terça-feira, 30 de setembro de 2014

Dilma continua sonhando com o extermínio da liberdade de opinião

22/09/2014
às 21:37 \ Opinião


REYNALDO ROCHA
Os blogs que contêm opinião e análise estão prestes a desaparecer. Afinal, Dilma Rousseff disse. Franklin Martins pensou. João Santana ordenou. E Lula ficou feliz! A pérola: para a candidata, “o papel da imprensa não é de investigar e sim de divulgar informações”. Soltou este verdadeiro axioma a favor de um jornalismo amordaçado, em uma entrevista – mais uma vez – no Planalto. Que deixou de ser palácio para ser comitê de campanha! (Lá estou eu indo contra as ordens da Rainha Louca: isso é análise! Não é informação!).


E estava quase histérica. Atacou a Bolsa, tentou ser irônica. Fez acusações à revista VEJA. E externou o desejo incontido do decretar o “controle social” da mídia, o novo nome de CENSURA. A mesma imprensa que retirou do governo ministros ladrões (depois reconduzidos aos cargos), expôs o mensalão, derrubou um Collor a pontapés, trouxe à tona a corrupção nunca vista na Petrobras, entre tantos outros serviços prestados à democracia, deve PARAR de investigar fatos! Tem de limitar-se a publicar press releases produzidos pelo Planalto. Tem de “somente informar”! Sabemos o quê…
Por que Dilma está tão excitada? (No sentido meramente informativo, que fique claro! Há alguma descoberta da imprensa que ela teme ver publicada? Antecipou-se à divulgação dos fatos?

Nem posso responder. Seria análise e interpretação. Espaços de mídia devem ser preenchidos apenas com INFORMAÇÕES, depois de autorizadas pelo poder público. É assim no bolivarianismo! O que nos salva é que Dilma NÃO SERÁ reeleita. Imagino o ódio que derramaria sobre a imprensa livre num segundo mandato, vingando-se da exposição, em plena campanha eleitoral, da corrupção que ela nunca enxergou.

Publiquemos análises e opiniões enquanto é tempo. Caso todas as previsões acabem desmentidas pela consumação do desastre, talvez sejamos expulsos dos espaços livres na WEB. Afinal, se os jornalistas forem serão impedidos de ir além do que Dilma crê ser INFORMAÇÃO, também teremos de ficar calados. Todos em silêncio, por determinação de uma Rainha Louca que deseja continuar cega e surda.

Mercado vê em Dilma ameaça maior do que no início da campanha


Por Ana Clara Costa, na VEJA.com:

Enquanto o eleitor parece cada vez mais inclinado a oferecer à presidente Dilma Rousseff a oportunidade de um novo mandato, investidores sinalizam exatamente o oposto. Um forte movimento de venda de ações fez com que o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores, recuasse 4,52% nesta segunda-feira, a maior queda em três anos. O dólar também disparou, chegando a ser cotado a 2,47 reais — seu maior valor desde 2008, período agudo da crise financeira internacional. A moeda americana perdeu força no final do pregão e fechou a 2,45 reais. As ações das empresas estatais lideraram as baixas: Petrobras caiu 11,4%, enquanto o Banco do Brasil recuou 9%. As ações da própria BM&FBovespa recuavam 8,3% no mesmo período.

Não é de hoje que o mercado financeiro tem reagido de forma pessimista à possibilidade de reeleição da candidata petista. Desde março deste ano, as ações (em especial as da Petrobras) têm oscilado ao sabor das pesquisas eleitorais. Depois da trágica morte do peessebista Eduardo Campos, em agosto, e da ascensão de Marina Silva ao posto de presidenciável, as chances de reeleição de Dilma haviam diminuído — o que trouxe certo alívio para a bolsa e o dólar.

Contudo, a melhora da atual presidente nas pesquisas, que apontam sua vitória no segundo turno ante ambos os concorrentes, Aécio Neves e Marina, fez com que um movimento de venda de ações se aprofundasse na bolsa. O Ibovespa chegou a cair quase 6% na abertura, com os papéis da Petrobras recuando 10%. Em ambos os casos, a queda é muito mais profunda do que o que foi assistido no início de 2014, quando as primeiras pesquisas começaram a ser divulgadas criando alta volatilidade na bolsa.

O que mudou de lá pra cá, segundo analistas ouvidos pelo site de VEJA, é que aumentou (e muito) a aversão que o mercado nutria em relação à candidata. “Muitos têm opinião pior do que antes sobre a provável política econômica num segundo governo Dilma. Eles perceberam uma inflexão à esquerda em seu discurso, especialmente na questão envolvendo a independência do Banco Central”, afirma o economista Tony Volpon, do Nomura. A presidente Dilma encampou o discurso de que ter um BC autônomo significaria “entregar o país a banqueiros”. Ela também questionou a necessidade de se cumprir o superávit primário, que é a economia feita pelo governo para pagar os juros da dívida, e reafirmou seu compromisso com subsídios à indústria num momento em que o próprio setor industrial pede maior abertura econômica.

Segundo o analista Felipe Miranda, da Empiricus, antes da morte de Campos, os investidores tinham dúvida se um novo governo Dilma atravessaria uma curva de aprendizado, admitindo erros e retomando um caminho mais ortodoxo. “Hoje, resta pouca dúvida de que um segundo mandato representaria mais do mesmo, com algum recrudescimento, pois a guerra contra o setor privado, num momento em que precisamos retomar os investimentos, está declarada em caráter explícito”, afirma Miranda, autor do livro O Fim do Brasil, lançado na semana passada pela editora Escrituras.

Um movimento de queda foi percebido nesta segunda-feira em todos os mercados emergentes, porém, nenhum na mesma intensidade que o Brasil. Nos Estados Unidos, o S&P recuou 0,2% e o Dow Jones, 0,25%. “É um movimento global que pode ser visto na Coreia do Sul, Taiwan, índia, Turquia, África do Sul e Israel. Isso porque acredita-se que a economia americana não está se recuperando no ritmo acelerado que antes se achava”, avalia o economista-chefe da Gradual, André Perfeito.

Por Reinaldo Azevedo


Dilma e os mercados: não existe petista grátis!

Os mercados, como se diz no jargão da área, derreteram nesta segunda-feira. O índice Bovespa despencou, atraído, principalmente, pela queda das ações da Petrobras, e o dólar disparou. Os investidores estavam botando preço nos números da pesquisa Datafolha divulgada na sexta, que indicaram que a posição de Dilma melhorou. Na hipótese mais alarmista, não seria impossível ela ganhar mais uns cinco ou seis pontos e até vencer no primeiro turno, coisa na qual, francamente, não acredito. Nas últimas três eleições, o PT teve nas urnas menos votos do que lhe conferiam os institutos de pesquisa. De todo modo, os mercados estão mais de olho no risco do que nas hipóteses de salvação.

Pois é… Dilma e o PT inventaram a equação do capeta — contra o país e, em certa medida, contra si mesmos. A presidente tem uma de duas alternativas para explicar por que o país terá uma expansão próxima de zero neste ano, com inflação quase estourando o limite superior da meta e juros nas estrelas: ou admite que o problema é interno, que fez as escolhas erradas e que é, enfim, uma gestora incompetente ou joga toda a culpa no cenário externo, e o Brasil apenas estaria reagindo a uma realidade internacional adversa. Ainda está para ser inventado nas terras de Santa Cruz um político que faça um mea-culpa, não é mesmo? Não seria um petista a iniciar a fila. Assim, os companheiros decidiram culpar o resto do mundo. A “companheira presidenta e governanta” está a dizer que não há nada a fazer a não ser depender da boa vontade de estranhos — quem sabe torcer que os outros se ferrem para que a gente melhore…

Entendam: isso vale por um diagnóstico. Acontece que 10 entre 11 analistas — e o que está na contramão é petista — consideram que o cenário externo para a economia brasileira será, no ano que vem, mais adverso do que neste ano. Entenderam a lógica elementar, até pedestre, da equação com a qual Dilma acena ao país? Se o mundo é culpado por nosso mau desempenho e esse mundo ainda nos será mais hostil, então… Pior: desde 2002, esta será a eleição mais arriscada para o PT. O desgaste do partido é gigantesco. Vejam, só como indicador, o resultado eleitoral do partido em Estados como São Paulo, Paraná e Rio. O quadro é de humilhação eleitoral. Em momentos assim, em vez de o PT se mostrar mais aberto, faz o contrário: ele se volta para os seus fundamentos — ou para seu discurso fundamentalista.

Não pensem, por exemplo, que aquele discurso estúpido de Dilma na ONU, quando sugeriu diálogo com cortadores de cabeça, passa em branco. Não passa, não! Ele dá notícia de uma presidente descolada da realidade internacional, periférica, isolada em seu círculo de mediocridade, incapaz de liderar uma nação emergente.

