terça-feira que os ataques podem provocar uma
crise de água. "Em poucos dias, toda a população da Faixa de Gaza
pode ficar desesperadamente sem água", afirmou em comunicado Jacques de
Maio, chefe do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) em Israel e
nos Territórios Ocupados.
No Golã sírio, ao menos
quatro pessoas, entre elas duas mulheres, morreram em um ataque da
aviação israelense contra três alvos administrativos e militares,
informou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).
Apenas
parte dos foguetes lançados pelo Hamas atingiu regiões urbanas de
Israel. O Domo de Ferro, sistema de interceptação de foguetes, teve até o
momento êxito de 87%, segundo o jornal "Haaretz". Devido à eficiência
do sistema e da imprecisão dos projéteis, os ataques do Hamas provocaram
poucos danos em Israel.
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Morre primeiro israelense durante operação militar em Gaza
Vítima civil faleceu em
decorrência de um projétil palestino. Exército de Israel não informou as
circunstâncias da morte e nem o local onde ocorreu
Um cidadão israelense morreu nesta terça-feira ao ser ferido por um
foguete lançado da Faixa Gaza e se tornou a primeira vítima fatal desta
nacionalidade desde que começou a operação Limite Protetor contra o
Hamas, reporta nesta terça-feira a BBC, com informações do Exército de
Israel. Ainda não se conhecem as circunstâncias da morte, nem o local do
ataque.
A Força Aérea israelense atacou trinta alvos em Gaza desde que retomou a ofensiva contra a Faixa de Gaza, às 15h00 do horário local (9h00 em Brasília), após um breve cessar-fogo
de apenas seis horas. “Em resposta aos contínuos ataques com foguetes
do Hamas, o Exército começou a atacar de novo alvos terroristas em toda a
Faixa", diz o último comunicado do Exército. Entre os trinta alvos
atacados, segundo a nota, há vinte plataformas subterrâneas de
lançamento de foguetes, túneis usados pelo Hamas e um depósito de armas.
[ o estranho é a nota israelense dizer que nas áreas atacadas existem
equipamentos militares e só morrem civis nas mesmas áreas.
O armamento de Israel é de última geração e altíssima precisão e só mata civil palestino. Qual será o motivo?]
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse nesta terça
que o movimento islâmico Hamas não deixou ao seu governo nenhuma outra
opção senão ampliar e intensificar sua ofensiva contra Gaza. “Estávamos
preparados para resolver isto pela via diplomática, mas o Hamas não nos
deixou opção. Quem causa danos em Israel também acaba ferido”, afirmou
Netanyahu, pouco depois do anúncio da morte do civil israelense.
Caças de Israel despejam bombas sobre a Faixa de Gaza em retaliação à morte de jovens israelenses - Said Khatib/AFP
Detalhe repugnante da covardia: a região sob ataque é área civil e não dispõe da proteção de artilharia antiaérea ou sistema de mísseis
Os ataques foram reiniciados após o Hamas lançar nesta terça 76
foguetes contra Israel desde 09h00 do horário local (3h00, em Brasília),
quando deveria ter entrado em vigor o cessar-fogo que o Egito propôs
às partes. O governo israelense aceitou a trégua no começo da manhã. Já
as Brigadas al-Qassam, braço armado do Hamas, rejeitaram o acordo.
"Para nós, [o acordo] não vale a tinta com que foi escrito", declarou um
membro do grupo citado pela CNN. “Depois de o Hamas e a Jihad Islâmica
rejeitarem a proposta egípcia de cessar-fogo e dispararem dezenas de
foguetes contra Israel, o primeiro-ministro e o ministro da Defesa
ordenaram ao Exército que atue com dureza contra alvos terroristas em
Gaza”, afirmaram fontes governamentais israelenses.
Um dos projéteis lançados pelos palestinos chegou até a cidade de
Haifa, quase 150 quilômetros ao norte da Faixa, o que causou a
indignação do governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin
Netanyahu. O premiê está sendo pressionado pela direita mais
nacionalista para que autorize uma incursão terrestre. Embora o governo
não tenha comunicado seus próximos passos, Israel mantém de prontidão ao
redor da Faixa dezenas de milhares de soldados e centenas de tanques e
blindados.
Mortes – Após mais de dez dias de intensos
bombardeios aéreos, morreram 194 palestinos, na maioria civis, e 1.400
ficaram feridos. O Hamas costuma ameaçar as pessoas que tentam fugir dos
locais dos bombardeios justamente para tentar fazer com que as imagens
de vítimas civis choquem o mundo. Em pelo menos uma dessas
oportunidades, a Força Aérea israelense suspendeu um ataque depois que
dezenas de civis subiram em um prédio que seria bombardeado. Os civis
estavam sendo usados como escudos-humanos para proteger instalações do
Hamas.
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Fonte: Agência EFE
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