O discurso é sinal de que a jeca, em seu casaquinho que lhe corta, de forma desastrada e desastrosa, a silhueta na parte do corpo que menos a favorece, está mesmo em desarmonia com o mundo. Aquele casaquinho vermelho é metáfora de um país burro, acanhado, ao qual, cada vez mais, se dá menos bola.

Não existe petista grátis. Sempre tem um preço. O de agora é altíssimo.

Por Reinaldo Azevedo

No embalo de Dilma 2 – Ibovespa derrete no início do pregão

Na VEJA.com:

O principal índice da BM&FBovespa, bolsa de valores brasileira, começou o dia em queda de 0,21%, aos 57.089 pontos. Com apenas 20 minutos de pregão, o Ibovespa já despencava 5,25% (54.206 pontos), muito influenciado pelas pesquisas eleitorais. Ao longo da sessão, a queda perdeu intensidade. Por volta de 13h30, o principal índice da Bovespa recuava 3,30% (55,323.89 pontos). Os papéis da Petrobras perdiam 9% e lideravam as perdas do Ibovespa. Em seguida, apareciam a construtora Even (6,82%), BMFBovespa (6,69%) e Gafisa (5,96%). Na contramão, as principais altas eram registradas por Fibria (1,70%), BB Seguridade (1,47%) e Qualicorp (1,17%).

“Ocorre fuga do Brasil com temor de que tenhamos mais um governo de muito intervencionista, com políticas desfavoráveis às estatais, com controle de preços e intervenção, como combustíveis e energia. Além disso, tem a falta de confiança no governo. Mas como você recupera o investimento se você está brigado com aqueles que detém os recursos para investimento, o mercado financeiro?”, explica o analista da Empiricus Felipe Miranda.

Nesta segunda-feira as negociações de contratos futuros do Ibovespa para outubro já sinalizavam uma abertura bastante negativa para a bolsa brasileira. Às 9h31, o contrato para outubro do Ibovespa negociado na BM&F recuava 5,41%, a 54.690 pontos. Pesquisas eleitorais divulgadas na sexta-feira à noite mostrarem nova melhora da presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, na corrida presidencial. O cenário eleitoral tem influenciado muito o desempenho de ações da BM&FBovespa, especialmente as ligadas ao governo, como Petrobras, Eletrobras e Banco do Brasil, o chamado “kit eleições”.

Levantamento do Datafolha mostrou que Dilma praticamente dobrou sua vantagem sobre Marina Silva (PSB) para o primeiro turno da eleição, no próximo domingo, e passou a ter vantagem numérica em relação à candidata do PSB em simulação de um segundo turno. O quadro externo desfavorável também corroborava as perdas, com declínio nos índices futuros norte-americanos e nas bolsas europeias, em meio a manifestações civis em Hong Kong.

“A bolsa não está caindo à toa. O governo flerta com baixo crescimento e inflação, atribui muito culpa ao cenário internacional, mas o cenário internacional tende a piorar. O próximo ano promete ser muito pior, com queda dos preços das commodities e aumento das taxas de juros norte-americanas (que atraem dinheiro dos mercados emergentes para os EUA)”, comentou ainda Felipe Miranda, da Empiricus.


Câmbio
O dólar disparou nesta segunda-feira, voltando ao maior patamar desde final de 2008, com o mercado reagindo à recuperação da presidente Dilma na corrida eleitoral. Por volta de 9h50, a moeda norte-americana subia 2,26% e chegou a atingir máxima de 2,4792 reais, maior nível intradia desde 10 de dezembro de 2008 (2,5100 reais). Ao longo da manhã, no entanto, a alta perdeu ritmo. Por volta das 13h30, o dólar subia 1,32%, cotado a 2,4479 reais.
Por Reinaldo Azevedo

No embalo de Dilma 1 – BC reduz projeção de expansão do PIB a 0,7% neste ano

Na VEJA.com:

O Banco Central (BC) reduziu sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deste ano de 1,6% para 0,7%, ao mesmo tempo em que praticamente manteve sua visão sobre a inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A recuperação tende a ser comedida. Em 12 meses até o segundo trimestre de 2015, a estimativa do BC é de que a atividade cresça 1,2 por cento. As informações constam no Relatório Trimestral de Inflação, divulgado nesta segunda-feira.

A previsão central associada ao cenário de referência (considerando Selic a 11% ao ano e dólar a 2,25 reais) está agora em 6,3%, ante 6,4% na estimativa anterior, do relatório de junho. Mesmo assim, ela continua muito próxima do teto da meta oficial do Conselho Monetário Nacional (CMN), de 6,5%. A meta em si é de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos (2,5% a 6,5%).

“A projeção parte de 6,6% no terceiro trimestre de 2014 e encerra o ano em 6,3%. Para 2015, a projeção recua para 6,0% no primeiro trimestre, desloca-se para 5,6% e 5,8% no segundo e terceiro trimestres, respectivamente, e encerra o ano em 5,8%. Para o primeiro, segundo e terceiro trimestres de 2016, a projeção encontra-se em 5,6%, 5,3% e 5,0%, respectivamente”, espera o BC.
Juros

O Banco Central praticamente manteve seu cenário de inflação pressionada e próxima do teto da meta oficial, sinalizando que não deve mexer na taxa básica de juros tão cedo. Depois de adotar um ciclo de aperto monetário que durou um ano e levou a Selic para o atual patamar de11% ao ano, desde maio passado o BC não mexe na taxa básica de juros.

“O Comitê reafirma sua visão de que, mantidas as condições monetárias (isto é, levando em conta estratégia que não contempla redução do instrumento de política monetária), a inflação tende a entrar em trajetória de convergência para a meta nos trimestres finais do horizonte de projeção”, escreveu o BC no relatório trimestral, repetindo a visão que já havia sido colocada em ata do Comitê de Política Monetária (Copom) e que levou boa parte dos especialistas a entender que a autoridade monetária não quer elevar a Selic para não prejudicar a economia. Na última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada no dia 11 de setembro, o BC passou a ver que a inflação não é mais “resistente”, mantendo a visão no relatório divulgado mais cedo.

A aposta generalizada dos agentes econômicos é de que o BC não muda a taxa de juros pelo menos até o fim de 2014. Em 12 meses até agosto, último dado disponível, o IPCA havia estourado o teto do objetivo, com alta acumulada de 6,51%.

“Apesar de a inflação ainda se encontrar elevada, pressões inflacionárias ora presentes na economia tendem a arrefecer ou, até mesmo, a se esgotar ao longo do horizonte relevante para a política monetária. Em prazos mais curtos, some-se a isso o deslocamento do hiato do produto para o campo desinflacionário”, afirmou o BC pelo relatório.

Por Reinaldo Azevedo

Uma OAB covarde vai à Justiça contra Fidelix; uma OAB corajosa iria à Justiça contra Dilma Rousseff. Ou: De Gays e cabeças cortadas


Imaginem se, um dia, se votasse uma lei no Brasil ou em qualquer parte do mundo proibindo as pessoas de ser imbecis e de dizer imbecilidades. Quanto tempo vocês acham que demoraria para que se chegasse a uma tirania das mais odiosas? Levy Fidelix (PRTB), o eterno candidato do aerotrem, disse uma porção de sandices sobre homossexualidade no debate da Record? Disse. É a única tolice que afirmou nessa campanha? Não! Justiça se faça, ele nem chega a ser o campeão das asnices — Luciana Genro, do PSOL, vence essa disputa com todos os pés nas costas, num confronto acirrado com Eduardo Jorge, do PV. A maior de todas, ainda que dita em solo estrangeiro, é a de Dilma Rousseff: pregou a negociação com terroristas que cortam cabeças e praticam fuzilamentos e estupros em massa.

Muito bem. No debate da emissora, Luciana perguntou a Fidelix por que defensores da família se recusam a reconhecer como família um casal do mesmo sexo. O homem do PRTB afirmou o que segue no vídeo:

Trata-se de um apanhado de bobagens? Não resta a menor dúvida. Mas há crime? Ora, tenham a santa paciência! Tanto os demais debatedores não entenderam assim que ninguém reagiu — nem a própria Luciana. Na democracia, reitero, existe espaço para as opiniões idiotas. Leiam o que disse Fidelix Reproduzo aspas:

– “dois iguais não fazem filho”;.
– “aparelho excretor não reproduz”;
– “como é que pode um pai de família, um avô, ficar aqui, escorado (?), com medo de perder voto? Prefiro não ter esses votos, mas ser um pai, um avô, que tem vergonha na cara, que instrua seu filho, que instrua seu neto.”

– “eu vi agora o papa, o Santo Padre, expurgar, fez muito bem, do Vaticano um pedófilo”.
– “que façam um bom proveito se quiserem fazer de continuar como estão, mas eu, presidente da República, não vou estimular. Se está na lei, que fique como está, mas estimular, jamais!, a união homoafetiva”.

– “Luciana, o Brasil tem 200 milhões de habitantes. Se começarmos a estimular isso aí, daqui a pouco vai reduzir para 100 [milhões]. Vai para Paulista, anda lá e vê. É feio o negócio, né?”
– “esses que têm esses problemas, que sejam atendidos no plano afetivo, psicológico, mas bem longe da gente, porque aqui não dá”.

Observem que ele nem mesmo diz que pretende mudar a legislação se eleito — coisa que nunca será. Apenas assegura que, se presidente fosse, não estimularia a união homoafetiva. Cadê o crime? Fidelix também entende que sexo tem como fim a procriação. Eu acho que ele está errado, mas me parece que tem direito a uma opinião, não é mesmo? Fidelix também tece considerações sobre as funções do, como ele diz, “aparelho excretor”. E daí? Revejam o vídeo. Os presentes riram de escárnio. Ninguém reagiu como se ele estivesse cometendo um crime. E, de fato, não estava.

Mas aí entra em cena a militância gay. Olhem, até acho admirável a prontidão dessa turma. Não há grupo no Brasil tão organizado e tão presente na imprensa. Teve início o processo de demonização de Fidelix. Os presidenciáveis, que se calaram quando ele disse as suas sandices, foram unânimes, depois, em condená-lo. A campanha de Marina Silva diz que estuda até mesmo recorrer à Justiça. Ou por outra: tenta usar a questão para se livrar da pecha de homofóbica que lhe pespegou o PT. Dito ainda de outro modo: os marineiros acham que Fidelix pode ser a sua Marina da hora. Dilma vai se encontrar hoje com lideranças do movimento LGBT. Eduardo Jorge, que defende a descriminalização do aborto e das drogas, já entrou com uma representação contra Fidelix. A OAB pede a cassação da candidatura do homem por homofobia.

Não dá! A fala de Fidelix é imbecil, sim, mas é criminosa? Gostaria de ler a argumentação da OAB e saber em que lei se ampara, especialmente porque Fidelix disse que, se eleito, deixaria tudo como está.

Acho esse um péssimo caminho da militância — de gays ou quaisquer outras. Vejam o quanto a causa avançou nesses anos, inclusive com o reconhecimento da união civil contra a letra da Constituição — fato inédito na nossa história e na história das democracias. E ninguém precisou ser levado aos tribunais por crime de opinião para que isso acontecesse.

Sim, ouçam de novo ou releiam a fala de Levy. Dizer uma bobagem tem de ser diferente de praticar um crime. Uma fala como essa não geraria celeuma em nenhuma democracia do mundo, mesmo naquelas severamente patrulhadas pelos politicamente corretos. A razão é simples: a liberdade de expressão é um valor intocável. A menos que seja usada para incitar a prática de crimes. Não me parece que seja o caso deste senhor.

De resto, que país este, não? A candidata-presidente, que, segundo os institutos de pesquisa, está na faixa dos 40% dos votos no primeiro turno e lidera a disputa para o segundo, pede que a ONU sente com terroristas facinorosos para negociar. A OAB se calou. Não deve ter visto nada de errado. O candidato do traço, que tem muito folclore e nenhuma história, emite uma opinião infeliz, e todos avançam contra ele tentando tirar uma casquinha.

Não contem comigo para criminalizar opiniões. Até que alguém me prove o contrário com a Constituição nas mãos, um brasileiro é livre para fazer digressões sobre o aparelho excretor ou para dizer que, se eleito, não promoverá o casamento gay. Já o presidente da República Federativa do Brasil NÃO É livre para pregar a negociação com terroristas. Sabem por quê? O mesmo Artigo 5º que assegura a liberdade de expressão — e lá não está escrito que as pessoas são livres apenas para dizer coisas certas e com as quais concordamos — repudia o terrorismo.

Uma OAB covarde recorre à Justiça contra o nanico Levy Fidelix. Uma OAB que fosse corajosa teria recorrido à Justiça contra a gigante Dilma Rousseff. Eu ainda acho que progressista mesmo é enfrentar os fortes, não fazer fama contra os fracos.
*
PS: Eu estou debatendo aqui estado de direito, patrulha politicamente correta, liberdade de expressão, liberdade de opinião etc. Quaisquer intervenções que fujam desse paradigma não serão publicadas. Militância gay ou militância antigay devem buscar os canais adequados para se expressar. Não é o meu blog. Não arbitro sobre a sexualidade de ninguém. Cada um na sua, desde que não seja sexo forçado, com crianças ou com pessoas que não podem  fazer suas próprias escolhas. Também excluiria os bichos.

Animais selvagens foram reduzidos pela metade desde 1970, diz WWF

30/09/2014 - 12:36

Meio ambiente


Relatório publicado pela ONG informa que as exigências da humanidade são atualmente 50% maiores do que a natureza suporta

Tartarugas estão entre os animais mais afetados, com queda de 80%
Tartarugas estão entre os animais mais afetados, com queda de 80% (Asit Kumar/AFP/VEJA) 

 
As populações mundiais de peixes, pássaros, mamíferos, anfíbios e répteis diminuíram 52% entre 1970 e 2010, muito mais rápido do que se pensava anteriormente, afirmou o Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em inglês) na segunda-feira. O Relatório Planeta Vivo, publicado pela entidade conservacionista a cada dois anos, informou que as exigências da humanidade são atualmente 50% maiores do que a natureza suporta, e a derrubada de árvores, o bombeamento de água do subsolo e a emissão de dióxido de carbono ocorrem mais rápido que a capacidade de recuperação da Terra.

"Este dano não é inevitável, mas uma consequência da maneira que escolhemos para viver", disse Ken Norris, diretor de ciência da Sociedade Zoológica de Londres, em comunicado. Mas ainda há esperança, se políticos e empresários adotarem a ação certa para proteger a natureza, pontuou o relatório. "É essencial aproveitarmos a oportunidade – enquanto podemos – para desenvolver a sustentabilidade e criar um futuro no qual as pessoas possam viver e prosperar em harmonia com a natureza", afirmou o diretor-geral internacional da WWF, Marco Lambertini.

Leia também:

Ainda existe um futuro para os zoológicos?
Mais de 300 espécies são descobertas no Sudeste Asiático


América Latina — A investigação sobre as populações de vertebrados revelou que os maiores declínios aconteceram nas regiões tropicais, especialmente na América Latina. O Índice Planeta Vivo da WWF se baseia em tendências nas 10 380 populações de 3 038 espécies de peixes, pássaros, mamíferos, anfíbios e répteis. A pior queda foi entre populações de espécies de água doce, que diminuíram em 76% ao longo de quatro décadas até 2010, enquanto as cifras de animais marinhos e terrestres sofreram uma queda de 39%.
(Com Agência Reuters)

Brasil é 3º em lista de maiores déficits em conta corrente de 2013, diz FMI




De Winston-Salem (EUA) para a BBC Brasil

O Brasil aparece em terceiro lugar em uma lista de países com maiores deficits em conta corrente em 2013 elaborada pelo FMI (Fundo Monetário Internacional).

Segundo dois capítulos do novo relatório World Economic Outlook ('Perspectivas da Economia Mundial') divulgados nesta terça-feira pelo FMI, desde 2006 foi registrado aumento nos deficits - a diferença entre o que o governo gasta e o que arrecada - de algumas das principais economias emergentes, entre elas Brasil, Índia, Indonésia, México e Turquia, além de avançadas economias exportadores de commodities, como Austrália e Canadá.

De acordo com dados do Banco Central, em 2013 o Brasil registrou deficit de US$ 81,075 bilhões em suas transações correntes com outros países, equivalente a 3,6% do PIB (Produto Interno Bruto). Esse resultado foi o pior desde 2001.

No ranking das dez economias com maiores deficits em 2013 listadas pelo FMI, o Brasil está atrás apenas dos Estados Unidos (deficit de US$ 400 bilhões, ou 2,4% do PIB) e da Grã-Bretanha (deficit de US$ 114 bilhões, ou 4,5% do PIB).

Para 2014, o Banco Central prevê que o saldo negativo nas transações correntes fique em US$ 80 bilhões. No mês passado, o deficit em conta corrente do Brasil foi de US$ 5,489 bilhões. O acumulado em 12 meses é de 3,47% do PIB.

O Brasil também aparece em terceiro lugar na lista do FMI que reúne as maiores economias devedoras, atrás dos EUA e da Espanha, com passivo externo líquido de 33,4% do PIB em 2013.

Infraestrutura

Em outro capítulo do World Economic Outlook divulgado nesta terça, o FMI afirma que este é um bom momento para que países com necessidades de melhoras na infraestrutura impulsionem projetos do tipo.

O Fundo ressalta que os custos de endividamento estão em níveis baixos e há pouca demanda nas economias avançadas.

O documento cita o Brasil, ao lado de Índia, Rússia e África do Sul, como uma das economias emergentes nas quais gargalos de infraestrutura "não são apenas uma preocupação de médio prazo, mas foram sinalizados como uma limitação até para o crescimento de curto prazo".

"A infraestrutura pública é um fator essencial para a produção", diz o documento.

De acordo com o relatório, quando são realizados investimentos eficientes para satisfazer necessidades claramente especificadas, os projetos financiados com endividamento podem ter efeitos importantes na produção, sem provocar aumentos na relação entre dívida e PIB.

A divulgação dos capítulos do relatório ocorre às vésperas da reunião anual do FMI, marcada para a próxima semana, em Washington.

A divulgação completa do documento está prevista para 7 de outubro.

Comentarios

  1. Avatar de Velhinha de Pasadena

    Velhinha de Pasadena


    Duvido...3o??? é 1o. Lugar disparado!!!!!
  2. Avatar de Boraouboia

    Boraouboia


    Fracasso dos governos Lula e Dilma, mesmo com recordes seguidos na arrecadação. Não souberam aproveitar a fase favorável da economia mundial. Esbanjaram com os dólares que acabaram vindo para o Brasil provenientes das ações para reativação da economia dos Estados Unidos. Não souberam administrar na fase boa e estão deixando problemas enormes para uma fase não tão boa.
    1. Avatar de passando por aki

      passando por aki


      Fracasso do governo Dilma. Com o Lula até que tivemos alguns progressos mas com a Dilma só tragédias.
  3. Avatar de VERMA

    VERMA


    Dilma teve o pior desgoverno da história desse país e Marina despencou nas pesquisa dps de começar a circular um vídeo no face onde ela diz que seria natural apoiar o PT. Por isso voto no único que nunca foi desse ParTido. Muda Brasil !

Sem conscientização, tecnologia não salvará o planeta


Angélica Rissi

Angélica Rissi

Internauta do UOL

Estamos vivendo uma "inconsciência coletiva". Tenho visto pessoas reclamarem de calor insuportável. Tenho visto charges "engraçadinhas" que brincam com o fato de que paulistas vão tentar a sorte na terra de Severino.

Tenho estado quinzenalmente em São Paulo e, nos hotéis, quatro ou cinco estrelas, há lembretes discretos para que os hóspedes não desperdicem água.

Nas rádios paulistas há debates sobre o tema de racionamento de água. Na entrevista do candidato a governador de estado, afastado de sua condição de governador para concorrer à eleição, o entrevistador colocou-o contra a parede falando de (falta) água.

Ele afirmou convicto que há agua até março de 2015. (E depois, não sei!). Rios inteiros estão secando e reservatórios de água estão em baixa.  Na Amazônia, há estiagens que há anos não eram corriqueiras.

Em entrevista à editora HSM, Al Gore, ex-vice-presidente dos EUA, profetiza com dados científicos que a floresta amazônica tende a se tornar desértica! Tudo isso é real. Acontece no nosso mundo real e não é possível fazer "download" de uma solução efetiva.

Água. Calor. Seca. Incêndios. Seja no mundo real ou no mundo virtual, as pessoas falam de suas preocupações com esses assuntos que afetam a todos nós. Poucos se lembram que é uma questão de causa e efeito.

Enquanto humanos precisamos respirar, precisamos de água e de uma temperatura adequada à nossa espécie. Angélica Rissi, internauta do UOL, sobre a necessidade de preservação do meio ambiente
Temos atitudes, costumes, modos de vida que estão destruindo o planeta. Estamos numa era tecnológica que assombra os nascidos antes dos anos 90. Atualmente, podemos vivenciar coisas, em termos tecnológicos, que pareciam ser delirantes para pessoas nascidas no século passado.

Avançamos. Progredimos. Fomos capazes de criações mirabolantes, e muitas vezes insuspeitas até mesmo para os maiores gênios da humanidade. Isso não nos salva!

Há algo que esquecemos: para sobreviver não precisamos de tecnologia. Gostamos dela, mas não precisamos. No entanto, nossas necessidades vitais são imutáveis. Por enquanto, a ciência e a tecnologia ainda não mudaram nosso padrão de funcionamento orgânico.

Enquanto humanos precisamos respirar, precisamos de água e de uma temperatura adequada à nossa espécie. Não devemos nos esquecer que o mundo em que vivemos, até provem o contrário, é um só. E também precisamos cuidar dele.

Temos, urgentemente, que ter um olhar crítico sobre nós mesmos. Somos bilhões de pessoas nesse mundo produzindo toneladas de lixo diariamente. E não o separamos para a reciclagem.

Escovamos os dentes com a torneira aberta, tomamos banho demorado, lavamos nossos carros quinzenalmente e também a calçada de nossas casas. E cobramos "do outro" alguma ação efetiva. Delegamos ao outro nossa responsabilidade pessoal.

Para que continuemos a existir como espécie humana, e não nos tornemos uma espécie extinta, precisamos agir individual e coletivamente. Se nada fizermos, a tecnologia, por mais que avance não vai nos salvar.

O fato é que a terra, esse nosso lar humano, está berrando. É urgente que cada um de nós tenha consciência de nossas responsabilidades sobre o uso responsável desse mundo maravilhoso que nos acolheu com cerejeiras no Japão ou Ipês no Brasil.

O mundo é um lugar lindo para se viver. E as futuras gerações só conhecerão esse mundo espetacular, criado por Deus ou fruto do Big Bang, se cada um de nós, desde muito pequeninos, cumprirmos nossa função de viver responsavelmente. Isso não é ficção científica: o planeta pede socorro e precisamos nos conscientizar!


Brasil desperdiçou a chance de liderar iniciativas globais contra desmatamento



Contra o desmatamento vote em Marina

Maria Cecília Wey de Brito

Maria Cecília Wey de Brito

Especial para o UOL

O Brasil perdeu na última semana a chance de seguir como líder internacional nas discussões sobre proteção às florestas ao deixar de assinar a Declaração de Nova Iorque, um acordo apresentado durante a Cúpula do Clima que propõe reduzir pela metade o corte de florestas até 2020 e zerá-lo até 2030, além de recuperar 350 milhões de hectares de áreas já desmatadas.

O acordo recebeu o endosso de 32 países, além de 35 empresas, 16 comunidades indígenas e 45 entidades civis, incluindo o WWF.

Coordenado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o documento enfatiza que a proteção e restauração das florestas ajudam a mitigar as emissões de gases de efeito estufa e contribuem para o crescimento econômico, para a luta contra a pobreza, para a segurança alimentar, para a resiliência climática e para a conservação da biodiversidade.

O WWF não só assinou como participou da elaboração do documento, junto com outras organizações da sociedade civil, corporações privadas e países como Canadá, Noruega, Indonésia, China e Índia.

Entendemos que o Brasil deveria também assinar a Declaração de Nova Iorque e se juntar a essa iniciativa, já que tem tido sucesso em controlar as taxas de desmatamento na Amazônia. Nossa preocupação é que o país, detentor da maior floresta tropical do planeta, perca oportunidades de usar sua liderança nesta agenda.

Compreendemos que o governo brasileiro tenha procurado manter certa coerência com sua legislação interna ao ficar de fora do acordo. Entretanto, vários países signatários da declaração possuem legislação que autoriza desmatamentos, além de muitos deles terem altas taxas de desmate e forte dependência das florestas para seu crescimento.

Entendemos que o Brasil deveria também assinar a Declaração de Nova Iorque e se juntar a essa iniciativa, já que tem tido sucesso em controlar as taxas de desmatamento na Amazônia Maria Cecília Wey de Brito, secretária-geral do WWF-Brasil, sobre o posicionamento do Brasil sobre desmatamento de florestas
A Rede WWF tem um posicionamento claro quanto ao desmatamento, tendo desenvolvido seu conceito de desmatamento e degradação líquidos zero (ZNDD, sigla em inglês). Fundamental salientar que este conceito não implica a simples restauração ecológica de área equivalente àquela eventualmente desmatada. Este conceito é plenamente compatível com o texto da Declaração de Nova Iorque.

O conceito do WWF prevê que florestas pristinas ou em bom estado de conservação (que tenham capacidade de se manter no tempo sem a intervenção humana) não devem ser desmatadas para dar lugar a atividades do agronegócio. Nesses casos, o desmatamento deve ser zero.

Tal conceito é compartilhado por importantes organizações internacionais, não somente da sociedade civil, mas também do setor privado, como o Consumer Goods Forum.

O desmatamento líquido prevê um nível muitíssimo baixo de conversão de ecossistemas, próximo a zero, ao que chamamos desmatamento residual, e voltado, exclusivamente, à manutenção dos meios de vida e a subsistência de comunidades locais.

Nesses casos, para que o desmatamento inevitável seja neutralizado, uma área de mesma extensão e com fatores socioambientais equivalentes deverá passar por restauração ecológica. Quanto à degradação líquida zero, a previsão é de que não haja um declínio líquido na qualidade das florestas através de processos antrópicos de intervenção.

O Brasil dispõe de um incrível patrimônio natural que será fundamental em tempos de mudanças climáticas, e que pode e deve gerar riquezas monetárias a partir de sua conservação e uso sustentável. Precisa apenas recuperar sua força e protagonismo nos debates internacionais.



Maria Cecília Wey de Brito

52 anos, é secretária-geral do WWF-Brasil, mestre em Ciência Ambiental e graduada em Engenheira Agrônoma pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (USP)

Total devido por Luiz Estevão à União chega a R$ 2,3 bilhões



Com a prisão do ex-senador Luiz Estevão (ex-PMDB), o Ministério Público Federal em São Paulo tentará obter o ressarcimento das verbas públicas desviadas na construção do Fórum Trabalhista de São Paulo entre 1992 e 1998.

Segundo o MPF, incluindo multa e indenização por dano moral, o total devido ao Tesouro chega a R$ 2,25 bilhões, valores confirmados em acórdão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região.
"Os bens de Luiz Estevão e dos outros condenados estão bloqueados há 14 anos, por ordem judicial. No entanto, eles ainda continuam na posse e administração desse patrimônio, inclusive auferindo seus lucros", diz a procuradora regional da República Maria Luisa Lima Carvalho.
Editoria de Arte/Folhapress
Junto com a procuradora Isabel Groba Vieira, ela ajuizou as primeiras ações cíveis do caso TRT-SP. Segundo Maria Luisa, "Estevão foi o principal beneficiário do bilionário esquema de desvio de verbas públicas".
Ela diz que "o MPF e a Advocacia-Geral da União devem dar início à execução provisória, levando a leilão os bens bloqueados pela Justiça, para que pelo menos parte do valor bilionário desviado dos cofres públicos seja devolvido".
Em 2012, Estevão assinou acordo com a Advogacia-Geral da União para devolver ao erário R$ 468 milhões, em 96 prestações. Esse pacto não teve a concordância do MPF em São Paulo.
Luiz Estevão foi preso neste final de semana porque usou documento falso para tentar obter a liberação de bens indisponíveis.
Sua condenação a três anos e seis meses de reclusão, em regime semiaberto, não poderá ser substituída por penas alternativas.
Isso porque o TRF-3 entendeu que Estevão orientou a atividade criminosa dos demais réus, o ex-presidente do TRT-SP Nicolau dos Santos Neto e os empresários Fábio Monteiro de Barros Filho e José Eduardo Correa Teixeira Ferraz, da Construtora Incal.
Na última quinta-feira, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, reconheceu "o caráter manifestamente protelatório" de um recurso de Estevão.
A peça foi protocolada às vésperas da prescrição, o prazo legal que venceria no próximo dia 3 de outubro para o Judiciário encerrar definitivamente a causa.
DISTORÇÃO
Segundo o MPF, a decisão de Toffoli começa a corrigir uma distorção que marcou o caso do TRT-SP nos últimos anos: a interposição de recursos "em cascata", para se obter a prescrição das penas.
Em maio último, a Justiça livrou Estevão da condenação por formação de quadrilha e uso de documento falso, pois os dois crimes prescreveram.
Outro expediente é a criação de obstáculos para retardar as decisões judiciais. Em julho, a ministra Regina Helena Costa, do Superior Tribunal de Justiça, mandou retirar desse processo um recurso de quase quatro mil folhas.
DEFESA
Em junho deste ano, uma Turma do Supremo anulou a condenação de José Eduardo Ferraz. Voto de desempate do ministro Marco Aurélio acolheu a alegação do ex-ministro do STF e ex-procurador geral da República José Paulo Sepúlveda Pertence, advogado de Ferraz.
Sepúlveda Pertence sustentou que o empresário teve a defesa cerceada em 2006, pois dispensara na véspera de um julgamento o advogado Domingos Mantelli Filho, "profissional que já não gozava de sua confiança". Mantelli Filho continuou representando Ferraz no caso.

Danilo Verpa - 27.set.2014/Folhapress
Após a prisão em Brasília, Estevão chega à sede da PF em SP
Após a prisão em Brasília, Estevão chega à sede da PF em SP

Claro, TIM e Vivo arrematam os três lotes nacionais do leilão do 4G


30/09/2014 10h33 - Atualizado em 30/09/2014 13h55


Governo arrecadou R$ 5,85 bilhões, abaixo dos R$ 7,7 bilhões esperados.
Dois dos seis lotes oferecidos não tiveram interessados.

Fábio Amato Do G1, em Brasília
 
As operadoras Claro, TIM e Telefónica/Vivo arremataram nesta terça-feira (30) os três lotes nacionais oferecidos no leilão do 4G, promovido pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Esses lotes são chamados de nacionais porque permitem à vencedora oferecer o serviço de banda larga de quarta geração em todo o país.

A Algar arrematou o lote 5 (regional) do leilão, que permite oferta do 4G justamente na área em que a empresa, ex-CTBC, possui concessão de telefonia. Dois lotes regionais não tiveram ofertas, e chegaram a ser oferecidos fracionados na segunda fase do leilão, mas permaneceram sem interessados.

O governo arrecadou, com o leilão, R$ 5,85 bilhões – abaixo dos R$ 7,7 bilhões previstos caso todos os lotes fossem arrematados pelos valores mínimos.
Na abertura dos envelopes para o primeiro lote, a Claro apresentou a maior oferta (R$ 1,947 bilhão), ágio de 1% em relação ao mínimo exigido pelo governo (R$ 1,927 bilhão). Ela foi seguida pela TIM (R$ 1,928 bilhão) e Vivo (R$ 1,927 bilhão, valor mínimo). A Algar não apresentou proposta para esse lote.

TIM e Vivo foram classificadas e chamadas para apresentar proposta substitutiva na fase de disputa, mas abdicaram do direito. Assim, a Claro levou o primeiro lote sem disputa.

O edital previa, após abertura dos envelopes, classificação das propostas, da maior para a menor. As empresas que tivessem oferecido valor equivalente a pelo menos 70% da primeira colocada teriam direito a participar da fase de disputa pelo lote, em que elas poderiam elevar suas ofertas.

A Oi, quarta grande operadora de telefonia do país, não participou do leilão. A empresa vive um momento difícil, com sua fusão com a Portugal Telecom enfrentando problemas depois que a segunda levou "calote" de um empréstimo feito a outra empresa do grupo.

TIM leva lote 2
A TIM foi a vencedora do segundo lote, também nacional, ofertado pela Anatel. A empresa ofereceu R$ 1,947 bilhão, ágio de 1% em relação ao mínimo exigido no edital (R$ 1,927 bilhão), mesmo valor oferecido pela Claro no primeiro lote.

A Algar novamente não apresentou proposta para o segundo lote. Já a Claro não pode disputá-lo porque arrematou o primeiro.

A Vivo apresentou proposta de R$ 1,927 bilhão, mínimo exigido no edital pelo lote 2. A empresa foi chamada a participar da fase de disputa, mas recusou. A TIM, portanto, arrematou o segundo lote sem disputa.

Vivo fica com lote 3
Como previsto, a Vivo ficou com o terceiro lote que dá direito à oferta nacional do serviço de 4G. A empresa ofereceu proposta de R$ 1,927 bilhão, mínimo exigido no edital.

A Algar novamente não apresentou proposta. Já a Claro e a TIM não puderam disputá-lo por terem arrematado, respectivamente, o primeiro e o segundo lotes do leilão.

Lotes regionais
A Algar arrematou o lote 5 do leilão, que permite oferta do 4G em 87 municípios do interior de São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.

A proposta da Algar foi de R$ 29,567 milhões, R$ 7 mil acima do valor mínimo exigido no edital por esse lote (R$ 29,560 milhões). Assim como nos outros lotes, não houve disputa com as outras empresas que participam do leilão.

Sem oferta e queda na arrecadação
Não houve interessados para o lote 6, que abrange a área de concessão da Sercomtel no Paraná (cidades de Londrina e Tamarana), e para o lote 4, que permite oferecer o serviço do 4G em todo o país exceto as áreas de concessão da Sercomtel e da Algar (87 municípios no interior de São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais).

Como previsto no edital, esses dois lotes voltaram a ser oferecidos às quatro empresas participantes, em uma segunda fase onde eles foram fatiados em pedaços menores (5 + 5 MHz, ao contrario dos 10 + 10 Mhz da primeira fase). Mesmo assim, não houve proposta. O “encalhe” desses dois lotes vai reduzir a arrecadação do governo com o leilão.

Além do valor pago pelas licenças, as vencedoras se comprometem a investir na chamada “limpeza” da faixa de 700 MHz, ou seja, a retirada das centenas de canais de tv analógico que hoje transmitem sua programação nessa frequência.

O investimento, estimado em R$ 3,6 bilhões, vai servir para comprar equipamentos que permitirão a essas emissoras transmitir em outra frequência, digital. De acordo com o edital, o valor será rateado entre as vencedoras dos seis lotes. E, no caso de algum lote não ser arrematado, o que de fato ocorreu, as empresas vencedoras têm que assumir a parte que cabia a eles na limpeza.

Os lotes 4 e 6, que não foram arrematados, traziam atrelados obrigação de investimento de, respectivamente, de R$ 887,6 milhões e R$ 2,5 milhões, na limpeza da faixa. Segundo o edital, esses valores serão assumidos por Claro, TIM, Vivo e Algar mas, também, descontado do valor que elas vão pagar pelas licensças.

Assim, ao invés dos R$ 5,85 bilhões o governo pode arrecadar, na verdade, cerca de R$ 5 bilhões.

A ausência de interessados nos dois lotes não prejudica a oferta do 4G nas áreas, já que as três empresas que arremataram os lotes nacionais vão prestar o serviço em todo o país.

Governo pretendia arrecadar R$ 7,7 bilhões
Foram colocados à venda 6 lotes ou “pedaços” da faixa de frequência de 700 MHz (megahertz).  O governo fixou em edital o mínimo que aceitava receber por cada um dos lotes. A soma dos preços mínimos dos seis lotes era R$ 7,7 bilhões. O governo Dilma Rousseff conta com esse dinheiro para reforçar o caixa num momento de queda de arrecadação de impostos e risco de não cumprir a economia a que se comprometeu para pagar dívidas, o chamado superávit primário.

Quatro empresas – Claro, Algar (CTBC), Telefónica/Vivo e TIM – participaram da disputa. Elas foram as únicas que entregaram propostas para os lotes, em 23 de setembro. No mesmo dia, a operadora Oi surpreendeu o setor ao informar, por meio de fato relevante, que havia desistido do leilão. A Nextel também optou por ficar de fora da disputa.

Marina acusa campanha petista de faltar com a ética

Alvo de ataques em razão do posicionamento na votação sobre o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), a candidata presidencial do PSB, Marina Silva, afirmou que integrantes da campanha do PT faltam com a ética e acusou a presidente Dilma Rousseff (PT) de desconhecer o processo legislativo.
 
A polêmica em torno da votação da CPMF, conhecido como o imposto do cheque, vem sendo usada pela campanha Dilma nos debates e programas de TV nesta reta final da eleição. No debate realizado pela Rede Record no último domingo, a petista questionou o posicionamento de Marina na votação da CPMF realizada no Congresso Nacional em 1995. A ex-ministra do Meio Ambiente, que na época fazia parte da bancada do PT, afirma que votou a favor. Integrantes da campanha de Dilma alegam, porém, que os registros de votações do Senado mostram que a ex-senadora votou em 1995 contra a criação do imposto e, em 1999, também se opôs a sua prorrogação.

"Naquele contexto eu sugeri uma comissão mista do Congresso Nacional e propus que os recursos da CPMF, juntamente com a tributação sobre o tabaco, ajudasse a compor o fundo de combate à pobreza. No âmbito da comissão mista votamos favorável. Depois no Congresso, na votação em plenário, alteraram a nossa proposta, reduziram os recursos à metade.


O nosso voto contra foi na mudança ao mérito", afirmou Marina após ser questionada pelo Broadcast Político no término do comício realizado na noite de ontem em Recife. "O problema é que há uma cadeia de mentira e de difamações que o tempo todo é usada para, obviamente, desconstruir a minha imagem, a minha pessoa. Tem um objetivo de um marqueteiro, de um grupo que já não se orienta mais pela ética", acrescentou.

A candidata também considerou que a presidente Dilma desconhece o processo legislativo e em razão disso é alvo dos ataques. "Obviamente uma pessoa como a Dilma, que nunca foi vereadora, deputada, teve qualquer mandato político tem uma certa dificuldade de entender o trâmite legislativo de uma proposta. E obviamente os assessores, o marqueteiro constrói uma versão. Não seria ingênua de inventar uma coisa dessas sabendo que isso fica nos anais do Congresso".

Marina comentou ainda a reação adversa do mercado financeiro com a tendência de alta de Dilma nas pesquisas. "E um momento em que a sociedade está apreensiva, imagina o que é continuar quatro anos das mesmas coisas que estão ai", afirmou a candidata que também disparou contra a atual gestão da Petrobras. "O Pais com crescimento pífio de 0,9%.


O pais vivendo uma situação difícil aonde uma empresa das mais respeitadas, que antes estava nas páginas cientificas, ligadas ao comércio, economia, agora está nas páginas policiais. Como é que as pessoas vão ficar animadas para manter tudo que está ai". A passagem de Marina por Pernambuco foi a última antes de 5 de outubro e foi marcada pela lembrança a Eduardo Campos, morto em acidente aéreo no último dia 13 de agosto, e ataques ao PT.

Fonte: Estadão Conteúdo  Jornal de Brasília

lista dos perigos - ARNALDO JABOR




O ESTADÃO - 30/09


O que acontecerá com o Brasil se a Dilma for eleita?

Aqui vai a lista:

A catástrofe anunciada vai chegar pelo desejo teimoso de governar um país capitalista com métodos "socialistas". Os "meios" errados nos levarão a "fins" errados. Como não haverá outra "reeleição", o PT no governo vai adotar medidas bolivarianas tropicais, na "linha justa" da Venezuela, Argentina e outros.

Dilma já diz que vai controlar a mídia, economicamente, como faz a Cristina na Argentina. Quando o programa do PT diz: "Combater o monopólio dos meios eletrônicos de informação, cultura e entretenimento", leia-se, como um velho petista deixou escapar: "Eliminar o esterco da cultura internacional e a 'irresponsabilidade' da mídia conservadora". Poderão, enfim, pôr em prática a velha frase de Stalin: "As ideias são mais poderosas do que as armas. Nós não permitimos que nossos inimigos tenham armas, porque deveríamos permitir que tenham ideias?".

As agências reguladoras serão mais esvaziadas do que já foram, para o governo PT ter mais controle sobre a vida do País. Também para "controlar", serão criados os "conselhos" de consulta direta à população, disfarce de "sovietes" como na Rússia de Stalin.

O inútil Mercosul continuará dominado pela ideologia bolivariana e "cristiniana". Continuaremos a evitar acordos bilaterais, a não ser com países irrelevantes (do "terceiro mundo") como tarefa para o emasculado Itamaraty, hoje controlado pelo assessor internacional de Dilma, Marco Aurélio Garcia. Ou seja, continuaremos a ser um "anão diplomático" irrelevante, como muito acertadamente nos apelidou o Ministério do Exterior de Israel.

Continuaremos a "defender" o Estado Islâmico e outros terroristas do "terceiro mundo", porque afinal eles são contra os Estados Unidos, "inimigo principal" dos bolcheviques que amavam o Bush e tratam o grande Obama como um "neguinho pernóstico".

Os governos estaduais de oposição serão boicotados sistematicamente, receberão poucas verbas, como aconteceu em S. Paulo.

Junto ao "patrimonialismo de Estado", os velhos caciques do "patrimonialismo privado" ficarão babando de felicidade, como Sarney, Renan "et caterva" voltarão de mãos dadas com Dilma e sua turminha de brizolistas e bolcheviques.

Os gastos públicos jamais serão cortados, e aumentarão muito, como já formulou a presidenta.

O Banco Central vai virar um tamborete usado pela Dilma, como ela também já declarou: "Como deixar independente o BC?".

A Inflação vai continuar crescendo, pois eles não ligam para a "inflação neoliberal".

Quanto aos crimes de corrupção e até a morte de Celso Daniel serão ignorados, pois, como afirma o PT, são "meias-verdades e mentiras, sobre supostos crimes sem comprovação...".

Em vez de necessárias privatizações ou "concessões", a tendência é de reestatização do que puderem. A sociedade e os empresários que constroem o País continuarão a ser olhados como suspeitos.

Manipularão as contas públicas com o descaro de "revolucionários" - em 2015, as contas vão explodir. Mas ela vai nomear outro "pau-mandado" como o Mantega. Aguardem.

Nenhuma reforma será feita no Estado infestado de petistas, que criarão normas e macetes para continuar nas boquinhas para sempre.

A reforma da Previdência não existirá, pois, segundo o PT, "ela não é necessária, pois exageram muito sobre sua crise", não havendo nenhum "rombo" no orçamento. Só de 52 bilhões.

A Lei de Responsabilidade Fiscal será desmoralizada por medidas atenuantes - prefeitos e governadores têm direito de gastar mais do que arrecadam, porque a corrupção não pode ficar à mercê de regras da época "neoliberal". Da reforma política e tributária ninguém cogita.

Nossa maior doença - o Estado canceroso - será ignorada e terá uma recaída talvez fatal; mas, se voltar a inflação, tudo bem, pois, segundo eles, isso não é um grande problema na política de "desenvolvimento".

Certas leis "chatas" serão ignoradas, como a lei que proíbe reforma agrária em terras invadidas ilegalmente, que já foi esquecida de propósito.

Aliás, a evidente tolerância com os ataques do MST (o Stedile já declarou que se Dilma não vencer, "vamos fazer uma guerra") mostra que, além de financiá-los, este governo quer mantê-los unidos e fiéis, como uma espécie de "guarda pretoriana", como a guarda revolucionária dos "aiatolás" do Irã.

A arrogância e cobiça do PT aumentarão. As 30 mil boquinhas de "militantes" dentro do Estado vão crescer, pois consideram a vitória uma "tomada de poder". Se Dilma for eleita, teremos um governo de vingança contra a oposição, que ousou contestá-la. Haverá o triunfo "existencial" dos comunas livres para agir e, como eles não sabem fazer nada, tudo farão para avacalhar o sistema capitalista no País, em nome de uma revolução imaginária. As bestas ficarão inteligentes, os incompetentes ficarão mais autoconfiantes na fabricação de desastres. Os corruptos da Petrobrás, do próprio TCU, das inúmeras ONGs falsas vão comemorar. Ninguém será punido - Joaquim Barbosa foi uma nuvem passageira.

Nesta eleição, não se trata apenas de substituir um nome por outro. Não é Fla x Flu. Não. O grave é que tramam uma mutação dentro do Estado democrático. Para isso, topam tudo: calúnias, números mentirosos, alianças com a direita mais maléfica.

E, claro, eles têm seus exércitos de eleitores: os homens e as mulheres pobres do País que não puderam estudar, que não leem jornais, que não sabem nada. Parafraseando alguém (Stalin ou Hitler?) - "que sorte para os ditadores (ou populistas) que os homens não pensem".

Toda sua propaganda até agora se acomodou à compreensão dos menos inteligentes: "Quanto maior a mentira, maior é a chance de ela ser acreditada" - esta é do velho nazista.

O programa do PT é um plano de guerra. Essa gente não larga o osso. Eles odeiam a democracia e se consideram os "sujeitos", os agentes heroicos da História. Nós somos, como eles falam, a "massa atrasada".

É isso aí. Tenho vontade de registrar este texto em cartório, para depois mostrar aos eleitores da Dilma. Se ela for eleita.
 

Coincidências - JOSÉ CASADO





O GLOBO - 30/09


Dilma propôs lei contra caixa 2 — o que existe há 28 anos —, na semana em que caciques do PT foram acusados de pedir dinheiro para campanha aos operadores de maracutaias petroleiras



Quarta-feira passada em Nova York, a presidente da República usou a Assembleia Geral da ONU para exaltar, entre outras coisas, o “combate à corrupção, lavagem de dinheiro e outros crimes financeiros” no seu governo.

Nos dias seguintes, a candidata Dilma Rousseff propagou a mais nova promessa do seu sigiloso programa de governo: um “pacote” de medidas anticorrupção, com lei específica “para transformar em crime a prática de caixa 2”. No domingo repetiu a oferta, inscrita num caderno a que recorreu durante todo o debate na Rede Record.

Eleição tem dessas coisas. Candidatos desafiam a imaginação dos eleitores com todo tipo de promessa — de pontes onde não existem rios até ferrovias sem trens. Em maio, por exemplo, Dilma inaugurou trecho da Transnordestina, cujos trilhos continuam sem tráfego ferroviário. A linha havia sido inaugurada duas vezes por Lula na campanha para eleger Dilma em 2010.

Desta vez, a presidente-candidata inovou. Ao prometer “transformar em crime a prática de caixa 2”, anunciou a intenção de fazer algo que existe há mais de 28 anos.

Está na lei 7.492, entre as definições de crimes contra o sistema financeiro nacional. Em 23 palavras o artigo 11 sentencia de forma cristalina sobre recursos financeiros “não contabilizados”, o popular caixa 2: “Manter ou movimentar recurso ou valor paralelamente à contabilidade exigida pela legislação: Pena — Reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.”

O texto pode ser consultado na página da Casa Civil da Presidência (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l7492.htm). Se Dilma quiser, pode telefonar ao ex-presidente José Sarney, que sancionou a lei na segunda-feira 16 de junho de 1986. Caso persista na dúvida, deveria resgatar o voto da ministra Cármen Lúcia na sessão de terça-feira 9 de outubro de 2012 do Supremo Tribunal Federal.

Ela julgava caciques do Partido dos Trabalhadores acusados no mensalão. A defesa do tesoureiro do PT Delúbio Soares alegou que o dinheiro era “caixa 2, de campanha”. A ministra, que na época também presidia o Tribunal Superior Eleitoral, respondeu incisiva: “Me causou especial atenção a circunstância de que a defesa, quer na defesa escrita, quer na apresentação na tribuna desta Casa, afirmou o ilícito. E que o dinheiro arrecadado não tinha sido comprovado (...) Acho estranho e muito, muito grave, que alguém diga, ‘houve caixa 2’. Caixa 2 é crime! É agressão contra sociedade brasileira!”

O desfecho do caso é conhecido. Não se conhecem as razões pelas quais Dilma decidiu reintroduzir o mensalão e a puída tese do caixa 2 na reta final do primeiro turno.

Pode ter sido ato impensado no calor da peleja por uma nobre causa — autopreservação. Afinal, há 28 semanas seguidas seu governo vive sobressaltado por revelações sobre traficâncias na Petrobras, estatal que ela tentou controlar nos últimos 12 anos.

Ainda assim, é difícil compreender a essência da evocação do crime de caixa 2. Sobretudo, pela ocasião: Dilma se propôs a fazer uma lei que existe há mais de 28 anos na mesma semana em que caciques do PT foram acusados de pedir dinheiro para sua campanha presidencial (2010) aos operadores de maracutaias petroleiras.

Só pode ser mera coincidência.
 
 

Perdas inegáveis - DORA KRAMER





O ESTADÃO - 30/09


A menos que a presidente Dilma Rousseff saia em disparada nas últimas pesquisas antes do primeiro turno, esta agora terá sido a eleição em que o candidato com o maior índice de intenções de voto apresenta a menor vantagem em relação ao principal adversário.

O instituto Datafolha levantou os dados dos desempenhos dos candidatos de 1994 para cá, comparando as pesquisas feitas a uma semana do dia da primeira votação. Fernando Henrique Cardoso, há 20 anos, tinha 47% contra 23% de Luiz Inácio da Silva, mais que o dobro; venceu na primeira rodada por 54% a 27%.

Quatro anos depois, a pesquisa registrava proporção semelhante: 46% a 25%; FH ganhou no primeiro turno por 53% a 31%. A partir de 2002 as disputas ficariam mais difíceis e todas seriam decididas no segundo turno. Naquele ano, Lula aparecia na pesquisa com 45% contra 21% de José Serra, 24 pontos de diferença; na simulação de segundo turno, a distância era de 22 pontos (57% a 35%). O resultado, Lula 61% e Serra 38%.

Em 2006, as pesquisas registravam uma redução da vantagem no primeiro turno com 49% para Lula e 31% para Geraldo Alckmin, 18 pontos. A simulação do segundo apontava a recuperação do petista (54% a 39%, diferença de 15 pontos) confirmada com folga pelo resultado das urnas, 60% Lula e 38% Alckmin.

Na eleição seguinte, Lula no auge da popularidade, governo com aprovação altíssima, a candidata Dilma Rousseff aparecia nas pesquisas uma semana antes da eleição com 46% contra 28% de José Serra; 18 pontos de diferença. Na simulação da segunda etapa a distância entre os dois era de 13 pontos (52% a 39%). Dilma ganhou por 12:56% a 44%.

As pesquisas desta semana é que vão permitir a conferência precisa da situação atual comparativamente aos dados acima. Mas, considerando os números mais recentes a margem é consideravelmente mais estreita: no primeiro turno Dilma tem vantagem de 13 pontos em relação a Marina (40% a 27%) e no segundo, inéditos 4 (47% a 43%).

A menos que as pesquisas finais que começam a sair hoje mostrem que o Brasil resolveu cair de amores pela presidente Dilma Rousseff, os números mostram como nunca foi tão estreita a margem de manobra para o governo do PT.

Está aí em parte explicado o recurso aos ataques ferozes à segunda colocada, arma em geral evitada por candidatos em situação razoavelmente confortável nas disputas, dado o alto risco de haver uma espécie de efeito bumerangue. Não havia outro jeito. Ou a campanha abatia Marina Silva ou entregava de bandeja a Presidência.

Mesmo com a perda já significativa de pontos da candidata do PSB, principalmente nos maiores colégios eleitorais, o ambiente no PT está longe de ser de serenidade e bom humor. No comitê central, em Brasília, a atmosfera está mais para manifestações de junho que para Copa do Mundo.

Na verdade o clima é tenso em todas as campanhas. O PSB teme o derretimento de última hora e no campo dos tucanos o inconformismo é com a confirmação da eliminação precoce pela primeira vez em 20 anos.

De um lado governar com muito menos, de outros fazer oposição com menos ainda.

Corpo mole. Compreende-se que o PSDB tenha investido pesado no Sudeste a fim de tentar tirar nos maiores colégios eleitorais a diferença da vantagem que o PT tem o Nordeste. O que não é compreensível é o desempenho de nanico que o partido apresenta na região.

Em redutos de aliados fortes. No Ceará, onde Tasso Jereissati será eleito, o senador Aécio Neves tem 7% na última pesquisa do Datafolha. No Rio Grande do Norte, terra de Agripino Maia, coordenador da campanha, o Ibope registra 11% para Aécio. Mesmo índice na Paraíba, onde o senador tucano Cássio Cunha Lima está em primeiro lugar para governador.

Os mesmos 11% o candidato do PSDB tem na Bahia, a despeito de o candidato ao governo Paulo Souto (DEM), seu aliado, estar cotado para vencer no primeiro turno.


Um país à beira do precipício - RODRIGO CONSTANTINO

 




O GLOBO - 30/09

Já estamos em recessão, apesar de uma inflação bastante elevada. Não obstante, Dilma ainda é a líder nas pesquisas. Como?


Como ainda ter esperanças no eterno “país do futuro” quando vemos que a presidente Dilma, depois dos novos escândalos da Petrobras, continua como favorita na corrida eleitoral? Não só isso: a delação premiada do importante ex-diretor Paulo Roberto Costa, chamado de “Paulinho” por Lula, não fez um único arranhão na candidatura da presidente. É um espanto!

Quando estourou o escândalo do mensalão em 2005, muitos acharam que era o fim de Lula e do PT. Os tucanos julgaram melhor deixá-lo sangrando até as eleições em vez de partir para um pedido legítimo de impeachment. Lula foi reeleito. A economia ia bem, graças principalmente ao crescimento chinês.

Em 2010, Lula decidiu iluminar seu “poste”, e Dilma, sem jamais ter vencido uma eleição na vida, foi alçada diretamente ao posto máximo de nossa política. Havia vários escândalos de corrupção divulgados pela imprensa, mas nada disso adiantou. A economia estava “bombando”, no auge da euforia com o Brasil. E, como sabemos, é a economia que importa, certo?

Mas o que dizer de 2014, então? Os escândalos só aumentaram, a imagem de “faxineira ética” virou piada de mau gosto, e até a economia mudou o curso, derrubando o mito de “gerentona eficiente”. Já estamos em recessão, apesar de uma inflação bastante elevada. Não obstante, Dilma ainda é a líder nas pesquisas. Como?

É inevitável concluir que o povo brasileiro ou é extremamente alienado, ou não dá a mínima para a roubalheira. Quem aplaude o atual governo ou não sabe o que está acontecendo, ou está ganhando dinheiro com o que está acontecendo. O PT conseguiu banalizar a corrupção. Muitos repetem por aí que todos os partidos são corruptos mesmo, então tanto faz: ao menos o PT ajudou os mais pobres. Vivem em Marte?

Esses que adotam tal discurso são coniventes com o butim, são cúmplices dos infindáveis esquemas de desvio de recursos públicos. Querem apenas preservar sua parcela na pilhagem. E isso vai desde os mais pobres e ignorantes, que dependem de esmolas, até os funcionários públicos, os artistas engajados que mamam nas tetas estatais, os empresários que vivem de subsídios do governo.

Desde que a máfia respingue algum em suas contas bancárias, tudo bem: faz-se vista grossa aos “malfeitos”. Uma campanha sórdida, de baixo nível, mentirosa como nunca antes na história deste país se viu, difamando, apelando para um sensacionalismo grosseiro, nada disso parece incomodar uma grande parcela do eleitorado. Ao contrário: a tática pérfida surtiu efeito e Dilma subiu, enquanto Marina Silva caiu. A falsidade compensa.

Vários chegaram a apontar a vantagem de Argentina e Venezuela terem mergulhado no caos com o bolivarianismo, pois ao menos a desgraça alheia serviria de alerta aos brasileiros. Afinal, o PT vive elogiando tais regimes e os trata como companheiros próximos, aliados ideológicos. Ledo engano. Nem mesmo a tragédia de ambos os países despertou o povo brasileiro de sua sonolência profunda.

O brasileiro é como aquele urso polar que passa meses hibernando. A ignorância é uma bênção, dizem, mas só se for para os corruptos populistas. E pensar que uma turma chegou a se empolgar com as manifestações de junho de 2013, quando o gigante supostamente havia acordado. Só se for para pedir mais Estado, mais do veneno que assola nossa nação. O gigante é um bobalhão...

Não pensem que culpo apenas ou principalmente o “povão”, os mais pobres e ignorantes que, sem dúvida, compõem a maioria do eleitorado petista. Não! Nossa elite também é culpada. Nossos “formadores de opinião” ajudaram muito a trazer o Brasil até esse precipício, sempre enaltecendo o metalúrgico de origem humilde ou a primeira mulher “presidenta”.

Ou então delegando ao Estado a capacidade de solucionar todos os nossos males, muitos deles criados pelo próprio excesso de intervenção estatal. Temos uma elite culpada, que adora odiar o capitalismo enquanto usufrui de todas as benesses que só o capitalismo pode oferecer.

Com uma elite dessas, realmente não precisamos de inimigos externos ou de desgraças naturais. O que é a ameaça islâmica ou um simples furacão perto do estrago causado por uma mentalidade tão equivocada assim por parte daqueles que deveriam liderar a nação? Nossa elite idolatra o fracasso.

Roberto Campos foi certeiro ao constatar que, no Brasil, a burrice tem um passado glorioso e um futuro promissor. Quer maior prova disso do que todos esses anos de PT no poder? Mas parece que ainda não foi o suficiente. O brasileiro quer mais! Quer dar um passo adiante nesse precipício...
 


"A hora difícil para Aécio. A hora difícil para todos" nós.

Blog de Paulo Baia

sexta-feira, 27 de setembro de 2014

"A hora difícil para Aécio. A hora difícil para todos nós.

A campanha do Aécio está num encruzilhada. Dependendo de como Aécio ataque Marina na reta final da campanha, pode acabar ajudando Dilma a vencer a eleição até mesmo no primeiro turno. Seria uma derrota terrível para as oposições e todos ficaríamos com caras de idiotas.

Fiz absoluta questão de não apoiar nenhum dos candidatos a presidente (pode ser conferido na minha timeline). Fiquei neutro não por deixar de ter as minhas preferências, mas por pensar que a questão principal é derrotar Dilma e o PT. Se eles ficarem mais quatro anos no poder, teremos certamente uma grave crise econômica e política pela frente. Muito em breve, eu imagino.

O PSDB tem duas maneiras de derrotar Dilma. A primeira é levar Aécio ao segundo turno e vencê-lo. As duas coisas parecem bem difíceis neste momento! Bem difíceis mesmo! A segunda é compor-se com Marina e colocar suas condições para apoiar e participar do seu governo.

Obviamente, do ponto do vista de Aécio e do PSDB a primeira opção é a melhor. Não há dúvida sobre isso. O único problema é que se for usada qualquer arma para cumprir o plano A, os dois planos podem terminar inviabilizados. E toca construir um plano C para 2018!

Não é verdade que Marina e Dilma sejam variante do mesmo. Marina não tem compromisso com os mensaleiros nem com o PMDB. Não tem passado ligado à corrupção. Seus economistas são muito próximos ao PSDB. Marina tem defendido a independência do Banco Central e o ajuste fiscal. Ela não tem os arroubos autoritários e bolivarianos da velha esquerda stalinista. Não vai tentar "regular" a imprensa. E certamente não seguirá com essa política externa vergonhosa que temos.

Marina pode não ser o ideal. Do meu ponto de vista, não é mesmo. Mas seria um imenso passo em frente e uma derrota monumental para o PT. Até analistas tido como radicais, como o Rodrigo Constantino, por exemplo, têm poupado Marina e até manifestado alguma simpatia, não pela candidatura, é claro, mas pelo fenômeno oposicionista que ela representa.

Aécio, o PSDB e todos que o apoiam devem pensar muito bem no que farão nesta reta final. No início da campanha, quando Aécio estava na frente de Eduardo Campos, havia um pacto de não agressão entre ambos. Agora que Marina está na frente este pacto deveria ser honrado. Não por uma questão apenas moral, mas sobretudo política.

É claro que Aécio tem o direito de manter a sua candidatura até o final. Mas, se o fizer, deveria ver muito bem COMO o fará. Esta é uma boa hora para demonstrar que, mais do que um mero projeto de poder, ele e o PSDB têm um projeto político alternativo para o Brasil. Nós estamos precisando e muito."